Capítulo 14

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Pedro Henrique 

Nesses meses que se passaram eu pensei que talvez ás coisas tivessem se acalmado, agora recebo a noticia que minha mãe teve um derrame, Magali me mostrou números assustadores sobre a empresa e meu irmão está indo para o hospital onde minha mãe está. Tenho vivido momentos maravilhosos ao lado de Ana Clara, nos damos super bem e ganhei um filho de coração. Davi é um menino amoroso e carente de amor de pai, eu tento fazer um pouco do que é possível e tem dado muito certo até aqui.

-Ei vai mais devagar ou vamos acabar batendo o carro. - a voz de Ana me desperta. 

-Desculpe. - respondo desacelerando o carro. - Eu estou tenso. - fungo. 

-Eu sei e te entendo, mais não quero parar numa cama de hospital e sei que você também não. 

-Não, não quero. 

Já basta saber o estado da minha mãe, não suportaria bater o carro e algo acontecer com Ana Clara e ainda por minha culpa. Ao chegarmos no hospital vou direto até meu pai, eu não ando eu corro. Ele está sentado na cadeira na ala de emergências.

-Pai. - ele se levanta e me abraça apertado. 

-Eu não quero perder ela filho, não quero. - ele chora como uma criança e faço o mesmo. 

-O que o médico disse? - pergunto fazendo ele sentar. 

-Vou pegar uma água pra ele. - Ana vai sem esperar respostas. 

-É grave meu filho... Eu não acredito que isso tudo está acontecendo... - chora. - Não agora. 

-Como assim não agora? - pergunto. 

-Nada, deixa quieto. - bate nas minhas costas. - Temos que estar preparados, só isso que te falo. 

Eu choro silenciosamente no meu lugar sem ter o que dizer, meu coração está esmagado de dor ao pensar que posso perder minha mãe. Ana volta com dois copos de água e entrega para mim e meu pai, ele agradece sorrindo. 

-Alguma noticia? - pergunta baixinho pra mim. 

-Não, nada ainda. - tomo toda água num só gole. 

A porta de entrada para sala de visitas da emergência é aberta um estrondo, Gustavo Bruno vem até mim apressado. 

-Como ela tá? - pergunta. 

-O que você está fazendo aqui? - meu pai se levanta olhando seu filho depois de anos. 

-Não estou aqui por sua causa e sim pela minha mãe, mãe essa que você afastou de mim. - Guga aponta o dedo pra ele. - PH me ligou e contou, ela ainda é minha mãe. 

-Desde quando você mantém conversar com esse marginal? - pergunta meu pai irritado comigo. 

-Faz alguns meses pai, isso não é importante agora. - me estresso. - Ele é meu irmão, seu filho e filho da minha mãe, ele tem todo o direito de estar aqui. 

-Não, ele não tem, não depois de ter virado um marginal. - sussurra se aproximando de Guga. - Trocou uma vida maravilhosa, com um emprego de alto nível para virar bandido. 

-Porque eu não queria isso pra mim, pai. - grita. - Eu não sou como Pedro que nasceu e sempre quis isso pra vida dele, eu não sou o tipo de homem que fica atrás de uma mesa trancado num lugar só. Eu sou livre, livre para fazer o que eu quiser e conduzir minha vida sem você em cima de mim. Eu não estava e não estou disposto a me submeter as suas ordens, papai. 

-Chega! - a voz da Ana Clara é um sussurro, mas o suficiente para fazer os dois se calarem. - Sua mulher está numa cama de hospital entre a vida e a morte, sua mãe precisa dos filhos perto dela então parem de brigarem por essa estupidez. - olho de Guga para meu pai. - Ela precisa dos três e não de só um, fiquem juntos e unidos em pró daquela mulher que está naquele quarto. 

Eu Escolho Você  - Série Paixões Perigosas - Livro 5Onde histórias criam vida. Descubra agora