Capítulo: 12 - Conversa de travesseiro

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Por Sam ...

"Suba a bordo. Vamos devagar e em ritmo acelerado. Luz e escuridão. Me abrace com delicadeza e vontade. Vejo a dor, vejo o prazer. Ninguém além de mim, além de você, além de nós, corpos colados." Quando a ideia da declaração veio em minha mente, eu desejava, mas não pensei que estaria aqui neste momento. Com ela. Sua respiração ofegante e o suor que escorria entre seus seios. Totalmente em transe. A única coisa que importava era não se soltar. Era como se estivéssemos com tanta saudade e vontade um do outro que agora nada mais importava. O mundo parou e só havia nele nós dois. "Eu adoraria te abraçar hoje e sempre, eu adoraria acordar ao seu lado. Então a gente irrita os vizinhos neste lugar em que sentimos as lágrimas, neste lugar onde perdemos o medo. Comportamento imprudente neste lugar que é tão puro, intenso e cru." Caitriona e eu deixamos nossas vontades falarem mais alto quando nos conhecemos, somente depois disso veio o amor. Um amor que eu não estava preparado para ter. E me sinto feliz que a vida tenha me dado uma nova chance. A diferença entre antes e agora? O amor veio antes desta vez e dessa vez estou preparado para tê-la em minha vida. Ela é meu motivo de felicidade. "Na cama todo o dia. Conversa de travesseiro. Ninguém além de mim, além de você, além de nós, corpos colados. Eu gosto de abraçar hoje e para sempre, eu gosto de acordar a seu lado. É um paraíso." Com a maturidade eu aprendi que existe um momento e uma hora para tudo. Inclusive para o amor, principalmente para o amor. Existem momentos em que estamos na vida de nossos futuros amores antes do que deveríamos e existem momentos em que chegamos depois, atrasados. E nada pode dar certo antes ou depois do momento certo. Talvez seja o que tenha estimulado, mesmo que indiretamente, o meu comportamento em nossa relação anterior. Não estou colocando a culpa no destino, conheço bastante minhas falhas, mas aquele não era o momento indicado para nenhum de nós dois. E gerou muitas lágrimas e mágoas que necessitaram anos para serem curadas. Inclusive raivas auto justificadas. Eu a amei de uma maneira torta e negligente anteriormente. Eu não a amei. Amar requer, necessariamente, cuidado e empatia. Acho que isso é o que mais me dói hoje. A descoberta de que o amor não existia da minha parte, porque para se amar o outro é necessário amar a si. E eu não tenho certeza se me amava. Eu curtia tudo o que estava acontecendo na minha vida e até a ideia de ter alguém totalmente envolvida comigo, mas eu achei que certas coisas não feriam. 

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Após o beijo eles se entreolharam. Ela não queria mais ficar presa ao passado e ele se permitia pleitear um futuro. Sem lágrimas, sem mágoas, sem culpas. Somente companheirismo, amor e talvez algumas discussões,  afinal nada é perfeito. Mas dessa vez ansiando que mesmo durante uma briga, o amor falasse mais alto e nada que pudesse realmente ferir o outro entrasse entre eles. Parece querer uma relação perfeita, contudo era apenas uma relação como se deve. É que estamos tão acostumados a ansiar por relações e amores que não nos fazem bem que quando ambos anseiam por algo diferente disso parece algo utópico. 

O restaurante veio abaixo em aplausos e gritos empolgados. E Sophie viu o sorriso de sua mãe brilhar como poucas vezes antes. Ela estava, finalmente, se permitindo sonhar com algo que a fazia bem. Estava permitindo que alguém a fizesse feliz e compartilhasse de sua felicidade. É necessário dizer que somente de amor não se vive, porém é bom deixar ele entrar de vez em quando. 

Sam: (a olhou após separarem suas bocas) E isso? 

Cait: (sorriu) Não parta meu coração, sim? 

Sam: Juro que essa é a última coisa que pretendo fazer. (a abraçou fortemente mantendo-a aconchegada em seu peito) Eu te amo, Cait, eu realmente te amo. 

Cait: (uma lágrima começou a rolar em seu rosto) Eu também te amo. (se beijaram novamente e então decidiram continuar seu jantar. Sophie iria pra casa de uma amiga de Cait apóso jantar) 

O jantar transcorreu sem maiores alterações. Uma fã ou outra pediu uma foto a Sam, mas nada demais. Ambos sentiam como se o peso em suas costas estivesse menor, mais brando. A conta veio e eles seguiram para a casa de Cait para que ela arrumasse uma mochila pra Sophie. A mochila foi feita e eles a deixaram na casa de Carolina, que estava com uma priminha em sua casa naquela mesma noite. O que seria ótimo para Sophie. Em seguida foram para a casa de Sam e mal entraram suas roupas já estavam sendo espalhadas pelo entorno. 

Cait: (lhe falando no ouvido) Tire meu ar. 

Por Cait... 

"Observando cada movimento nesse jogo de tolos. Neste mar sem fim os amantes não tem vergonha, retornando para este lugar seguro. Observando vagarosamente enquanto você se vira e diz: tire meu ar." Se alguém me dissesse a alguns anos aonde eu estaria agora eu juraria que era mentira. Sam me machucou muito no passado, de uma maneira que eu pensei que jamais poderia me recuperar, entretanto nenhum de nós dois estava realmente preparado para seguir adiante com uma relação como essa. Nem mesmo eu. Embora, eu o tenha amado. E muito. "Vendo que continuo esperando e antecipando o amor. Sem hesitar até que sejamos os destinados. Retornando para um lugar onde nos escondamos. Até que você vira pra mim e diz: Meu amor, tire o meu ar." O amor vai muito além de somente amar, de somente saber-se amado. Vai muito além do sentimento. É poder contar quando mais se precisa, é não precisar lutar para não ofender de maneira irremediável ao ser amado numa discussão, porque cada passo é pensado para que a relação dê certo. É estar mesmo sendo diferentes, pois somos diferentes e é isso que faz com que nossa relação também dê certo. É saber que amar é um esforço contínuo, um trabalho árduo e ainda assim, prazeroso. "Quando o espelho quebrar eu o chamarei, me virarei para escutá-lo dizer que somente por hoje você não te mais medo. Perseguido pela noção de que em algum lugar há um amor em chamas." E sim,eu escolho amar este Sam. Este homem que está sempre a meu lado. O homem que cresceu. Porque se há algo inevitável na vida, é isso. Todos crescem, mesmo que seja somente na idade. As coisas mudam, nada se estagna à nossa espera. O mundo gira, e gira e devemos girar com ele. Ou fazemos isso ou ficamos para trás. 

"Aqui, no escuro com você, eu não tenho nome." 

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Oi, gente. Tudo bem? Espero que todas estejam bem. Escrevi este capítulo para alegrar a quarentena de vocês. Espero que gostem e até a próxima. Com a quarentena é possível que eu escreva e poste com mais frequência. Até lá. Não esqueçam de comentar. Adoro ler o que acham. Beijinhos!!! 

O trailer do meu suposto amorWhere stories live. Discover now