Capítulo Dezoito

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Thomas

    A Alessandra demorou e fui busca-la na sala, por um momento achei que tivesse ido embora. Não tenho certeza, mas me parece que está com ciúme da Ellen.

    Depois de mais uma entrega total e possuir aquele corpo que me tira do eixo, preciso conversar com ela. Eu não quero esconder nada de ninguém, muito menos preciso esconder esse lance, que cisma em ser algo só assim, nada sério, mas pelo menos exclusividade a gente precisa ter. Eu jamais a dividiria com ninguém. Se ela quer esperar, tudo bem, não vou pressionar, afinal, já esperei por tantos anos, mas ela pode acabar se apaixonando e só me resta torcer por isso.

Se todos souberem, ao menos assim, esse monte de urubu que pelo visto ela não percebeu, sai de cima dela. Mas ela vive fugindo da possibilidade de um relacionamento. Eu consigo mostrar a ela que seu corpo é meu, que me pertence. Mas a campainha toca, e conhecendo a Ellen como conheço, mesmo eu não confirmando, ela viria. Por isso que trouxe a Alessandra pra cá, eu queria que ela visse que não tenho pretensão alguma em ficar sozinho com a minha ex. Que sinceramente, parando pra analisar, não tem nem cabimento nosso relacionamento. Nunca existiu um de verdade. Um relacionamento que eu me forçava a estar perto dela, por pena, por carinho, não por amor.

Pena é forte demais, mas um carinho sim, carinho pela mulher que me apaixonei e acabei vendo com o tempo que não era quem eu pensava que fosse.

Alessandra decide que vai atender a porta, porque deve imaginar que seja ela. Tenho um pouco de medo, não sei como vão se tratar, mas me preocupo com meu Anjo, mas no fundo gosto, porque isso mostra um pouco do ciúme dela. Talvez seja apenas coisa da minha cabeça, ela pode ter percebido que não quero nada mais com a Ellen e resolveu me dar uma forcinha. Sei que isso parece insegurança. E é! Eu sou muito inseguro, mas quando toco a Alessandra, e quando estou perto dela, pareço um cara cheio de experiências vividas. Mas não. Sou um cara que teve relações sexuais com apenas algumas poucas mulheres, com quem me relacionei mesmo. Nunca saí comendo alguém sem interesse ou só por ser bonita. Não que eu não tenha tido vontade, afinal, sou homem e tenho necessidades, mas a educação que recebi dos meus pais, foram bem rigorosas à respeito de qualquer coisa, e meu pai, que Deus o tenha e que esteja me olhando lá de cima, deve estar bem feliz com o que tenho seguido, já que tenho sim me comportado como eles sempre quiseram.

Não consigo escutar o que elas duas conversam, já que tive que me afastar pro caso da Ellen querer entrar. Mas no final da conversa, ouço um pouco, já que a Alessandra se altera um e fala alto que sou seu namorado.

Ora, ora, agora sei que está marcando território.

Quando a viro de frente pra mim, vejo seu rosto molhado em lágrimas. Não acredito, seja o que foi, essa mulher não é tão forte quanto parece, é apenas uma menina que veste uma casca dura, pra não ser atingida.

Agora sim estou confuso, ela me pede um tempo, mas como vou fazer isso? Não consigo parar de pensar nela um minuto se quer.

Concordo e a levo pra casa. Afinal, o que mais tenho pelas pessoas, é respeito, e cada uma tem o direito de decidir o que quer pra si, mesmo que eu não queira isso.

Chegamos em frente ao prédio e ela permanece no carro. Calada.

-Alessandra,... – Tento puxar assunto pra pedir que ela repense, mas ela é taxativa e diz que não quer falar agora, que precisa mesmo descansar de tudo o que está passando. Diz que nesses quatro dias, sente como se estivéssemos juntos há anos. Mas então ela sente o mesmo que eu, talvez possamos descobrir juntos o que é isso. Logo aviso que vou dar o tempo que ela precisa, eu preciso também. Vou dar um jeito nisso tudo, como tinha dado antes. Evitar ir perto do seu setor, e evitar encontrar com ela, porque o mais difícil seria estar perto.

Inocente pecadoOnde histórias criam vida. Descubra agora