Desviei os olhos do espelho quando ouvi que a porta do quarto se abrira.
A cabeça de Alejandra surgiu pelo vão.
– Oi, querida, como você está?
– Estou bem – assegurei, sorrindo ao ver aquele rosto familiar que tanto me acalmava. – Onde está Nic?
– Lá embaixo, alugando os ouvidos para um primo seu.
– Peça desculpas a ela por mim – falei, com uma leve careta.
– Você quer que eu fique por aqui? – ofereceu ela, correndo os olhos pelo quarto e vendo o vestido coberto pelo celofane, a roupa de baixo dobrada na cama e os sapatos alinhados, à espera de que eu os calçasse.
– Não, estou bem. Desça e vá resgatar sua pobre mulher.
Alejandra sorriu e se virou para sair .
– Ah, quase esqueci! – disse ela, voltando até a penteadeira e apertando de leve meu ombro.
Então tirou dois pequenos envelopes quadrados do bolso de seu casaco.
– Chegaram há pouco.
Peguei-os e olhei brevemente a caligrafia. Não reconheci nenhuma das duas. Eu não tinha tempo para ler nem mais um cartão agora: eles teriam de se juntar à considerável coleção, no primeiro andar.
– Então – continuou Alejandra, um pouco hesitante – vejo você na igreja?
– Estarei lá – falei suavemente.
Ela saiu, ainda me olhando por cima do ombro com uma expressão indisfarçável de amor. Peguei os dois espessos envelopes para colocá-los sob o peso de papel da penteadeira: o grande seixo liso e transparente que eu recolhera da margem do lago.
Deslizei os cartões para baixo dele e deixei meus dedos se demorarem no gesto, correndo sobre os veios da pedra cinza e sedosa, recordando...
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A Nossa História
Fiksi PenggemarBárbara está prestes a se casar com Gonzalo, seu namorado por muito tempo. Ela não poderia estar mais empolgada. De repente... tudo muda. Ela é salva por uma estranha. Abalada, decide adiar o casamento. Nesse meio-tempo, Bárbara descobre segredo...