O dia em que nasci

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  As duas de madrugada, é isso, não o saberia se não tivesse lido na minha certidão de nascimento 24 anos depois, foi a hora exata que eu nasci deve ser por isso que gosto tanto da noite.
  O que não posso saber é como estaria o clima naquela noite, bom, mas como a história é minha eu vou descreve-la do meu jeito.
  Foi uma noite de chuva, as gotas batiam nas vidraças de uma forma ríspida, minha mãe já sentia fortes contrações e mesmo se falasse comigo para que eu esperasse um pouco a chegada da minha avó , eu não ouviria, tinha muito medo, era o terceiro filho mas segundo meus irmãos fui a mais dificil, ela sofreu muito mesmo que não  assumisse, minha avo, a qual fui morar mais tarde, contava-me que ela dormia no chão e comia muito sal, pobre mãe minha, muito antes de nascer já lhe fazia sofrer.

Morávamos um pouco afastados da minha avo, e ela era a única que fazia os partos naquela região. Minha mãe andava de um lado para o outro sem remédio, meus irmãos atrás dela desesperados tentando convence-la que o melhor seria chamar logo nossa avó.
 
- Já  disse que não_ disse ela tendo outra contração_ deixem a chuva acalmar primeiro, já se esqueceram das rochas lá fora? Eu aguento dor de parto mas não perda de um filho.
 
  E ficou la, teimosa que nem uma porta andando de um lado para o outro esperando que eu me acalmasse um pouco. De repente teve um mal estar e desmaiou batendo a cabeça, minha irmã desesperada mandou meus irmãos buscar ajuda rapidamente.

A menina que o mundo ia perderWhere stories live. Discover now