Prólogo - Vendaval

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O calor da batalha preenchia os soldados de ambos os lados. Sangue se misturava a neve, criando poças de lama vermelha, que se assomava sob os corpos caídos. Bestas, homens e criaturas disformes feitas a partir do poder maldito do dragão.

- Eles estão avançando, senhor! – o arqueiro sacou mais uma flecha de sua aljava, restavam umas poucas ainda. Dardejou, então, a fenda de um elmo, fazendo jorrar sangue do inimigo. – O fronte está sendo quebrado!

O homem a quem se dirigia, encarou do alto da torre de vigia a situação que se desenhava abaixo. Ele precisava acreditar que a ajuda chegaria em breve. Ou estaremos todos mortos... Afastou tal pensamento de sua mente, não tinha tempo para lastimar, nem mesmo os que tinham caído.

Um trovão ribombou entre as nuvens, o clarão já tinha iluminado a fila de inimigos que escalavam rumo ao forte. Os Svanirs não desistiriam facilmente, não quando ali tinha algo que lhes interessava tanto.

- Recuem as tropas para o forte! – ordenou o general. Puxou o primeiro jovem da Lionguard que discerniu, mantendo-o firme pelo ombro. – Chame os engenheiros, precisamos ativar as armadilhas da ultima linha, vai, vai!

Aos empurrões, o rapaz disparou por entre os tantos arqueiros que ainda dispunham de flechas, muitos já dardejavam os inimigos com armas de qualidade menor.

E então aquele som...

- Parem o avanço!

A campeã Svanir gritou acima de todas as vozes e urros. As bestas de gelo pareceram virar estátuas no lugar, os soldados deram passos para trás. Não viam o que ela vira, se é que existia algo naquela multidão que podia lhe fazer paralisar.

- Não... Não! – seu rosto se contorcera num misto de ódio, pelo informante que lhe dera as noções erradas do campo de batalha, e medo, pelo que sabia estar se aproximando. - Fechem a retaguarda, fechem a..

Uma explosão se ouviu nas fileiras da retaguarda, jogando homens e monstros pelos ares, para cair declive abaixo ou se estatelarem no chão lamacento. Outro clarão iluminou o campo de batalha, agora, ambas as forças recuavam em direção de seus respectivos líderes. No forte, o grupo restante já se trancara por detrás do portão. Na neve, os Svanir se reuniam em fileiras. Uma monstruosidade maior, rugiu em desafio.

E finalmente o som chegou ao ouvido de todos. Primeiro como os trovões que se chocavam entre as nuvens, então o bater de asas e finalmente o vendaval. As árvores se dobrando diante da passagem das damas da guerra, das filhas e protetoras daquele espírito que ninguém sabia o paradeiro. As Valkyrs estavam ali.

A força do vento fez com que os últimos svanirs fossem as primeiras vitimas, jogando a maioria para os ares, enquanto obrigava o restante a se ajoelhar, como súditos fiéis e inimigos humilhados. A campeã da força inimiga se segurava no martelo hediondo. Rangendo os dentes com o esforço feito.

Três sombras aladas cobriram os inimigos. O grito de guerra chicoteava sua mentes com o medo de sua força. Mais do que isso, uma trompa, e outra e mais uma, soaram não muito distante.

- Reforços! – comemoraram os soldados do forte. A trompa também soou, um sinal de vida e esperança. – Elas trouxeram os Charrs!

Caos.

Os inimigos não se renderiam, no máximo, comprariam tempo para sua campeã escapar. Não era a hora de sua morte ainda.

O martelo hediondo se chocou contra a espada de um legionário, surpreendido pela força descomunal, a segunda arma falhou, levando a um esmagamento de crânio. A Kodan urrou para os primeiros charrs.

As figuras aladas faziam a volta. Fogo. Labaredas voavam da mão da primeira figura e caía rumo ao solo para incinerar os inimigos. As bestas de gelo, em vão tentavam-na agarrar, apenas para serem atingidas por um projétil.

Não eram flechas. Alguém atirava com um rifle de cima da outra criatura alada, os poderosos grifos dançavam sobre as cabeças svanirs, descrevendo círculos, como abutres ao redor da carniça. Não eram grifos comuns, bem como não eram cavaleiras simplórias.

Eram as valkyrs. Damas da guerra, filhas e protetoras do grande espírito que no passado ficara para trás, para lutar contra Jormag.

A astúcia da Águia. A graça da Águia. A força da Águia.

O espírito ainda vivia, mesmo que através delas.

Vingança sobre o gelo.




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Off: Se chegou até aqui, agradeço sua força de vontade, e espero que tenha gostado da forma que a história se apresenta. Aos poucos os capítulos serão publicados, não tenho dias demarcados para isso. 

Se você joga Guild Wars 2 e curte o gênero do roleplay, entre em contato comigo no jogo, através da personagem ''Dhala Val'' e aguarde aparecer online! 

Obrigado novamente e quem quiser, pode seguir o meu perfil! 

Valkyrs - Damas da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora