Parecia um sonho. Senti sua presença aos poucos antes dele se aproximar e sentir seus lábios roçando meu pescoço. Era engraçado e sexy a maneira como gostava de sentir os pelos do seu rosto no meu. Um ano tinha se passado desde que tive essa sensação pela última vez, tão próxima, tão íntima. Só podia ser sonho, não tinha outra opção, então me deixei levar pelo momento. Sabia que iria acordar, porque não aproveitar? Não ouvi uma palavra sequer do que ele dizia além de "ortaklar" - parceiros - enquanto beijava meu pescoço repetidas vezes. A cada beijo um arrepio corria pela minha espinha e sentia no meu interior um calor cada vez maior. Nunca antes tinha tido sonhos tão vívidos, parecia mesmo que ele estava ali, até que o ouvi próximo a minha orelha, bem baixinho.
"Sanem."
"Hum."
"Sanem?"Abri meus olhos e finalmente me dei conta, ele estava realmente lá, seu rosto a milímetros do meu. Quando Can depositou um beijo no meu ombro senti cada centímetro do meu corpo totalmente acordado. Não era sonho afinal, Can estava ali. Me levantei da cadeira num salto e me virei em sua direção. Can me olhava com desejo, mas não como das outras vezes, dessa vez parecia algo completamente novo. Não consegui dizer uma palavra. Ele tão pouco. Só estendeu sua mão, sem tirar os olhos do meus, e eu sem hesitar um segundo entrelacei meus dedos nos seus e o segui. Iria até o fim do mundo com Can Divit, não tinha dúvidas disso.
Logo descobri que o fim do mundo ainda não era nosso destino, talvez o meu fim sim. Minha mente deu um estalo e sabia para onde iríamos e no que isso iria levar. Talvez no fundo foi por isso que me agarrei em sua mão, eu sabia que estava pronta, já tinha passado da hora e ele também sabia disso. Todas nossas brigas e mágoas iriam ficar no passado esta noite, eu já tinha o perdoado por me deixar, eu o amava, e além disso nada mais me importava. Só ele. Eu e ele.
O caminho não era muito longo, Can não disse uma palavra, apenas me olhava em alguns momentos. Logo chegamos a sua casa, como um cavalheiro que sempre foi abriu a porta pra mim. Em um momento ele estava fechando a porta e quando menos esperei senti suas mãos na minha cintura me puxando até ele, e logo eu estava encostada na porta com seu corpo a milímetros do meu.
Parecia que o tempo tinha parado naquele instante e ficamos apenas nos olhando, sentindo a presença um do outro, sentindo a respiração um do outro. A sensação era que tinham se passado horas, mas foram apenas segundos, e sua boca já estava colada na minha. Com uma urgência inédita. Senti desespero e saudade no seu beijo. E medo."Eu entendo." - Disse assim que nos separamos para respirar.
"O quê?"
"Entendo o porque de você ter ido embora. Acredito que você não queimou meu caderno. Nada é culpa sua. Talvez até seja minha culpa..."
"Psiu nada é culpa sua. Acredite."
"Mas..."
"Não fala nada agora. Não pense. Respira. Apenas sinta."E então senti seus lábios nos meus novamente. Dessa vez com mais calma, mais gentileza. Senti seu corpo pressionando o meu, suas mãos subindo e descendo pelos meus braços, ombros. Can desceu os beijos ao meu pescoço, depois meu colo. Seus beijos foram descendo lentamente e quando chegaram no primeiro botão do meu vestido, eu já estava completamente sem ar, ele parou. Respirei fundo e ele se afastou. Me olhou de cima até embaixo, e olhando fundo nos meus olhos ele se aproximou novamente me beijando com toda a força que tinha dentro de si, me empurrando contra a porta. Sem separar nossos lábios Can foi me guiando até a porta do seu quarto.
Can abriu a porta e segurando a minha mão entramos. Já conhecia aquele quarto, ele não sabia disso, pois entrei sorrateiramente enquanto ele tomava banho pra pegar minha bandana, segurei o riso. Can franziu a testa mas não disse nada, ainda segurando a minha mão ele fechou a porta, senti como se ele tivesse adiando o inevitável, sem soltar minha mão em nenhum momento, parecia medo de me perder, estaria ele tão nervoso quanto eu? Tirando uma força não sei de onde, pois meu corpo todo tremia, entrelacei meus braços no seu pescoço e o beijei. Ele sorriu nos meus lábios e intensificou o beijo.
A urgência em seus movimentos mostravam o quanto ele me queria, mas ao mesmo tempo ele era gentil, tentava me passar confiança pelo olhar. E eu me encontrava assustada e excitada, muito excitada. Cada aproximação de qualquer célula do seu corpo no meu me causava uma dor, não uma dor ruim, uma boa, muito muito boa. Can desceu seus beijos e quando chegou no primeiro botão do vestido assim como antes, ele parou, me olhou esperando uma confirmação, e mais um vez só poderia dizer sim. Com um sorriso de tirar o fôlego ele começou a desabotoar o meu vestido. Lentamente, me torturando. Não conseguia parar de tremer. Cada célula do meu corpo sentia a presença dele.
Estava apenas de lingerie na frente dele, Can parou de me despir e estava apenas me admirando, comecei a corar de vergonha e agradeci aos céus por ter colocado uma decente. Mas ele olhava outra coisa, o cordão com o anel no meu pescoço. Dei um passo até ele e coloquei meus dedos na barra de sua camisa, ele sorriu e levantou os braços para me ajudar. Já havia visto sua tatuagem de albatross algumas vezes, porém sua beleza sempre me impressionava, no começo achava que era coincidência, mas hoje tenho certeza que sempre foi destino, passei a ponta dos dedos pelo pássaro tatuado em seu peito, senti ele estremecer sob meu toque e como se soubesse meu desejo Can se abaixou um pouco dando total acesso para meus lábios o tocarem, logo estava distribuindo beijos por todo seu peitoral musculoso, e logo pelo seu pescoço. Como estava me tornando uma pessoa muito corajosa hoje, puxei o coz de sua calça e ele acabou de tirar. Estávamos em pé de igualdade agora, não me sentia mais tão exposta. Can se aproximou e com um beijo doce começou a tirar o que restava de tecido no meu corpo. Completamente nua, a única peça que restava entre nós era o anel, que não fiz menção em tirar, e meu instinto foi me cobrir, mas ele não deixou.
"Não. Você é perfeita."
Foram as únicas palavras que saíram de sua boca. Can parecia absurdamente calado, senti que ele queria absorver cada momento. Com um movimento brusco ele tirou o que restava de suas roupas, e foi nesse momento que tive certeza que Can era algum tipo de deus que veio direto do Olimpo para Terra. Sua beleza era estonteante. E não que tivesse experiência no assunto, mas seu tamanho era mais que satisfatório, e digamos que ele já estava bem animado. Dei uma engasgada e ele sorriu, tinha certeza que ele também era capaz de ler meus pensamentos.
Desta vez quando seu corpo veio de encontro ao meu a sensação foi completamente nova. E a minha vergonha parecia não ter fundamento nenhum. Com uma lentidão absurda Can me deitou na cama. O seu aparente auto controle nesse momento era inacreditável mas algo em mim sabia que isso não ira durar.
Can entrelaçou seus dedos nos meus e me beijou, começou com calma, mas logo senti seu corpo encima do meu, sua mãos e boca em mim. Ele estava em todos os lugares. No calor do momento segui seus movimentos. Meu coração parecia que ia explodir, não só meu coração. Senti todo seu desejo contra mim, seu corpo latejava contra o meu. E o calor entre minhas pernas só aumentava, achei que poderia entrar em combustão a qualquer momento.
"Sanem olha pra mim. Sei que vai doer, desculpa mas vai passar, tamam? Relaxa e não pensa, só sente." - A voz rouca e pesada de Can no meu ouvido não ajudava em nada no meu auto controle.
Com um só movimento o senti. Completamente. Doeu. Era incomodo. Porém quando mirei nos seus olhos toda a dor e desconforto não pareciam nada perto do que via. Senti como ele precisava de mim. Os gemidos involuntários que escapavam da minha boca o faziam ir e os sons que saiam de sua garganta me enlouqueciam. Ele gemia, falava coisas desconexas, palavras em italiano que eu não conhecia, mas pelo tom e rouquidão da sua voz imaginava os significados, o que me deixava cada vez mais em chamas. Cada vez que ele ia e voltava soltava um suspiro pesado. Seus movimentos foram ficando mais intensos e comecei a me acostumar com sua enorme presença. Minhas unhas cravavam em seus braços e suas costas com tanta força que deixariam marcas, esse pensamento me fez sorrir. Ele continuava cada vez mais rápido. Não podia culpá-lo pela urgência, já devíamos ter feito isso a muito tempo. Dois anos de espera, Can deveria ser santificado.
Can se movimentava cada vez mais e meu corpo parecia que ia explodir a qualquer momento. Era selvagem e gentil ao mesmo tempo, isso era possível? Estávamos suados, gemendo, minhas mãos em todos os lugares, sua boca em todos os lugares, e ele no lugar que pertencia, dentro de mim. Com um movimento rápido, ele se desfez "Oh Sanem, Oh".
Eu vi estrelas, explodi, era o meu fim. Senti meu corpo todo estremecer. Era a melhor sensação do mundo. Ele me abraçou e ficamos ali, por segundos, minutos, horas. Ele não ia embora dessa vez, eu sabia, eu sentia. Se em algum momento essa sensação de completude terminasse conversaríamos, mas eu já sabia.
Eu era completamente dele. Ele era completamente meu. O fim do mundo não seria nada assustador afinal. Com ele, qualquer fim era apenas um começo.