Capítulo 03 - What Is Love

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Changkyun arde de amor por Minhyuk e, até certo momento, sente que esse sentimento lhe é retribuído. Mas chega um dia qualquer e as desculpas vão ficando redundantes, os encontros mais difíceis e as conversas mais curtas; tudo é um pouco menos emocionante do que antes e são visíveis os sinais de frieza que despontam de Minhyuk quando Changkyun chega munido de perguntas. Ele não entende o que pode estar havendo, se fez ou disse algo errado ou se relacionamentos com solitários tendem a se tornar vazios, a magia e a euforia perdendo força aos pouquinhos.

— Tem alguma coisa acontecendo? — ele questiona quando estão esperando pela conta do jantar. Toca as mãos de Minhyuk sobre a mesa, a pele quente e os dedos inquietos de sempre (ao menos isso não muda). O outro jura que está tudo bem, mas não é convincente o bastante. Há algo em seu sorriso e no azul escuro de sua aura e Minhyuk desvia o olhar para o lado para que Changkyun não continue a encará-lo da forma como faz.

Eles se entretêm como podem, embora a pergunta ainda reverbere de maneira levemente constrangedora pelo ambiente. É apenas quando estão de volta à casa de Minhyuk que este toma coragem de expôr o que tanto tentou esconder durante os últimos dias.

Existe um cara, Hoseok, a quem Minhyuk andou vendo por duas ou três vezes. A expressão de Changkyun dá calafrios na espinha do mais velho que confirma: foram três vezes.

— Por quê? — Changkyun quer saber. — Está procurando por seu soulmate?

Minhyuk nega com veemência. De forma alguma. Não quando ele tem a pessoa que mais ama do seu lado.

— Hoseok é só uma... fase — ele tenta explicar —, ele é uma aventura.

Mas o que Changkyun lê em sua face é que Hoseok é incrível, talvez mais um solitário do qual Minhyuk pode se aproveitar, talvez um cara que o fode tão bem quanto ele o faz.

— Ele é um passatempo, uma atração boba — Minhyuk completa, achando que este é um leque correto de adjetivos, sem perceber que só piora seu discurso.

Porém, para evitar atritos, Changkyun finge entender. Olha para as próprias mãos contendo a vontade de estourar, vontade essa que lateja de suas têmporas até a sola dos pés. Não consegue esconder o quanto está decepcionado por acreditar que seria único novamente na vida de alguém. Respira fundo quando sente as mãos de Minhyuk em suas pernas, o mais velho aconchegando-se a seu lado no sofá, preocupado com o silêncio instaurado no cômodo.

— Achei que tivéssemos essa liberdade no nosso relacionamento — ele diz e espantosamente dá a entender que acredita nisso. — Não sabia que ficaria tão chateado.

— Por que não me contou antes? — Changkyun indaga, ainda não respondendo aos apertos dos dedos de Minhyuk em si, clamando em gestos por perdão.

— Porque não tinha certeza sobre qual seria a sua reação — ele responde. — Porque percebi, apenas depois, que você poderia não compreender... Me desculpe.

E assim, Minhyuk promete que não verá mais Hoseok. Sela a promessa com um beijo molhado e sobe no colo de Changkyun provocando-o porque quer que eles fiquem bem de novo. A princípio, ele tem de se esforçar para ter seus toques correspondidos, mas depois, quando os corpos começam a demonstrar os sinais habituais de excitação pelo contato, Changkyun se dá por vencido.

E fode Minhyuk com tamanha vontade e violência que lhe parece que desconta a raiva de vinte homens traídos em um só.


Ainda assim, o que sente não muda. O amor ainda ribomba em seu peito sempre que olha para o outro e ele sente que vai explodir quando se mete dentro de Minhyuk e o escuta dizer o seu nome várias e várias vezes. Soa tão bem em seu tom de voz rouco e isso amansa o mais novo com relação às suas desconfianças.


Mas quando conta a Jooheon sobre o problema, é levado a acreditar que deveria ter esperado exatamente por isso no momento em que aceitou se envolver com alguém que não lhe fora destinado. Seu melhor amigo não o culpa diretamente, mas Changkyun sabe que Jooheon é totalmente contra seu relacionamento com Minhyuk. Ainda defende com unhas e dentes a memória de Kihyun e às vezes age como se Changkyun estivesse desrespeitando todos os três anos em que viveu ao lado do garoto. Changkyun, que de início ficava bastante irritado com isso, agora compreende que Jooheon está apenas enciumado. Aprende, depois de muito observar as pessoas com uma atenção que antes não conseguia canalizar, a ver mais do que uma simples cor em suas auras: vê também a movimentação delas como ondas do mar, calmas quando os sentimentos são bons, agitadas quando os sentimentos são ruins. A aura de Jooheon está sempre quebrando contra rochas quando Changkyun menciona Minhyuk e, embora ele sorria e aparentemente aceite as coisas como estão, o mais novo sabe que há uma maré incansável que poderia afogá-lo muito depressa.

Graças aos céus e por alguma razão inexplicável, a amizade entre eles mantém-se intacta e é Jooheon quem o ajuda a descobrir um pouco mais sobre Hoseok: um cara extremamente bonito e de um físico invejável, felizmente de passagem pela cidade, à trabalho. Eles o veem sozinho e Changkyun confirma que Minhyuk está cumprindo com a promessa, não voltando a se encontrar com o breve amante.


O ciúmes que Changkyun sente é encarado por ele como uma prova de amor. Amor de amigo para o caso de Jooheon, mas, com relação a Minhyuk, amor de verdade. Quando visita o túmulo de Kihyun, sozinho, ele questiona se está correto e se deve continuar a dar cordas ao que sente.

— Eu vou precisar de você para sempre, Kihyun — Changkyun sussurra, crente de que seu soulmate necessita dessa confirmação —, mas não quero renunciar o que tenho com Minhyuk. Me dê um sinal para que eu saiba que você compreende e me apoia. Qualquer sinal.

Mas nada acontece.

Talvez Kihyun discorde, mas Changkyun prefere acreditar que ele apenas não pode ouvi-lo, porque além da febre que lhe toma a consciência, o rapaz não apenas arde de amores, mas também se torna cego e ignorante de seus próprios passos.

Quando volta para seu apartamento, percebe que deixou a janela aberta. As cortinas se esvoaçam e um dos bibelôs tão preciosos está em cacos no chão da sala de estar.

Changkyun não sabe mais o que é certo e o que é errado, muito menos que espécie de amor ele vive, mas entende que seu coração está suplicando para não ser ferido outra vez.


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NOTAS:

Espero que nenhum de vocês viva um relacionamento tóxico, porque ele começa assim, com pequenos deslizes, e muitas vezes a pessoa aprende a sempre relevar como o Changgie tá fazendo...

Me deixem saber o que estão achando, okay?!

Toxic Relationship | ChangHyukOnde histórias criam vida. Descubra agora