"E eu sei, seu calor é real. Sua mão colhe as flores azuis. Eu quero segurá-la. Uma flor que parece com você, floresceu neste jardim de solidão. Eu queria dá-la para você enquanto ainda há tempo."
"But I still want you..."
Um tempo depois do nascer do sol o Sr. Beija-flor levantou meio preguiçoso. Foi até o banheiro e tomou uma ducha de água fria, após o banho, foi até a cozinha fazer sua primeira refeição do dia. Depois de ter comido o café da manhã, Sr. Beija-flor se sentia mais disposto e com um bico nos lábios assobiou uma cantiga antiga enquanto caminhava até seu jardim, ao qual passava a maior parte do dia.
Ele cultivava todo tipo de flor e o que não faltava em seu imenso jardim eram girassóis, esta flor lembrava-lhe sua amada filha e dera origem ao seu nome, Solange, que ao completar seus 20 anos de idade partiu para a cidade em busca de seus sonhos.
O homem que um dia já foi casado atualmente carregava o status de viúvo, era sozinho e não gostava muito de visitas. Sentia falta de sua falecida esposa e chorava todas as noites antes de deitar-se em sua cama, a cama que dividiu com ela por longos anos.
Ao chegar em seu jardim, o Sr. Beija-flor notou o sumiço de algumas flores, não se surpreendeu, pois já havia alguns dias que suas flores vinham sumindo.
Uma vez montou guarda para descobrir o que acontecia com suas flores durante a noite, mas adormeceu e no dia seguinte, apenas pegadas na terra úmida que o mesmo não sabia ao certo se lhe pertenciam.
Dirigiu-se até a casinha onde guardava seus utensílios de jardinagem, pegou-os e foi cuidar de seu jardim.
Havia uma flor em especial naquele jardim, ela era única. Essa flor era sua falecida esposa. Uma rosa azul. Uma flor com tantos significados... Lembrava-lhe as orbes azuis de sua falecida mulher, de sua personalidade tão amável.
O homem ajoelhou-se no chão, perto da flor e molhou-a com o regador, colocou o regador ao seu lado, e ficou ali, ajoelhado, olhando a rosa azul que floresceu no jardim que o mesmo cultivou logo após a morte de sua mulher, um jardim cheio de solidão e tristeza, está flor que se assemelha a sua mulher era o seu coração.
Lágrimas de saudades caiam de seus olhos e molhavam o solo.
- Devolva o meu amor... Dê para mim o meu amor.
Ele implorava. Sabia que a flor não a traria de volta, mas mesmo assim o fez. Pediu e pediu. E como o sol já havia se posto, ele levantou e foi para casa, tomou um banho, bebeu um copo de água, pois não tinha fome, e foi para o quarto dormir.
Mas naquela noite ele não chorou, ele apenas olhou para o céu estrelado e sorriu, como se sua falecida mulher o estivesse confortando lá de cima. Ele dormiu tão bem que no dia seguinte acordou completamente animado, se pôs de pé junto ao sol, foi tomar o seu banho como de costume, comeu o seu café da manhã e foi ao seu jardim. Percebeu, logo assim que chegou, que nenhuma flor havia sumido, e com um grande sorriso nos lábios ele foi cuidar de seu amado jardim.
A noite já havia chegado e o mesmo continuou ali, plantando novos tipos de flores. Quando terminou, ele levantou e esticou as pernas mas logo se abaixou novamente quando viu um vulto e ouviu passos. Parecia uma pessoa. A altura lhe faltava e usava um sobretudo negro cobrindo-a por inteiro.
Sr. Beija-flor imaginou que fosse o ladrão e correu até a casinha onde guardava suas ferramentas e acendeu uma lanterna. O ladrão se assustou mas ficou imóvel e ao se aproximar percebeu que o ladrão estava parado ao lado de sua rosa azul.
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BLUE ROSE - O Desaparecimento Das Flores
Short StoryEm um belo jardim residia uma flor que realizava desejos. Esta flor realizou o desejo de seu dono que ao pedir por amor, ganhou uma ladra. →{Disponível no Spirit Fanfics}