GONZAGA (Não editado)

Consultas.

Quando chegámos ao consultório, não demorou para nos atenderem. Dentro da sala, Travis não largava a minha mão.

"Parece estar bem ansioso." – A médica disse – "É o primeiro de vocês?"

"É sim." – Eu disse e reparei que ela franziu as sobrancelhas – "O que foi?"

"Eu volto já." – Ela disse e saiu da sala.

"O que pode ser?" – Perguntei.

"Fique calma. Talvez não seja algo grave..." – Travis disse e começou a acariciar a minha cabeça.

"É. Talvez tenha razão..."

Não demorou muito, a médica voltou.

"Maria Lúcia, parece que você tem insuficiência placental." – Ela disse.

"Isso é grave?" – Perguntei.

"Infelizmente, sim. A placenta é o orgãos que envolve o bebé no útero e parece que ela não se está a desenvolver bem."

Abracei Travis e comecei a lacrimejar.

"Ainda é muito cedo para dizer o que acontecerá mas foi bom termos descoberto isso logo na terceira semana."

"O que podemos fazer?" – Travis perguntou.

"Ela tem que estar em repouso absoluto porque corre o risco de aborto."

"Meu Deus..." – Sussurrei.

"Vou lhe receitar umas vitaminas para ver se conseguimos atenuar essa situação mas tudo é incerto."

"Está bem." – Travis disse.

"Vou sair para que tenham alguma privacidade... Se precisarem, é só chamar."

Ela saiu e eu comecei a chorar. Travis colocou a minha cabeça em seu peito e acariciou o meu cabelo.

"Se acalme, por favor..." – Ele disse.

"O que vamos fazer agora?"

"Eu vou pedir licença e vou ficar com você, está bem?"

"Está..."

"Nós vamos ultrapassar isso juntos..."

Fomos para casa. Durante os primeiros meses, nada demais aconteceu. Tudo estava correndo bem e o bebé estava saudável mas, na primeira semana do terceiro mês, enquanto Travis tinha ido ao supermercado, Carina decidiu aparecer.

"Demorei muito para encontrar você..." – Ela disse enquanto entrava.

"O que quer?"

"Quero saber o porquê ajudou Bartoli."

"Me desculpe?"

"Estive lá, em casa de Selena e Teresa. Elas desapareceram, sabia?"

"E o que eu tenho a ver com isso?"

Ela tirou um cigarro do bolso e acendeu.

"Apague isso."

"Calma. É só um cigarro."

"Carina, apague isso!"

"Está bem, eu vou apagar. Se me disser o porquê."

"Eu não devo explicações a ninguém. Especialmente a você."