Apesar de já contarem numerosos fracassos, os Greyjoy não desistiam de tentar invadir Lannisporto.
A frota Lannister já havia detectado a ameaça e conseguido abater vários navios ainda em alto mar, estando habituados a esse tipo de investida. Ainda assim, alguns nascidos do ferro conseguiram desembarcar em terra firme e lutar.
O exército Lannister já estava a postos, para barrar os inimigos antes que chegassem a Rochedo Casterly. Dentre os costumeiros soldados e cavaleiros, havia duas figuras que se destacavam: Cavaleiros de armaduras e espadas douradas, montados em garanhões brancos. Não havia dúvida, eram os famosos Gêmeos Dourados.
Um dos dois veio cavalgando e golpeou certeiramente três homens seguidos. Após isso, descreveu um arco com a espada e partiu em duas a cabeça de uma nascida do ferro sem elmo. O outro gêmeo veio em seguida e também lutava com afinco, ainda que apenas houvesse matado cinco soldados enquanto o primeiro já havia matado oito.
- DOZE! – Cersei gritou ao continuar lutando, com a voz abafada pelo elmo. Enquanto isso, Jaime ainda estava engalfinhado em seu oitavo homem.Quando a corneta soou e a bandeira de leão foi fincada, era sinal de que mais uma vez os Lannister ganharam a luta. Os soldados Greyjoy ficaram em volta, mortos ou ajoelhados e rendidos. Cersei e Jaime removeram os elmos. Ele usava um rabo de cavalo, e ela trazia complexas tranças.
Jaime tirou a espada do corpo de seu último oponente e foi beijar sua irmã-esposa."- Pelo que vi, continuo contando mais corpos do que você." – disse Cersei, com satisfação.
"- Vou tirá-la de combate – disse Jaime, abraçando-a, ao passo que as armaduras faziam barulho ao se bater – colocarei mais um filho em você. – Ele disse, entusiasmado – Não... Colocarei dois. Nascerão juntos, assim como nós."Cersei riu. "- Tudo isso é por querer a fama só para si, eliminando a mim como adversária? – Ela disse a última palavra em tom muito irreverente. - Se você tivesse que gerá-los, Joffrey seria o primeiro e o único." – Continuou, ainda rindo.
"- Se eu pudesse tirar sua dor e incômodo, eu o faria. Mas faço o melhor que é possível, e você há de convir que sempre foi tratada como uma deusa ao carregar nossos filhos. E também o é quando não carrega." – Respondeu ele, romântico.
Cersei anuiu, contente. Então ambos montaram de novo e tomaram o caminho para casa.
***Na chegada ao Rochedo, foram diretamente à Sra Joanna, sua mãe. Ambos a abraçaram, antes mesmo de tirarem as armaduras.
"- Marido, nossos filhos estão vivos e bem, caso você esteja ocupado demais para perguntar." ela falou alto, para Tywin, que estava em outro cômodo com seus livros-razão, como sempre fazia.Tywin Lannister era o maior comerciante de Westeros. Qualquer coisa poderia ser negociada com ele, desde suprimentos para meistres, tecidos, armas e até navios. Existia até o seguinte ditado: "Nada é vendido ou comprado sem que Tywin Lannister seja consultado."
O homem tinha herdado a fortuna de seu pai e a multiplicado em dez vezes. Tinha muito talento com números e estratégia, sendo muito respeitado, tanto por sua fortuna como por seu poderio militar.
Ele amava sua esposa Joanna, ainda que ela tivesse se tornado estéril após o nascimento dos gêmeos. Tudo foi tentado para que a Senhora de Rochedo Casterly voltasse a conceber, desde poções até dias deitada após seus encontros com seu marido, mas nada adiantou.
Quando a notícia se espalhou, seus parceiros comerciais haviam lhe oferecido suas filhas, mães e esposas – e até ofereceriam a si mesmos, se tivessem úteros – para lhe gerar mais filhos, mas ele recusou terminantemente, avisando que se algo do gênero fosse novamente sugerido, haveria um bloqueio comercial eterno e até uma possível ofensiva.
