A descoberta

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Shaina: 

Acordo mais uma noite na casa de escorpião, desde aquele fatídico dia não conseguia sair daqui, pois era o lugar que me sentia mais perto dele, o que amenizava minha dor de tê-lo perdido. Me levanto como era de costume e abro uma janela deixando que os raios de sol entrasse dentro da casa, mas meu coração estava fechado e negro. Não queria saber de mais nada, sentia um enorme vazio dentro de mim. 

Sabia que Miro não iria gostar de me ver assim mas não conseguia ser diferente, não sou tão forte quanto Marin que por mais que estivesse sofrendo pela perda de Aioria, conseguia seguir sua vida, mas eu não. Era tão dependente da presença dele que não havia me dado conta, meu amor por ele era tão grande que eu mesma me assustava, era uma pena ter descoberto isso tão tarde. 

Olho pela janela e vejo que o santuário estava sendo todo reformado, principalmente as primeiras casas e não entendia o porquê disso, já que nada seria como antes, os dourados jamais voltariam. Me revolto por Athena não demonstrar nenhum sentimento pelos que se foram apenas liga para o Seiya que bato a janela e fechando a cortina e me isolando novamente, não queria ver ninguém. De Repente ouço a porta principal do templo abrir,  me escondi, pois se me descobrissem não poderia voltar, vejo alguns homens entrando acompanhados de um dos cavaleiros de bronze e escuto o que eles conversavam, sobre a reforma em escorpião, eu não iria permitir que tirassem nada daqui, essa casa era do Miro. 

Minha vontade era sair do meu esconderijo e matar um a um caso mexessem, mas como a reforma demoraria a chegar, teria tempo pra pensar no que faria e fico quietinha até eles irem embora. Depois que vão, vou até a cozinha fazer algo pra comer, pois havia dias que não conseguia colocar nada na boca, tamanho era a minha tristeza. 

Um mês depois....

Shaina:

Um mês se passou desde tudo que aconteceu e eu aqui presa na casa de escorpião, a cada dia a saudade aumentava, já não tinha mais forças para comer e me levantar da cama já não conseguia direito, tamanho era minha tristeza. Nos últimos dias tinha passado muito mal nada me importava eu só queria morrer para encontrar com o meu Miro. Não tinha uma noite se quer que não chorasse mas ultimamente nem lágrimas eu tinha mais e só um vazio tomava conta de mim. 

Estava deitada e sem forças quando ouço a porta abrir, tentei levantar da cama mas não consegui, minha voz não saiu e meu coração batia mais forte, não queria que me tirassem daqui, aqui era meu lugar, minha vida estava aqui, perto dele. Abraço o travesseiro forte e fecho meus olhos deixando algumas lágrimas rolarem.

Marin:

Chegamos em escorpião com os homens responsáveis pela reforma, no qual avaliaram por onde começariam as reformas porquê, as casas tinham que estarem impecáveis para quando os novos cavaleiros chegassem. Meu coração batia mais forte  e triste em saber que um novo cavaleiro assumiria a casa de leão, dou um suspirro, mas tinha que continuar era isso que Aioria esperaria dela. Enquanto eles mediam a sala, a cozinha, e os outros canto na sala, noto que havia uma chaleira quente no fogo e logo deduzi que havia alguém ali. 

- Quem pode estar aqui?

Ando pela sala de um lado para o outro tentando imaginar quem pudesse estar aqui, já que a casa deveria estar fechada. Por um momento, me lembro de não ter visto mais a Shaina desde que Athena tinha voltado da guerra e sempre soube que ela era apaixonada por Milo.

-Só pode ser ela! 

Saio correndo da sala e vou procurar nos quartos, como a casa era grande abro várias portas e nada, quando chego a um quarto no final do corredor, abro a porta, entro e vejo alguém deitada na cama. Me aproximo lentamente e me assusto com o que vejo.

-Shaina?

