Caminhando na chuva
Sentindo minhas roupas encharcadas
Água dentro do meu all star velhinho
Batidas rápidas de um coração cansado
Velhinho, talvez, mas certamente cansado.Acelerando os meus passos na estrada alagada
Carros indo e vindo num movimento interminável
Parece que o vendaval já não me assusta mais
Eu só consigo lembrar do seu funeral, grande alma.
Chovia e o céu estava escuro, era dia, mas não parecia.
Que saudade de fazer cafuné no seu cabelo grisalho e sentir sua pele geladinha contra a minha, caramba!
De fazer o café e entregar na sua mão, assistir novela no sofá da sala e conversar sobre meu dia na escola.Parece que estou destinada a perder quem eu amo.
Isso me assusta, mesmo eu tendo crescido, que medo.
De que adianta ter mais dias na conta, se não tiver quem eu amo do meu lado? Isso não faz sentido.
Não me deixem aqui sozinha, não solta a minha mão.
Fica comigo até eu pegar no sono? Sua presença tem cheiro de lar e de paz. Mas você foi levada pra longe.Eu continuo acordando e dormindo e respirando...
Mas não ouço mais sua voz e não posso te abraçar
É um mundo muito doloroso sem você comigo.
Mas para onde quer que tenha ido, aí é bonito?
Espero que seja bonito e bom, como tu sempre foi.
Te amo infinitamente, meus ontens, hojes e amanhãs.
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Tudo aquilo que não foi dito
PoesíaA poesia de uma jovem amargurada, impopular, com múltiplas personalidades e paranóias. Em cada poema há um pouco da minha dor, essa é a minha voz, mesmo que queiram ainda me silenciar. Para todos que estejam dispostos: Tudo Aquilo que não foi dito...