Mais um grupo de jovens estudantes circulavam pelos corredores do sanatório, Echos House. Todos os doze alunos, andavam em fileira pelos longa e estreita passagem pouco iluminada. O curioso era o grande espaço que cada porta possuía entre outra, todas de aço prateado e identificadas com números e ficha de diagnostico no meio da mesma. Os barulhos incessáveis ecoavam, demonstrando a agonia de cada um que estava preso nos pequenos quarto. A cada porta, ouvia um grito ecoado pelo edifício, menos uma; que não possuía ficha, apenas um nome em código, deixando todos mais aflitos pelo interior do cômodo fechado. Cada par de olhos que se encontrava ali, observava e ouvia atentamente cada parte com atenção, cada diagnostico, cada código, cada porta, cada grito.
As sensações variavam entre maravilhadas à horrorizadas por apenas imaginar como aquelas pessoas eram tratadas, seres psicóticos.
Os olhos verdes estavam dilatados analisando atentamente àquela porta, onde a simplicidade do silencio transformava-se em um conflito em sua mente, por não saber o motivo daquela porta em metálico fosco, estar tão afastada das outras; onde ali, provavelmente, para Harry, circulava uma das mentes mais perturbadas do universo.
Além dos gritos, podiam se ouvir os passos de seus companheiros deixando-o, contudo, seu olhar naquela porta, aquela simples porta, que chamou sua atenção por vários motivos, entretanto, todos inexplicáveis.
A curiosidade o possuía por inteiro, sua imaginação fértil conseguia formar uma cena perfeita da criatura do outro lado. O corredor esvaziou-se quase por completo, deixando apenas o encaracolado para preencher o espaço vazio de matéria, e, ao menos tempo, lotado de conhecimento. As pessoas presas ali, na visão de Styles, poderiam não ter conhecimento mundial, porém, eram ricas de poder mental e espiritual.
Os pensamentos do estudante ainda parado em frente a porta de metal vagou por vários lugares, tentando tirar seus pensamentos da maldita porta e seus enigmas, no entanto, sua tentativa foi completamente falha. O jovem se perguntava o motivo da falta de diagnóstico, e não se contentava com apenas "talvez eles ainda não descobriram" que seu interior gritava, ele queria respostas concretas, não hipóteses.
Por mais que o lugar onde encontra-se fosse afastado das outras portas, gritos começaram a ser ouvidos, não vinham da porta misteriosa, mas vinham de bem perto. Os gritos ecoavam cada vez mais, alarmando algumas sirenes espalhadas pelo teto do corredor. Harry olhou para os lados perdido, ele também queria saber o que estava acontecendo.
Os gritos finos faziam um barulho insuportável quando misturados com as sirenes. Harry queria correr em direção aos gritos. Harry queria poder ajudar quem estava gritando, ou quem havia causado os gritos, nunca se sabe o que pode esperar. Ele tentou se mover, mas sua curiosidade era bem maior em saber o que tinha do outro lado do aço fosco, do que com os gritos.
Longos cinco minutos passaram, e o barulho cessou. Styles continuava analisando a porta na sua frente, pensando em uma escala de 0 a 10, o quão era idiota da sua parte perder tempo analisando um grande pedaço de aço, e o pior de tudo era que até sua própria curiosidade lhe encantava, o ser o humano é uma arma maravilhosa, pensou. Harry sempre foi completamente apaixonado por curiosidades da capacidade humana, desde criança ele questionava-se sobre tudo, até pelo simples fato de mexer um dedo, ou poder ver as coisas com cores; Harry sempre foi o tipo de criança que passava a tarde toda assistindo "de onde vem". Ele simplesmente achava incrível a máquina sentimental o ser humano conseguia ser.
- Você seria o novo médico? - Uma voz rouca lhe tirou do transe. Um homem alto e magro, quase do mesmo tamanho de styles.
- Sim?
- Você é o novo médico? Qual veio liderando o grupo de estudantes, certo? - O homem interrogou.
- Sim. Quer dizer, si- não. Bom eu vim liberando o grupo sim, mas não sabia que iria atender hoje. - O cacheado falou em um tom confuso, enrolando-se entre as palavras.
- Será apenas uma sessão, não pegará muito seu tempo. Me chamo Nicholas. Boa sorte! - Falou o homem, apontando para o bordado em seu jaleco. Harry continuou com um expressão confusa no rosto.
- Obrigada.
Nicholas enfiou a mão no bolso de trás do jaleco e tirou uma pequena chave de metal de lá, e apontando para porta. Harry agradeceu mais uma vez, e suspirou. Ele teria uma sessão com o paciente dono da cabine qual tinha passado um bom tempo debatendo consigo mesmo sobre o que haveria atrás da grande porta. Olhou ansioso para a chave em sua mão, e respirou fundo. Suas grandes esmeraldas focaram suas mãos tremendo no pequeno percurso até o trinco, ele girou a chave, ganhando um ruído da torta como resposta.
Seu olhar foi ao chão, subindo vagarosamente para sua frente. Seus ouvidos foram preenchidos por uma leve melodia enquanto seus olhos examinavam as paredes brancas e as grandes janelas de vidro. Seu olhar percorreu na direção do som, encontrado um piano marrom ao lado da pequena cama, e um garoto tocando levemente. Os olhos do garoto estavam arregalados, revelando um dos azuis mais lindos que Harry já viu, a boca entre aberta contornada com lábios finos e rosados; o cabelo castanho um tanto bagunçado de forma adorável.
Styles observou os pequenos dedos trilhando as teclas do piano, como se conhecesse o som que cada uma emitia. Harry achou uma hipótese para os códigos na porta do garoto, talvez ainda não existisse diagnostico para anjo; sorriu bobo com pensamento. Ele ficou mais um tempinho parado, ainda com o olhar parado na figura em sua frente, que por incrível que pareça, ainda não tinha notado a presença do jovem médico. Harry tossiu alto, propositalmente para chamar atenção do menino.
- Oi - Harry disso sorrindo, fechando a porta e aproximando- se da cadeira que tinha pertinho da cama.
- Quem é você? - respondeu simples, parando de tocar e olhando fixamente para Harry. O sorriso em seu rosto era enorme, formando algumas ruguinhas no canto dos olhos. Harry respirou fundo e pensou: kika ficaria feliz em saber que um dos seus telespectadores descobriu que anjos sabem falar.
--------------------/-------------------------N/K: Olá! Essa fic tá aqui nos meus rascunhos faz um tempão, então decidi postar hoje(?). Eu espero que gostem!
Ps: A ideia foi quase toda da Renata, minha princesinha que está com raiva de mim mas que merece os créditos. Amo você amiga.
PS2: comentem a opinião de vocês :)Twitter: tommoperigosa
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black turns white
FanfictionUm jovem médico que arrisca sua vida para descobrir o que tem dentro dos pensamentos do ser humano mais precioso que o mundo já viu