Joanna se sentia agradecida e amada com essa demonstração de amor e fidelidade, ainda que sentisse que falhara com seu marido. Mas ele a acalmava sempre que o assunto surgia:
- Você me deu dois filhos de uma única vez. Já é o suficiente, eles podem passar nosso nome adiante e cuidar futuramente dessa Casa. Talvez seja melhor assim, muitas mulheres morrem em partos. Não quero arriscá-la. – Dizia, sério, ainda que romântico como o filho.Sobre o casamento entre seus filhos, não foi um problema. Assim que as afeições entre eles ficaram claras, não houve dúvida de que o melhor seria casá-los. A suposta Fé dos Sete era apenas um delírio de pouquíssimos mendicantes bêbados, e nunca havia se consolidado em Westeros.
O casamento foi realizado assim que Cersei floriu, aos catorze anos de idade. Não houve noiva nem noivo mais felizes, ainda que Cersei tenha ficado ligeiramente triste por ter engravidado naquele momento e ficar temporariamente impedida de treinar luta no pátio juntamente a seu irmão-marido, como fez quase desde que começara a andar.
Pensando nisso, lá pela oitava lua de gravidez da filha, Joanna criou uma tradição: Haveria um ritual de celebração da fertilidade quando houvesse um neto a caminho. Nele, Cersei recebia vestidos, joias e perfumes, e sua mãe entrelaçava flores em seus cabelos. Além disso, Jaime tinha do raiar do dia até o entardecer para sair à caça e trazer algo dentre cervos, javalis e outros animais, para mostrar força e disposição para ser um pai para sua futura criança.
Dessa forma, Cersei se sentia bela e compensada de alguma forma pela ausência forçada das batalhas, além de se preparar para a maternidade. Jaime se sentia um marido protetor e zeloso, já que depois da caça ficavam juntos pelo resto da noite. E Joanna se sentia feliz por comemorar as gestações da filha quase como se fossem suas, afinal a infertilidade era algo que sempre lhe doeria.
***Joffrey já contava sete anos, Myrcella cinco e Tommen três. O primogênito havia sido um alívio para o avô, afinal com seus filhos em batalha, a sucessão de Rochedo Casterly era arriscada, e depois do nascimento de Joffrey, se tornou segura. O menino tinha pequenos problemas de comportamento, mas rapidamente era corrigido por seus pais e avó. Além disso, assim como seus irmãos, também era muito amado e se inspirava nos pais. Isso o ajudava a ser melhor.
Myrcella se inspirava completamente na mãe, lutando com uma pequena espada de madeira enquanto usava um vestido de rendas. Era forte e bela, o que o enchia Cersei de orgulho, assim como também envaidecia Jaime.
Já Tommen era completamente agarrado a avó, já que ao descobrir que a filha conseguira engravidar não apenas uma nem duas, mas três vezes e não sofreria da mesma condição que a mãe, Joanna ficara extremamente aliviada, grata e próxima à filha nesse momento.
***Por amar tanto a luta quanto a maternidade, assim que Cersei se recuperava de um resguardo, já começava a treinar. Inclusive seus filhos cresciam vendo a mãe lutar, já que ao amamentar, uma serva segurava a mais nova criança perto do pátio para que a futura senhora de Rochedo Casterly atendesse prontamente sua cria assim que chorasse.
Cersei fazia questão de evitar ao máximo as amas-de-leite, queria que seus filhos tivessem esse tipo de vínculo apenas com ela. Apenas depois do primeiro dia do nome da nova criança é que Cersei voltava aos campos de batalha junto ao marido, se estivesse ocorrendo algum conflito ou missão. E Jaime novamente se sentia um cavaleiro e um homem completo com essa volta, já que ambos se protegiam e lutavam de costas um para o outro se estivessem em menor número.
Havia um pacto entre o casal: Se protegeriam até a última gota de sangue e suor. Nenhum dos dois seria levado cativo ou ferido se o outro pudesse evitar. Os filhos seriam cuidados e guardados pelos duas vezes avós, caso alguma fatalidade acontecesse.
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Contos Lannister
FanficComo uma grande fã da Casa Lannister d'As Crônicas de Gelo e Fogo, fui escrevendo várias pequenas histórias ao longo do tempo na página que administro no Facebook, 'A Rainha Regente'; e resolvi transcrever as histórias para cá. Todos os contos envol...