Ela estava irreconhecível, muito longe daquela mulher linda que havia conhecido. A seguro em meus braços, ela abre o olhos,  diz que não queria sair dali e que queria morrer, eu brigo com ela dizendo que o Miro não ia gostar de vê-la desse jeito, mas foi o útil, quanto mais eu falava mais se debatia, então pergunto a quanto tempo ela não se alimentava ela disse vários dias. Quando ia brigar novamente com ela, noto que ela está meio enjoada, me afasto, pega do rapidamente uma vasilha que estava na cabeceira da cama, lhe dou e ela vomita. 

- Droga! Isso não passa!!!

Ouço ela reclamar e logo a indago.

- A quanto tempo está assim? 

Pergunto e vejo ela me olhar com seu olhar mortal mas olho da mesma forma pra ela e vendo que não aguenta ficar de pé ela me diz que algumas semanas, ao ouvi-la logo deduzi o que seja.

-Sua irresponsável vamos ao médico agora! 

Falo num tom nada amigável,  a pego no colo, pois estava fraca e mesmo se debatendo nos teletranspotamos para o médico, no qual.pelo seu estado debilitado foi logo atendida. A colocam no soro e fazem todos os exames. Alguns minutos depois sai o resultado, ela estava grávida e eu fiquei muito feliz ia ser titia. 

Shaina: 

Desde que Marin me achou e me levou para o hospital, não estava gostando daquela idéia, ao ficar no soro, piorou mais ainda, estava com uma raiva dela tão grande, mais tão grande, que esse sentimento se transformou por um outro que não sabia definir o que era, quando soube que estava grávida. Estava perdida nos meus sentimentos que não tive reação e fiquei paralisada por alguns minutos, não sabia o que pensar e nem o que dizer. Coloco a mão no meu ventre e fecho os olhos, tinha uma sementinha do Miro, do meu amor crescendo dentro de mim e assim ele estava mais perto de mim, não estava mais sozinha, olho para Marin e deixo algumas lágrimas rolarem, ela me abraça forte.

- Você não está sozinha, Shaina! 

Só chorava de felicidade, imaginando o que Miro sentiria ao saber dessa notícia, me sentia muito estranha, estava feliz no meu luto. E decido ali me cuidar e viver somente para o meu bebê. Depois de algumas horas no soro, tenho alta e voltamos para escorpião, não queria sair de lá, mas precisava ter o consentimento de Athena e peço a Marin que me levasse até a deusa e assim fomos. Quando chegamos, Athena nos aguardava. Converso com ela, explicando tudo inclusive da gravidez, mas ela foi fria comigo me dizendo que poderia ficar até os novos cavaleiros de ouro se apresentarem, e faço minhas contas mentalmente e ele nascerá justamente sob o signo de escorpião. Paro para terminar de ouvi-la mas não concordava com o que ela estava fazendo, mais uma vez estava sendo egoísta e que meu bebê por direito era o herdeiro da oitava casa, por ser filho de Miro e ser do signo de escorpião. 

Depois de ouvi-la vou com Marin para escorpião e ao entrar me sento no sofá passando a mão na barriga enquanto a ruiva ia fazer algo pra eu comer, acho que ganhei uma babá. Deixo um sorriso escapar e penso no meu amado. "Miro, meu amor, nosso bebê está bem aqui, queria tanto que estivesse aqui comigo mas sei que pode não estar fisicamente mas sempre está ao meu lado. Prometo cuidar do nosso bebê". Enquanto pensava no meu amor, Marin me dá um tapinha no braço com um prato de sopa na minha frente e me faz comer tudo, depois de comer forçadamente começo a suar me sentindo mole e a olho.

- Acho que preciso dormir! 

Brinco com ela e recebo um sorriso.

- Isso se chama fraqueza! Vem que eu te ajudo!

Sorrio de volta e vou com ela, afinal tinha Mari  como minha irmã, sempre convivemos juntas, passamos por dificuldades e alegrias juntas. Ela me coloca na cama e cuida tão bem de mim, ficando ao meu lado até eu dormir.

Marin: 

Vejo minha irmãzinha de consideração dormindo e fico ao seu lado, mas não poderia demorar muito. Deixo um bilhete pra ela avisando que voltaria mais tarde, para ve-la,  deixo algumas frutas, sucos na geladeira e mais sopa na panela. Fecho as cortinas e saio devagar para não acorda-la, mas estava feliz, por ser tia. 

Continua...

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