Amor a primeira vista?

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- Menina não me enlouqueça o que houve? - Lizandra pergunta ao me ver chegar não sei nem a cor

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- Menina não me enlouqueça o que houve? - Lizandra pergunta ao me ver chegar não sei nem a cor.

- Eu o vi. - digo passando a mão no peito para aliviar a tensão.

- Espera para tudo me conta quem você viu. - Ray pergunta olhando de mim para Lizandra.

- Ray é que faz exatamente quatro anos e seis meses que fomos naquele encontro que te conhecemos e lá...

- Já sei você conheceu o Wendel. - Ray diz matando a charada. - Ele é gato eu sei, mas amiga pula fora é carta fora do baralho.

- Como você sabe que é ele? - Lizandra pergunta e eu estou com as mãos na testa enxugando o suor.

- Pela lógica, só existe estudando aqui na escola eu e ele que mora em Assuã e que congrega naquela igreja. - ela fala fazendo um gesto engraçado e não tenho como rir. - Mas o que está pegando que essa aí está com a cara de quem vai pular da ponte?

- Bem, nós o achamos bonito, mas ele trocou alguns olhares com a madame aqui e é o suficiente para ela ficar assim.

- Gente menos, eu e ele nunca nem nos falamos.

- Imagina se falasse não era? - Lizandra diz fazendo um gesto de quem está com dor de cabeça.

- Para Lizandra Rodrigues. - digo tentando deixar de ser o alvo das atenções.

- Não Laís, você é minha amiga e não vou deixar você no escuro, se mudou de cor e agora está aí toda nervosa é que esse menino de alguma forma mexeu com você. - Ray diz me puxando para perto dela.

- Ray é exagero dessa aí. - digo fazendo careta para Lizandra.

- Então antes de eu te contar qual é a dele, me conta o que houve hoje. - sou encurralada e não gosto de ter que relembrar o quase mico que paguei.

- Eu vinha para sair da ala das salas de aula em direção ao refeitório para ver se vocês estavam lá, quando vou virar vejo que ele vem no sentido contrário e com medo de cruzar caminho com ele volto e me escondo. Mas acho que ele me viu fazer isso e para mim foi um quase mico que paguei e por isso cheguei aqui tão esbaforida. - digo tudo rápido e respirando profundamente.

- Olha amiga, ele é lindo mesmo, na igreja todas as minhas amigas suspiram por ele. Mas ele é o filho do pastor Francisco de Assis. Ninguém sabe o motivo dele ser assim, só sabemos que nunca dá atenção a ninguém, pior que ele é um doce, educado e prestativo. Já trabalhei na sopa solidária com ele e sei.

- Nossa que sinistro, será que ele gosta de alguém longe do alcance dele? - Lizandra comenta.

- Não importa meninas, já passou. Aliás não passou não, nunca esteve aqui foi só imaginação dessa loira louca.

- Eu senti a necessidade de te contar porque já vi muita menina chorar. Gosto de você e não queria que se machucasse.

- Obrigada Ray.

- Vem cá ele não está na lista do ensaio da peça da escola junto com agente?  - Lizandra diz e reviro os olhos.

- Por falar nisso é no final das aulas o ensaio não é? - pergunto.

- Ensaio não, separação de papéis, João vai dizer quem vai fazer o que é para todos estarem presente.

Terminamos nosso almoço já frio e seguimos para a sala de aula, ao longe vimos o rapaz misterioso e meu coração traidor acelera com a hipótese de passar por ele.

- Se concentra no caminho Laís. - Lizandra diz.

- É só agir normalmente, como se ele fosse o Josh. - Ray diz e nós duas batemos nela, pois Josh é o nosso faxineiro que fede até a alma.

Ao encontro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora