sick valentine

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A porta se abre com um rangido e Louis aperta o buquê de flores que acompanha a caixa extravagante onde os chocolates estão embalados. Com seu melhor sorriso, ele diz:

— Feliz Dia dos Namorados, doce.

Parado em sua frente, há um garoto alto de olhos verdes-hortelã e cabelos castanho-escuros encaracolados, bem diferentes dos olhos azuis-gelo e cabelos lisos e pretos que esperava encontrar.

— Onde está BJ? — Pergunta abaixando as flores, disfarçadamente tentando olhar por cima do ombro do rapaz que segura a maçaneta.

— Benjamin? — Questiona ele se afastando da porta com passos lentos. — Saiu — responde se jogando no sofá velho coberto por uma manta marrom.

A voz rouca e fanha, combinada com passos lentos, indicam a Louis que o garoto está com uma gripe terrível, fazendo-o se perguntar quem pegou o vírus de quem, pois BJ também está terrivelmente doente.

— Ele foi ao hospital? — Pergunta Louis dando um passo para frente, sem entrar de fato no flat.

O garoto olha para ele em confusão e espirra compulsivamente, prolongando a preocupação de Louis.

— Saúde — murmura depois do último espirro.

— Por que ele estaria no hospital? — Pergunta o garoto antes de assoar o nariz.

— Ele me mandou uma mensagem dizendo que estava muito mal de gripe, até cancelou nosso encontro, então eu pensei...

O garoto começa a rir. É um som assustadoramente preocupante e em determinado momento ele começa a tossir.

— Eu pensei — recomeça Louis — em vir aqui e cuidar dele, fazer uma sopa.

— E você é o namorado dele, imagino.

— Não sou, mas esperava terminar o dia sendo, então se você pudesse me dizer em qual hospital...

— Cara, eu acho que você deveria sentar — disse o garoto puxando as cobertas para liberar espaço. Apesar de não entender o motivo, Louis o faz — eu sou Harry Edward.

— Louis Tomlinson — responde.

— Olha, eu odeio fazer isso, mas eventualmente você iria descobrir, melhor que seja antes de você... — ele faz um gesto indicando as flores e os chocolates — se comprometa demais — termina. — O que estou querendo dizer é: Benjamin não está doente. Eu estou. Seja qual for a mentira que ele te contou, foi as minhas custas e eu sinto muito por isso.

O cérebro de Louis demora para processar essa informação. Ele olha para os remédios para febre e dor em cima da mesinha de centro e os lenços usados jogados no chão.

Harry Edward se levantou e caminha para a cozinha; Louis não pode deixar de notar como ele se arrasta pelo flat com uma coberta nos ombros, parecendo totalmente enfermo.

Antes que perceba, Louis está largando seus presentes em cima do sofá e correndo em direção a Harry Edward, segurando seu braço, impedindo-o de dar um passo que seja.

— Vá deitar, eu ajudo você.

Harry Edward dá a ele um olhar muito engraçado, parece que ele está olhando para um filhotinho, uma criança inocente.

— Só vou esquentar a sopa — explica ele fungando o nariz —, Benjamin disse que a deixaria pronta para mim, não precisa se preocupar Louis Tomlinson — completa.

Quando ele diz seu nome, este vem acompanhado de um sorriso muito charmoso e Louis não consegue evitar pensar na palavra "galanteador".

— Eu ajudo — repete ele, preparado para enfrentar a teimosia, mas Harry Edward apenas se vira e volta para o sofá, pega seus remédios e lê os rótulos antes de verificar o relógio.

Sick ValentineOnde histórias criam vida. Descubra agora