Baby Doll • Noart

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                        Boᥲ ᥣᥱιtᥙrᥲ
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Minha mãe e eu passamos o resto da noite na cozinha apertada lavando a louça e consertando o encanamento. 

A água continuou saindo para fora dos canos da pia e nossas roupas ficaram constantemente molhadas por causa disso. 
Nós havíamos relatado o problema para o síndico  meses atrás, mas ele ainda não havia feito nada a respeito.  Não tínhamos escolha a não ser consertar isso ou simplesmente lidar com isso.

"Mãe ... Estou cansada disso. Você poderia, por favor, me deixar arrumar um emprego no supermercado na rua? É bem seguro lá."  Eu pedi, embora eu soubesse exatamente quais seriam as próximas palavras dela.

"Já passamos por isso mil vezes. Você não vai deixar este apartamento." 

Enxugou o suor na testa com as costas da mão e voltou a secar os pratos com um pedaço de pano rasgado. 

"Eu tenho dezessete anos, mãe. Você pode confiar em mim para cuidar de mim mesmo. Eu quero ajudar." 
Ela colocou o prato no balcão antes de caminhar até mim. 

"Não é em você que eu não confio. São as pessoas lá fora."  Lágrimas brotaram de seus olhos azuis enevoados quando ela falou.

Minha mãe ficou muito emotiva desde a morte de meu pai.  Ela iria apenas chorar seus olhos sobre as menores coisas que eu suspirei. 

"Tudo bem, mãe. Tudo bem."  Eu ofereci conforto quando estendi a mão e abracei-a "Tudo bem". 

Ela se afastou com uma fungada.
"Eu vou ficar bem. Vá e durma agora. É tarde." 

Eu balancei a cabeça e fiz o meu caminho para fora da cozinha.
Passei pelo quarto de Jacob
e grunhidos estressantes puderam ser ouvidos. 
Os pesadelos eram um acontecimento noturno normal para ele desde que ele era um bebê um pouco menor que a cozinha, mas era espaçoso o suficiente para caber nela.
Meu quarto era uma cama pequena de solteiro  e uma penteadeira.  As janelas estavam rachadas na superfície e o grande buraco de rato ao lado da minha cama estava cheio de jornais porque eu tinha um medo doentio dos ratos. 
Eu fechei a porta e ela rangeu mais alto do que eu pensava.  Eu caminhei até a minha penteadeira e olhei para o reflexo empoeirado no espelho.
A tristeza era sempre protuberante em meus olhos, não importava o quanto eu tentasse escondê-la.  Meus lábios estavam secos e rachados. Meu cabelo loiro  tinha perdido seus cachos saltitantes,tornou-se descontroladamente frisado.
Eu havia negligenciado minha aparência e simplesmente não me importava com o que as pessoas achavam de mim.

Escovei o cabelo   para me livrar dos horríveis emaranhados.  Ele costumava ser reto e liso e macio. O dano foi devido ao sabonete que eu usei para lavá-lo.  Os shampoo disponíveis nas lojas eram muito caros para nós.  Precisamos economizar o máximo que podíamos.
Deixei cair a escova e me joguei na cama.  Como eu fiz todas as outras noites, eu olhei para o teto vazio até meus olhos ficarem pesados de sono.

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"Onde está meu dinheiro?" Uma voz descarada me tirou do meu sono.
Ainda aturdida, tropecei para a minha porta e encostei-a no ouvido.
"Vou conseguir de alguma forma, prometo. Por favor, me dê mais uma semana!" Eu ouvi minha mãe implorar. Este não foi um desses sonhos.
"Assim como você, eu tenho que ganhar a vida". A voz do homem baixou, mas a vulgaridade não diminuiu nem um pouco. Eu soube imediatamente que era Richard.
Ele estava aqui para o aluguel.A próxima coisa que ouvi foi um estrondo alto. Meu coração batia forte quando abri a porta e corri para fora para minha mãe.
"Por favor, nos deixe em paz!" Eu chorei enquanto estava em pé diante da minha mãe, uma tentativa desesperada de protegê-la.
Os olhos escuros de Richard dispararam para mim.
Eles não tinham simpatia. Seu físico alto e gordo vestia um terno de couro de aparência elegante. Seus lábios estavam escondidos sob um bigode espesso e sem higiene, definitivamente digno de constrangimento. E Suas bochechas musculosas incharam. "Como eu poderia ter esquecido que você teve uma filha, Georgia. Qual é o seu nome, querida?"

