Capítulo 3

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WILLIAM

Depois de brigar com Chris tento ligar para Noora e ela não me atende,então entro no meu carro e vou até sua casa.

Não sei quando isso começou, mas sempre que ela não atende a ligações ou mensagens sinto como se algo tivesse acontecido. Subo as escadas e bato na porta e ninguém atende então aperto a campainha e segundos depois ela abre a porta.

-Por que não me atende?!- Apesar do alívio de ver que ela estava bem e tudo só era paranóia minha, falo alto e ela coloca as mãos nas têmporas.

-Pode falar um pouco mais baixo.- Ela disse enquanto se virava e caminhava até a sala, fechei a porta e fui pra sala- Meu celular tá no quarto...E por que tá tão estressado?- Depois da pergunta ela se vira pra mim esperando a resposta.

-Briguei com o Chris, tentei te ligar e você não atendia, atravessei a cidade achando que tinha acontecido alguma coisa...

-A única coisa que aconteceu foi que eu deixei meu celular no quarto vim pra sala e acabei dormindo!- Diz ela em um tom um pouco alto o que a faz fechar os olhos.- Agora,me faz o favor de falar mais baixo?- Diz se sentando no sofá.- Se tá bravo com o Chris desconta sua raiva nele.

-Ok, desculpa...- Digo me sentando ao seu lado - Eu tava sendo paranóico... Sua cabeça... Já tomou remédio?- Pergunto mantendo minha voz baixa.

-Não,eu acabei de acordar...

-Tá, eu vou fazer um chá pra você e você vai deitar no seu quarto,Ok?- Ela acente com a cabeça e se levanta em direção ao seu quarto, então vou a cozinha ponho água pra fever e pego duas xícaras e dois sachês de chá no armário os colocando em cada uma das xícaras e as encho com a água quente.

Ao entrar no quarto encontro Noora deitada e lhe ofereço uma das xícaras. Depois de beber o chá ela encosta sua cabeça em meu ombro e eu sei que o melhor a se fazer agora é ficar deitada, então pego a xícara de sua mão e a coloco ao lado da minha na mesa de cabeceira me viro pra ela.

-Deita...- Digo a ela esticando meu braço esquerdo, depois de ela deitar coloco meu braço por cima dela com uma coberta- Fecha os olhos...- Ela os fecha- Agora é só dormir.- Digo voz calma e sinto seu corpo relaxando em meus braços e ela sussurra.

-Obrigada.- E eu beijo sua testa.

Acordo pela manhã e com os olhos ainda fechados procuro por Noora ao meu lado na cama, ao perceber que ela não estava ali me levando olhando ao redor do quarto e vou até a cozinha. A encontro fazendo panquecas e me aproximo.

-Bom dia.- Falo em seu ouvido e começo a rir com ela pelo susto que ela levou quando me aproximei.

-Bom dia.- Sua voz é calma e alegre enquanto se vira pra mim com um sorriso no rosto.

-Por esse sorriso posso dizer que você está melhor.- Digo colocando meus braços ao redor de seu corpo.

-Muito melhor...- Ela fala enquanto suas mãos seguram meu pescoço e me beija.- Agora sai antes que eu queime as panquecas.- Ela diz com as mãos em meu peito me afastando.

-Não, eu vou te ajudar.- Falo e recebo um olhar de advertência.

-Você não vai me ajudar, você vai me distrair.- Ela fala se virando para acender o fogão e colocar a massa na frigideira.

-Eu nunca faria isso!- Digo me aproximando e beijando seu pescoço.

-É claro que faria se não fizesse não seria você...

-Apesar de ser uma grande mentira o que você está falando da minha pessoa- Falo sorrindo e encostando na bancada ao lado dela.- Eu vou te ajudar.

-Ok.- Ela disse me surpreendendo ela deve ter percebido isso.- Que foi?- Me pergunta rindo.

-Nada é que normalmente você me expulsaria da cozinha...-Falo a observando.

-Se continuar falando eu vou.- Ela fala e vira a panqueca.

Continuo observando ela. Seu cabelo está maior do que quando nos conhecemos, seus olhos verdes acompanham a movimentação de suas mãos e eu me lembro como é fácil pra mim me perder em seu olhar e seus lábios com uma cor rosada se curvam em um sorriso ao perceber que eu a estava observando.

-Você tá me encarando.- Ela fala me fazendo sair de meu transe e eu percebo que suas bochechas estão vermelhas.

-Eu estou apreciando a paisagem...- Dito isto me viro para pegar pratos e xícaras e coloco na mesa.

Depois de alguns minutos Noora coloca o prato de panquecas na mesa e eu coloco o café nas xícaras e ofereço uma a ela.

-Obrigada.- Ela diz se sentando ao meu lado.

Depois de comer ela fica parada durante um tempo olhando pra janela pensativa.

-No quê tá pensando?-Pergunto colocando seu cabelo atrás de sua orelha.

-Nada, eu só...Esquece.-Ela diz.

-Noora...Você fica me lembrando a todo momento que nós temos que conversar e logo depois você se fecha e tá na sua cara que você quer conversar.- Falo com a voz baixa.

-Eu sei...Só não acho que isso precisa ser conversado agora.

-Ok, como você quiser.- Falei me levantando e indo pegar minhas coisas.

Eu não estava bravo ou com raiva dela, só que ela me pede pra confiar nela e ela não confia em mim e eu não quero me magoar e muito menos magoar ela, então prefiro sair.

Depois de pegar minha jaqueta no quarto dela vou pra sala e quando coloco a mão na chave da porta escuto ela me chamando.

-William?- Não abro a porta mas também não me viro pra olhar pra ela.- Fica, por favor?

-Por que eu ficaria você não confia em m...

-É claro que eu confio!- Ela me interrompe

-Não é o que parece.- Sinto seus braços ao redor de meu corpo e suas mãos em meu peito e encosto minha testa na porta com os olhos fechados.

-Eu confio em você, se eu não o fizesse você não estaria aqui.- Continuo parado.- Hey, olha pra mim.- Ela diz afrouxando o aperto de seus braços. Me viro e encontro seus olhos.- Eu tava pensando sobre meus pais...e eu não quero ficar pensando nisso...- Ela disse.

-Ok...Só quero que você confie em mim, que você converse comigo do mesmo jeito que eu tento fazer com você. Entende?- Falo sendo sincero sobre o que estou pensando.

-Eu te entendo e eu confio em você e eu vou conversar com você sobre meus pensamentos, escolhas e ideias...Só tenho que trabalhar mais isso quando se tratar dos meus pais.- Ela diz e eu a abraço. Eu a entendo mexer com o passado as vezes é doloroso e desconfortável, não posso a julgar por isso.

-Fica?- Ela pergunta em um sussurro.

-Sempre.

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