sobre se amar perfeitamente para ser amado

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Changbin era uma florzinha murcha, e isso era fato

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Changbin era uma florzinha murcha, e isso era fato. Outro fato era que estava irremediavelmente apaixonado por uma flor que branca era adorada por Eros e foi colorida por Afrodite.

A flor de Jupiter andava cabisbaixa; exalando o perfume do conformismo. Changbin era cravo amarelo, flor da rejeição que só simbolizava beleza em meio as cores vivas de um poema. Apesar de poder florescer todo o ano, o Seo apenas se permitia ao findar da primavera, quando o sol do verão começava a desfilar por aí, ansioso, trazendo consigo o ápice da luminosidade: os sorrisos de certo australiano sardentinho que florescia na primavera e no outono, mas ainda assim amava a estação mais quente do ano.

Em suas mãos violas tricolores; amor perfeito nem tão perfeito assim. E como Lee Felix era amor perfeito, tricolor e especial, o cravo levava para ele o pequeno poema de seu coração.

Se declarar era como podar uma erva daninha com a lâmina da rejeição. O Seo sabia que jamais seria uma begônia como Yang Jeongin, que era ornamental, significava felicidade e era belo em demasia. Felix preferiria begônias a cravos, e esta era a realidade. 

A paixão pelo Lee floresceu com a primavera; numa tarde em que nada realmente parecia fazer sentido, as piadas de Felix fizeram todo o sentido do mundo, acompanhadas pela risada alta e contagiante como raios de sol. Changbin nem sabia como havia ido parar na varanda da casa da Viola Tricolor fazendo penduricalhos e enfeites para o mais novo pendurar nas janelas da casa; Lee Felix adorava tilintares, e Seo Changbin tinha um coração que tilintava por ele em melodia descompassada e risada anasalada. Foi quando o Cravo percebeu que em seu mundo haviam dois sóis e muito mais constelações do que se sabia.

— Vamos Changbin, você precisa fazer isso!— encorajou a si mesmo, já na porta da casa do australiano. Travou os passos em frente ao portão, encarando as paredes amarelas da casa, ouvindo o tilintar dos sininhos e enfeites pendurados que o Lee adorava colocar em todos os cantos da varanda que faziam companhia ao seu coração descompassado de nervosismo puro.

A Flor de Júpiter deu um, dois, três passos e parou de contar. Tocou o sininho da porta, sorrindo um pouco ao lembrar da viola tricolor reclamando do barulho chato da campainha da casa, que ficaria muito melhor se fosse proveniente de sinos.

Changbin fechou os olhos por segundos, tomando toda a coragem que podia; mas quando a porta foi aberta e ele viu o australiano, não havia sol e não havia mais coragem no jovem Cravo. Felix tinha as bochechas molhadas e os olhos vermelhos, como uma pequena florzinha murcha.

— Bin...

E a viola abraçou o cravo fortemente; e era calmaria em tempestade. Um buquê de amarelo e pôr-do-sol; poema de amor e desilusão. O Seo não entendia, mas sabia que o australiano precisava que alguém fosse seu porto seguro naquele instante.

Depois de chover como cumulo nimbus, deixando o sol de seu sorriso coberto; a tormenta parecia diminuir com os fungares da Viola. Changbin estava sentado no sofá coberto por uma colcha colorida, o arranjo de amores perfeitos feito por Jisung estava jogado em algum canto da sala.

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