Valkyrs - Damas da Guerra

Capítulo 3 - Fincabico

O corpo musculoso do norn se ocultava detrás de algumas rochas mais altas, sua visão perscrutava uma movimentação suspeita entre Grawls e Jotuns, ao que parecia a simulação de algo resguardado para o futuro. O jovem hesitou em seu movimento. Era forte, mas não poderia superar todos aqueles inimigos sozinho. Era ágil, mas não escaparia de tantas flechas e sabe-se lá o que mais o grupo poderia atirar contra si.

- Ficamos com o plano inicial, mas não me deixe esquecer e relatar isso para os wolfborn quando voltarmos. Agora vamos, Bahu. – sua voz grave, não passava de um sussurro.

Seguindo o norn com seu corpo igualmente grande, vinha um lobo negro. O animal companheiro se deteve atrás de seu mestre por alguns segundos, buscando aqueles indivíduos que minutos atrás o norn espreitava, mas não estavam lá. Com o costumeiro assovio chegando a seus ouvidos, o lobo disparou colina acima.

Os ninhos estavam próximos, seu olfato lhe dizia isso.

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- O que fazemos agora?!

Dhala corria com o cajado seguro entre as mãos, balançando-o a esmo como se fosse uma lança. Filhotes de grifos e mesmo alguns jovens cercavam-na, procurando seus pés, braços e rosto para bicar ou arranhar.

Outra figura menos abordada pelas criaturas saltava de um lado para o outro, dardejando os corpos entremeados na confusão de penas que caíam diante de feitiços distintos da elementalista. Suas flechas encontravam as asas, ainda pouco firmes, dos jovens animais que tinham se assustado com a presença das duas estrangeiras do ninho.

- Fogo! – clamou Ygvra. – Use as chamas contra eles, são jovens, vão fugir!

As flechas em breve acabariam o que fazia a jovem ''sem nome'' recorrer em sua mente para buscar outra estratégia. O combate corpo-a-corpo vai me cobrar mais destreza, mesmo com os filhotes.

De repente a fúria dos pequenos que atacavam a elementalista sossegou, não que causassem algum dano considerável, mas ainda assim lhe cobrava algum esforço para que não caísse ladeira abaixo.

Então ouviram um guincho entrecortar o ar, estava distante, pela leitura de ambas as participantes do festival, mas fora o suficiente para que os filhotes entendessem a mensagem.

- É a fêmea responsável pelo ninho, um macho não os acuaria. – apontou a elementalista, ajeitando suas vestes. Uma chama alaranjada bruxuleava no topo do cajado, iluminando um pouco mais o local em que se encontravam.

- Eu sei. – limitou-se a dizer a outra. – Vou recolher as flechas que ainda estiverem boas para uso, vai subir ainda?

Ygvra então passou de um corpo para o outro, procurando por aqueles projéteis de madeira que tinha confeccionado junto ao pai, mas que poderiam lhe ter alguma serventia ainda nessa caçada. Estes grifos filhotes não são presas de muito valor... Que o corvo encaminhe seus espíritos.

- Claro que vou. Acha mesmo que vou sair arrastando um grifo filhote como troféu?!

Não era uma pergunta para a qual Dhala pretendia obter uma resposta, por isso mesmo se colocou rumo ao pico do ninho. – É bom você se apressar, ou a fêmea pode achar que você sozinha fez isso...

Com um meio sorriso nos lábios, a temperamental filha dos Belfast viu sua nova – e não tão solicitada – companheira se aproximar.

- Acho que por interesse mútuo podemos ficar... Juntas.

- Por enquanto. – disseram em uníssono.

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O ritmo de festa no salão a céu aberto da Grande Caçada diminuíra. As famílias já se encontravam um pouco aflitas, ainda que buscassem não demonstrar. Cochichos entre os seus eram comuns, tentavam apostar no que seus participantes trariam como troféu.