- LAY! - gritou Ens.
Lay virou a cabeça para ela, que corria pelas escadas.
- NÃO OLHES PARA A MEDUSA!
Lay viu um brilho verde pelo canto do olhos e virou-se para não olhar.
As pancadas estavam mesmo atrás dela e sentiu algo a agarra-la e a levanta-la do chão. E ela percebeu logo o que era. Ela fechou os olhos e começou aos pontapés. Lay pode sentir uma mão na cara dela, seguida de uma vontade de abrir os olhos.
Depois, Lay sentiu que a medusa a tinha largado e ela caiu no chão. Ouviu-se uma espécie de rugido e Lay abriu os olhos.
Ens estava a lutar com uma criatura com cobras na cabeça que tentavam morde-la e também lutava consigo mesma. Felizmente o facto de a medusa também ter sangue a correr-lhe nas veias mantinha-a a querer atacar a medusa e não Lay.
Ens tinha a cara de medusa virada para a esquerda para não a olhar nos olhos.
A criatura para além de cobras na cabeça tinha pele verde como uma rã e um vestido verde escuro tão comprido que Lay não conseguia ver os pés da medusa. Então aquilo é que era uma medusa?!
Enquanto isso, Ens começava a perder as forças e a ceder.
- Ens! - exclamou Lay, antes de ir tentar ajudar Ens.
- LAY! - gritou Ens, ao perceber o que Lay ia fazer - SAI DAQUI! FOGE!
Lay agarrou uns dos braços da medusa mas largou-o assim que sentiu uma dor aguda na mão. Umas das cobras tinha-a mordido. Logo a seguir, ela é projetada contra a parede pelo braço livre da medusa.
A medusa acaba por também conseguir fazer o mesmo com Ens, que cai perto de Lay.
A criatura levanta-se e esfrega os sitios onde Ens a tinha agarrado com força enquanto as cobras olhavam confusas umas para as outras. Ela olha para as duas raparigas no chão, furiosa.
Ens, antecipando isto, pôe-se á frente de Lay. Mas ela não têm tempo de fechar os olhos e transforma-se em pedra.
Lay grita e a medusa ao ver o que tinha feito, solta uma gargalhada grotesca e desaparece como por magia.
Porque é que ela também não tinha tentado matar Lay? Ela não tinha a resposta para essa pergunta.
Lay correu para a frente e olhou a estátua fria que tinha na sua frente.
- Não...
Tudo tinha sido tão rápido... E agora, a última vox-metaformer tinha morrido. Para a proteger.
Lay agarrou-se á estátua e começou a chorar enquanto dizia algumas coisas incoerentes em voz baixa. Aquela missão já estava a ficar insuportável. Ela estava a sofrer demasiado.
Ela perdeu a contagem dos minutos que ali ficou e só de pensar que não pode cumprir a promessa que tinha feito a Ens, nem á cinco minutos...
Mais tarde
Lay gostava de ter feito algo mais do que fazer um minuto de silêncio por Ens mas foi tudo o que ela podia fazer naquele Labirinto do Luar infernal.
Ela ainda tinha umas lágrimas que caiam mas ela limpava-as assim que ela caiam. Aquele sitio estava a fazê-la perder a sua capacidade de esconder o que ela sentia. Ela só queria sair dali, ou ao menos encontrar Sofia e Max.
Lay ainda andou por um bocado, sempre tentado manter-se atenta mas a recente perda de Ens, mesmo que não a tivesse conhecido muito bem, distraia-a muito desses objetivos. A certa altura ela tirou a Chave da Terra do bolso e começou a a olha-la com atenção. Talvez ouve-se mais alguma coisa para descobrir.
Por falar em descobrir, Lay voltou a pensar no que Ens lhe tinha dito. Ela, se encontra-se Max, ia confronta-lo. E tudo isso fazia sentido. Devia ser por isso que ele sabia aquelas coisas todas!
Lay olhava para a lua que reluzia lá no alto de labirinto enquanto pensava nisso. As paredes de cristal pareciam estar mais brilhantes que há bocado mas ela pensou que era porque a Lua parecia cada vez mais que estava em cima dela. Talvez se estivesse a aproximar do meio do labirinto ao algo desse género. Talvez no meio do labirinto ouve-se alguma coisa. Outra chave? Mais perigos? E se não havia ''meio do labirinto''?
Lay pensou que estava a ser estúpida por pensar neste tipo de coisas e por isso ela passou maior parte do tempo a seguir a pensar numa boa forma de confrontar Max. Talvez quando ele estivesse sozinho. Mas como é que eles podiam ficar sozinhos naquele sem Sofia desconfiar ou separar-se deles?
Lay estava a pensar numa solução para esse problema e quase a chegar a outra encruzilhada do labirinto, quando Lay ouviu vozes e passos para além da curva do caminho esquerdo.
- Max! Tira as tuas penas da minha cara, por favor.
- Desculpa... Está melhor?
- Muito melhor, obrigado.
Lay ficou um pouco indecisiva. Seria outra armadilha? Valia a pena tentar? A única criatura que podia fazer tal coisa era a Ens e ela tinha morrido.
- Sofia? - gritou Lay.
As vozes e os passos param. Passado uns momentos, ouviu-se uma resposta:
- Lay?
Lay olhou para o caminho esquerdo e viu umas sombras na curva.
- SOFIA! - gritou Lay, correndo para o caminho esquerdo.
Finalmente uma boa noticia!
Assim que virou a esquina, Lay viu Sofia com Max aos ombros e esta, tinha um grande sorriso na cara.
- LAY! - gritou Sofia, correndo para Lay.
As duas raparigas abraçaram-se com força e Max, que agora estava a voar, disse:
- És mesmo tu! - disse Max, voando para cima da cabeça de Lay - Estávamos tão preocupados!
Lay afastou-se de Sofia.
- Sai-me de cima da cabeça, Max!
Ele ficou com uma expressão neutra e enquanto voava outra vez para Sofia, disse:
- Sim... - disse Max - Esta é mesmo a Lay...
Sofia riu-se e abraçou a irmã outra vez.
Lay voltou a afastar-se para tirar a Chave da Terra do bolso. Uma exclamação saiu das bocas deles enquanto Lay olhava para eles, sorrindo.
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A Deusa da Noite
FantasyUma vez que havia duas irmãs. A irmã mais velha fez o dia e a irmã mais nova fez a noite. Por muito tempo a sua função foi trazer a sua respetiva fase do dia e assim foi por muitos milénios. Mas a inveja começar a crescer na irmã mais nova que sente...