"Sina, volte para o seu quarto agora." Minha mãe mandou.
"Ah, certo ... Sina! Seu nome é quase tão bonito quanto você. Você cresceu bastante." Richard sorriu e minha garganta ficou tensa.
"Sina, vai! Eu posso lidar com isso!" Minha mãe levantou a voz.
"Por que não fazemos um acordo, Georgia?" Richard encolheu os ombros. "Desde que você não pode pagar pelo seu aluguel ou outras dívidas, por que não colocar sua filha em bom uso e fazê-la pagar por isso?"
"Outras dívidas?" Eu sussurrei para minha mãe.
"Você já ouviu falar de Baby Dolls?" Mesmo que eles não fossem visíveis, eu podia sentir seus lábios se contorcendo em um sorriso sob o grosso bigode.
"Não se atreva." A voz da minha mãe enfraqueceu drasticamente e comecei a perder a coragem que tinha alguns momentos atrás.
"O que são elas? "Eu perguntei, incapaz de entender o que exatamente Richard tinha dito. "O que significa?"
" Um rosto bonito como esse poderia realmente pagar suas dívidas. " Uma risada baixa reverberou de Richard e arrepios subiram pela minha espinha. "Você nos dá Sina, e pode ficar aqui e desfrutar de algum dinheiro extra, mesmo depois de pagar o que deve."

"Nunca!" Minha mãe protestou. "Vamos sair então. Nós vamos embora hoje à noite!"
"Me desculpe por te dizer que não é tão fácil Você não pode somente fugir." Ele bateu com o punho contra a porta e dois homens altos entraram. Tatuagens cobriam o comprimento de seus braços e pescoços musculosos.
"Venha,Sina. Faça um favor a sua mãe." Richard estendeu a mão.
"Não precisa ter medo. Eu não mordo."

"Mamãe ..." murmurei baixinho, encolhida atrás da minha mãe.

"Vou te dar mais alguma coisa. Qualquer coisa. Eu te imploro. Por favor, não faça isso." Ela implorou, suas palavras se dissolvendo rapidamente em lágrimas. "Pegue tudo neste apartamento. Leve-me mesmo." "Mas quase tudo neste apartamento já pertence a mim. E eu não acho que qualquer cliente iria querer uma velha senhora."
Os dois bandidos riram obviamente tendo o tempo de suas vidas.
Que tipo de pessoa se aproveita da miséria de outras pessoas? Nojo!
"Georgia, por favor, pare de desperdiçar meu tempo. Sua filha parece mais do que disposta, eu acho que você é o problema." Ele zombou do estado de covardia em que eu estava. Então ele inclinou a cabeça para o lado, sinalizando para os dois homens me pegarem.
"Por favor ... não!" Eu protestei enquanto me agarrava ao tecido do vestido da minha mãe. Ela lutou para me proteger, agarrando os bandidos que estavam tentando me pegar. Eu gritei com a velocidade que os bandidos a levaram para o chão.

"Sina!" Seu tom estava oscilando.
Eu comecei a chorar quando duas mãos fortes seguraram meus braços com força. Lutar de volta era inútil. Fui levado para fora do quarto do apartamento com as bochechas molhadas, trazendo comigo nada além de desolação.
Quando você pensa que as coisas não poderiam piorar, elas pioram.

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♡ 𝑯𝒆𝒚 𝒍𝒆𝒊𝒕𝒐𝒓𝒆𝒔 ♡

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