Anjo da noite

Sempre, sempre e sempre.

Já se passavam 78 anos deis da última vez que vi o seu belo sorriso estampado, e seu belo vestido vinho rodado que amava usar todos os dias. As suas piadas ficam em minhas memórias como disco mal colocado e suas músicas favoritas estão sempre em melodia com os meus pensamentos.
Saudades são eternas da minha querida Brenda, mais nós dois já sabíamos que um dia isso iria acontecer, que ela iria partir e eu iria permanecer. Afinal, os anjos são eternos!.

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Eu já avia desistido da vida humana, de ter um lar, uma escola, amigos, emprego ou até uma família. Por que na verdade, era desanimador viver uma vida que nunca acaba e saber que sempre haverá um amanhã e que esse amanhã não virar acompanhado com as pessoas que você ama ou com os lugares que você gosta.
E como sempre, deis que a Brenda morreu, era só eu e o céu. Às vezes me deparava com um avião ou helicóptero mais logo consegui evta-los, além do mais, as notícias de pássaros gigantes se espalham muito rápido entre os ajudantes de Lucifer.
Durante esses 78 anos, que foi bastante tempo, eu renovei meus conhecimentos de grandes países como Europa, França e México.
Uma internidade sem fim, a onde meu sempre e sempre com a Brenda se acabou levando minha vida junto.
Antes dela, eu era um rebelde, um dos muitos da gang do Lucifer, mais fui capaz de deixar tudo por ela naquela noite:

Eram 3:39 da manhã, eu já a perturbava à 2 meses. Eu já tinha acabado com a família dela, a escola, o emprego, os amigos.. tudo que a fazia sentir forte.
Ela estava inquieta pois a noite inteira eu a dizia terríveis coisas para que seus pesadelos fossem perversos.
Porquê? Diversão, maldade, e até agradar o chefão.
E então ela se ajoelhou e gritou, apenas gritou amargamente como se algo tivesse ultrapassando seu peito até que um choro agonizante a interrompeu.

- Por quê? Por que você está fazendo isso comigo? O que eu te fiz?
Para por favor, isso tá doendo, e muito. Isso machuca!
Eu sei que deve ser péssimo viver tão amargo que tenha como única alegria machucar alguém, mais porque eu?

Eu parei para pensar, e eu tinha feito dela um nada, e era bom, mais quando ela falou que 'machuca' uma lágrima correu no meu rosto e quase a abracei. Mais o Lucifer iria fazer minha vida um inferno se eu não terminasse esse serviço e também, eu acho que para o céu não tem mais volta.
Brenda ainda chorando olhou para minha direção e soltou um ar agonizante como se estivesse prendendo o ar durante muito tempo.

- Por favor, para!

- Não posso - respondi como se ela pudesse ouvir.

Para a minha surpresa ela se levantou, veio até mim e passou a sua mão entre meus dedos, senti seu toque suave e quente. Ela olhou nos meus olhos com o rosto ainda coberto de lágrimas.

- Eu vejo bondade em você!

Como?
Ela não podia saber que eu existo, ou podia? mais mesmo assim, eu a abracei e o mais estranho é que agora eu podia toca-la, e pela primeira vez eu podia ser visto, ouvido e tocado.

Mais como eu disse, isso foi a mais de 78 anos.
Brenda morreu, foi natural, em uma noite fria. Após ela perceber que estava envelhecendo e eu não, ela me pediu para esquecer toda uma vida juntos e seguir em frente porque era o que ela iria fazer.
É claro que eu parti, mais nunca a abandonei, sempre fiquei ao redor sem ela perceber. Pois ela foi capas de me amar e manter-me em segredo dos humanos, vivendo uma vida normal.

Estou preso nesse mundo, sem a Brenda, vivendo uma vida nauseante a onde os dias são fardos preenchidos com a noite solitária.
E não à nada que possa ser feito para que essa situação mude.

O que me adianta ter o céu mais não ter a alegria de voar?
Tanto céu que em tudo andei, somente voando a espera de um fim breve que talvez nunca chegue.