Enquanto estávamos sentados na mesa com nossos amigos ao nosso redor, conversando, rindo, gritando e bagunçando o ambiente, consegui perceber Camille ao fundo do cenário junto com os seus outros amigos. Ela tinha o caderno em mãos e copiava algo rápido, ri da cena.
Josh e Any conversavam comigo e com Noah enquanto os outros onze estavam divididos em pequenos grupos onde, igual nós, conversavam separadamente e às vezes chamavam outra pessoa de outra roda na mesa.
Eu não estava necessariamente prestando atenção no que os três falavam, mas tinha uma ideia superficial do que se tratava. Era sobre o baile de volta às aulas que o comitê de decoração, juntamente com os professores de artes, educação física e teatro, estavam organizando. Minha mente estava voltando no sonho, não sei o porquê.
Algumas vezes eles tentavam me chamar e fazer com que eu desse a minha opinião, mas depois de muita tentativa e respostas relativamente silábicas, eles desistiram da missão quase impossível. Noah ainda apertava a minha mão ou me cutucava, apenas para ter certeza de que eu ainda estava ali e não tinha viajado totalmente nos meus pensamentos.
O rosto dele ficava vindo e indo na minha mente, e quando desaparecia eu via Noah e Camille - ou apenas Noah. Entretanto, quando eu via apenas a figura do garoto que tinha - ainda - as mãos entrelaçadas as minhas, eu sorria discretamente. Não entendia o que eu estava sentindo por ele, mas sabia que sentia algo.
E eu não preciso rotular essa coisa no momento, estou bem assim.
Fiquei nesse transe até ouvir o sinal de entrada soar por todo o pátio, fazendo com que uma onda de reclamações surgisse de todos os cantos. Estranhamente, eu já estava acostumada com minha mão e a de Urrea juntas, então quando nos levantamos e nos dirigimos para a aula de Inglês juntos, não reclamei; era tão natural.
Essa aula nós temos todos juntos, os quinze de nós e Camille. Ou seja, dezesseis. Krystian e Sina estão dizendo que somos quinze agora, já que Cammie fala conosco uma vez por mês e olhe lá. Já Heyoon e Shivani afirmam que sempre seremos dezesseis, a partir do momento que colocamos a loira no nosso grupo, é impossível de removê-la. Eu não sei com quem concordar, os dois lados estão parcialmente certos; então estou em cima do muro.
Any me puxou para um canto. Percebi que estávamos todas as meninas juntas e que não tinha nenhum rastro masculino, até mesmo o Krys não estava presente. Então, elas começaram a me encher de perguntas. Porém a única que se ressaltou na minha mente foi a que a Joalin fez.
- O quê? - Perguntei olhando para a loira ao meu lado.
- Nate voltou de Sydney, eu vi ele hoje - repetiu, desta vez todo mundo tinha parado para prestar atenção e, assim como eu, todas ficaram paralisadas.
- Onde? - Hina perguntou. De todas nós, Hina é a que menos fala do que aconteceu. Não sei se é pra evitar estresse ou se é para apenas não fazer com que revivemos toda história novamente.
- Aqui na escola.
E como se estivessemos chamando ele, Nathaniel apareceu desfilando pelos corredores. Passou primeiro pelos garotos - e eu daria tudo para ver a cara deles quando o viram - e depois por nós. Não o olhei, foquei nos olhos de Noah que se viravam junto com o andar de Nate.
A expressão que ele tinha era indecifrável, sei que Josh deve ter lhe contado o que aconteceu bem por cima. Só que eu vi raiva e ao mesmo tempo pena no verde das íris de Noah, não entendia totalmente.
Joshua, por outro lado, assim como Krys, Lamar e Bailey, tinha a expressão bem definida. Raiva. Olhos quase fechados, testa franzida e a mandíbula marcada. Os punhos fechados e a caixa toráxica subindo e descendo descontroladamente. O ódio transbordava de seu corpo.
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Who Would Think of Our Love ~ Noah Urrea
FanfictionOnde Lucie, uma adolescente normal como qualquer outra de Los Angeles, começa a ter sonhos com um desconhecido, que, eventualmente, viria a ser seu par de física.