Assim que chegou em casa Gabriel foi direto para o seu quarto depois de um pequeno e rápido lanche. Já passavam das 22h e além de confuso e preocupado estava também com bastante medo. Ele não sabia o que fazer. Ficava o tempo todo lembrando das duas vezes que quase perdeu a vida, e nem sabia o porquê. Da primeira vez foi salvo por quem ele pensava que era seu inimigo, Henry. Da segunda vez foi salvo também pelas mãos de Henry. O que ele faria se acontecesse novamente sem Henry por perto? Sem uma ajuda. Pior. O que ele faria se Henry fosse afetado por ter dito o que disse dentro da cabana? Ele não se perdoaria. Se sentiria culpado eternamente.
Gabriel chegou ao quarto, jogou mochila do acampamento em um canto do e foi para o banheiro. Um banho rápido e libertador. Sentiu-se renovado e com bastante sono. Assim que se envolveu na toalha e foi para a porta ele a abriu lentamente e viu o seu quarto se iluminado e apagando essa claridade aos poucos. Gabriel ficou aterrorizado e com medo de abrir a porta que a tinha fechado novamente. Ele iria gritar. Chamar sua mãe, seu pai, fosse quem for, ele iria gritar. Mas antes que ele fizesse isso ele ouviu uma voz sussurrar o nome dele. Gabriel? Ele reconheceu a voz depois de alguns segundos e começou a abrir a porta do banheiro lentamente, colocando a cabeça com cuidado pela abertura, e viu a figura sentado no parapeito de sua janela. Então se sentiu seguro para sair.
— Juro que pensei que você tinha sido um sonho – falou Gabriel.
— Mesmo eu tendo deixado os dois presentes?
— Presentes? – falou Gabriel sentando com cuidado na beirada da cama – Duas penas não significam nada. Poderia ter saído de algum pássaro lá fora e ter pousado em minha cama.
— Penas daquele tamanho seria de que pássaro? Conhece algum pássaro com penas daquelas dimensões?
— Não! – respondeu Gabriel.
O anjo recolheu as asas e saltou da janela, foi diretamente para perto de Gabriel e sentou-se ao lado dele.
— Gabriel, porque não me obedeceu? Pois sua vida em risco. Eu tinha te avisado e você nem deu importância ao meu aviso.
— Desculpa – Gabriel levantou-se, foi até a porta do quarto e a trancou. Voltou e sentou-se no mesmo lugar. – Como eu tinha dito, pensei que você não tivesse passado de apenas um sonho.
O anjo não respondeu nada, apenas ficou olhando para Gabriel, com pena e ao mesmo tempo com alivio.
— Como você se chama? – perguntou Gabriel.
— Leonardo, mas pode me chamar de Léo,
— Léo, me conte o que você é.
— Infelizmente Gabriel, não posso te contar muita coisa.
Léo levantou-se da cama e caminhou até a janela.
— Vai embora? – perguntou Gabriel.
Leo não respondeu por uns instantes. Apenas caminhou até a janela e sentou-se novamente no parapeito, olhou para Gabriel e começou a contar para ele.
— Sou um dos anjos caído. Eu era jovem quando isso aconteceu. Na verdade eu não tinha feito nenhuma escolha e por isso fui expulso também. Mas depois de alguns mil anos eu resolvi que queria voltar a ser um anjo novamente. Porem Não foi muito aceito de imediato. Para poder ser aceito novamente no paraíso, foi me dada a missão de proteger uma linhagem sanguínea amaldiçoada. E que no fim de todos um seria o escolhido. – ele parou e olhou as estrelas – Assim como outros anjos que querem ser aceito novamente, eu estou aqui para proteger você, que é o mais grave de todos os casos. Não sou o mais forte dos anjos, mas fui enviado por isso. Estou vagando protegendo sua linhagem a anos, e agora que chegou o momento, tenho que o proteger a todo custo.
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OS CONJURADORES - A MALDIÇÃO - LIVRO 1
RomansaGabriel é um garoto de apenas 16 anos, que teve que presenciar um abalo financeiro na família partida dela mesma, o tio. Na intenção de recomeçar e tentar reerguer as finanças, o pai de Gabriel resolve mudar de cidade junto com eles. Na nova cidade...