Capítulo I

3.3K 355 24
                                    

Você é igual a ela, eu não a tive, mas tenho você

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Você é igual a ela, eu não a tive, mas tenho você.

Não adianta gritar, ninguém vai te escutar.

Quem acreditaria em você, uma gorda mal amada.

É mentira! Ele nunca olharia para você!

Você é a vergonha da família, a minha maior decepção.

Você é a culpada, você!

A minha mente mais uma vez divagou em lembranças, existem coisas que eu gostaria de apagar dela, mas é impossível. Saímos de Holambra apenas para que eu não ficasse refém da minha família. Vovó havia sido um anjo em minha vida assim como foi com Juliana anos antes quando a apoiou a sair de lá e seguir sua vida aqui em São Paulo.

- Fernanda, eu vou para a yoga com a vizinha do 801, você vai ficar aqui mesmo?
- Não vovó, irei procurar um cursinho para continuar a estudar para o vestibular. – disse saindo do sofá.
- Tudo bem, tome cuidado. Por que você não procura a sua prima, ela deve conhecer algum curso bom ao menos sabe andar por essa cidade melhor do que você. – disse e tive que concordar com ela.
- A senhora sabe onde ela trabalha? – vovó deu um sorrisinho.
- É só procurar na internet aquele homão que você vai achar, pegue um taxi. – disse ajeitando suas coisas e por fim olhando no relógio. – Já estou ficando atrasada. Não se perca por ai, beijos, vovó ama você. –sorri.
- Tchau vó. – ela saiu me deixando com seu perfume de rosas. Gostaria de entender como vovó pode ser tão louca e ter tanto pique com toda essa idade.

Entrei na internet e procurei pelo nome do Eduardo, apareceu MF Arquitetura e seu endereço em São Paulo. Já que vovó havia mandado ir de taxi, chamarei um uber que é mais rápido e fácil.

Ainda me sentia meio temerosa ao ficar sozinha com algum homem, mas desde que ele não me tocasse, estava tudo certo.
Não demorei nada para chegar ao local que Juliana e seu noivo trabalhavam. Quando a recepcionista liberou a minha entrada, depois de pegar minha identidade, fui encaminhada para o elevador, a sorte é que ele estava vazio pelos cinco primeiros andares, depois entraram uns engravatados bem dos esnobes de nariz em pé. Dei glorias que chegou ao nono andar rápido, assim que sai do elevador dei de cara com uma Barbie plastificada, revirei os olhos quando a percebi me olhar de cima a baixo.

- O que você está fazendo aqui? 
- Infelizmente olhando para sua cara, mas, queria mesmo é falar com a senhorita Juliana Vasconcelos. 
- Tem hora marcada? – bufei.
- Se eu tivesse hora marcada não estaria aqui falando com você. – sorri, ela estava vermelha de raiva.
- De que lugar você é, preciso saber se ela vai querer te receber. 
- Meu nome é Fernanda e eu sou prima dela. – Barbie pegou o telefone e virou para o outro lado. A coisa falava tão baixo que parecia mais murmuração.
- Pode entrar, é a porta do meio. – segui para a sala de Juliana. O mundo está precisando de gente mais educada, nossa, se ela achava que iria agüentar a grossura dela calada ela estava muito enganada. Bati na porta e entrei.
- Você trabalha em um prédio de loucos, sério.
- Isso eu sei. Bom dia. Como chegou até aqui? – perguntou meio confusa.
- De uber. – dei de ombros. – Preciso falar com você. 
- Sente-se, a vovó está bem?
- Sim, está. – me sentei na cadeira que estava à frente de sua mesa.  – Eu vim por que não conheço nada aqui e ela quer que eu continue a fazer o pré vestibular. – dei de ombros.
- E você quer continuar? – senti como se Juliana estivesse me analisando.
- Sim, se isso me fizer desaparecer daquela cidade. 
- E o que fez você querer sair de lá, Fernanda? 
- Várias coisas, mas eu não quero falar disso. – olhei para janela e foquei na paisagem.  – Você é feliz aqui, não é? – ela respondeu bem rápido.
- Sim, muito.
- Então eu também serei. Eu e vovó. 
- Serão, mas eu descobrirei o que aconteceu, não precisa me contar agora, mas eu preciso saber. O meu desejo é ajudar vocês, seja do que for.
- Eu sei. Mas agora não é hora para isso.
- E quando será? – meus ombros fizeram o caminho para cima sozinho. – É algo com a saúde da vovó?
- Não. É mais como a vovó está me ajudando.
- Se você está a ajudando eu também irei. Preciso fazer uma coisa n hora do almoço, mas assim que acabar nós vamos ver alguns cursinhos por perto. Não quero você perdida por aí.
- Bem que vovó falou que você irei me ajudar, mesmo eu sendo irmã da Talita.
- Mas você também é minha prima, e Fernanda, você não é a Talita. Não ache que você é a sombra dela apenas por ser sua irmã.
- Não acho. Somos muito diferentes, tanto de corpo como de personalidade.
- Então se sinta privilegiada. - sorrimos. - Me espere que saímos juntas daqui, ok?
- Tudo bem. Enquanto isso vou catar algo para beber por aqui. – levantei e fui em direção a porta. – Eu já volto.

O mais louco amor (Livro 2 - Amores) RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora