crazy in love; moonbae

got me lookin' so crazy right now.

chapter 1 of 2.

Jacob era simplesmente a pessoa mais encantadora do mundo e Kevin tinha certeza disso desde a primeira vez que o vira. Entrando timidamente pela porta da sala de aula em pleno terceiro ano do ensino médio, quando Moon já tinha perdido sua fé na humanidade, principalmente na parte adolescente dela, Jacob Bae virou alvo de todas as suas esperanças antes de ambos sequer terem conhecimento disso.

Não conseguia explicar, mas sentia uma necessidade absurda de ir falar com ele, de ser amigo dele. Coisa que até hoje ele não entende e na tentativa falha de arranjar uma explicação, afirmou que eram "forças do destino, pois ambos eram canadenses". Na época pensou que tivesse experimentando seu primeiro amor à primeira vista. Não que estivesse errado, é claro que seu coração tinha falhado uma batida ao vê-lo, só que o amor de fato só chegou em si posteriormente.

Seu amigo falava que era apenas carência, mas Kevin afirmava a Juyeon que não era isso, se não teria sentido à mesma coisa ao olhar para o outro novato, Eric. Ele só o achava tão fora do normal que queria andar com ele, jogar conversa fora com ele, sentar com ele no intervalo. Dizia que conseguia sentir a bondade nele e isso se comprovou quando finalmente viraram aquilo que o mais velho queria: amigos.

Como tudo aconteceu é desnecessário ser contado, pois foi como toda amizade nasce e é cultivada. Passavam a aula conversando em inglês recebendo sermões de professores, chegavam em casa e não paravam de mandar mensagens, iam para casa um do outro para ver filmes ou simplesmente sentavam no quintal de algum para conversar. Óbvio que com algumas brigas aqui e ali, mas coisa normal. Eram felizes tendo a reciprocidade mais plena e verdadeira que já tiveram em todas as suas amizades.

Até que os sentimentos de Kevin começaram a mudar.

Não gostaria de ser piegas ao ponto de usar uma frase de cultura pop teen, mas se apaixonar por Jacob foi como cair no sono, gradativamente e de repente, de uma hora para a outra. Em um momento, o olhava como se tivesse achado um trevo de quatro folhas em um jardim, no outro, era como se tivesse achado um jardim repleto deles. E para reconhecer isso demorou.

Tudo o acertou como um soco em uma das tardes que passaram juntos quando despedida de Jacob doeu como nunca tinha doído antes, mesmo que fossem se ver no dia seguinte. E com seu coração apertado e cabeça a mil, Kevin foi dormir tendo a plena certeza de que estava honestamente, completamente e perdidamente apaixonado pelo mais novo. Contudo, não seria ele se não demorasse mais uma eternidade para que considerasse tomar coragem de falar tudo.

Por mais que quisesse falar para o outro o estrago que estava fazendo com seus sentimentos, o quão rápido fazia seu coração bater apenas com um toque de mãos, como podia controlá-lo apenas com um sorriso, não conseguia juntar forças ou motivação para que fizesse. Enquanto encarava teto de seu quarto após chegar da aula em uma sexta feira descobriu que ele não aguentava mais viver com a incerteza. Pensando "O não eu já tenho de qualquer forma" rezando para que não precisasse ouvir o "não" de verdade, decidiu que daquela semana que estava por vir não passava.

Como ele faria seria o problema. Pensava incansavelmente. Carta? Clichê demais. Compor? Jacob riria dele. Cantar? Tinha vergonha. Mensagem? Impessoal. Contar e depois sair correndo? Acharia que tinha endoidado de vez. Somente parou de pensar quando dormiu, não fazendo ideia de que a resposta seria entregue a ele no dia seguinte, de bandeja,

quer dizer, de copo.