Capítulo 6 - Jornalismo, segredos e descobertas

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Capítulo 6 - Jornalismo, segredos e descobertas.

É uma tarde de domingo, Maxwell está em sua casa, falando sozinho novamente.
   - Eu acho que estou gostando de salvar as pessoas. É bom que saibam que existe alguém tão poderoso no planeta, e é bom saber que eu sou o único. Eu queria saber de onde vieram esses poderes. Tudo que eu fiz no passado.. Minha mãe.. Eu deveria ter feito tudo aquilo? Bom, não importa, agora já foi. Eu tenho que pensar em quem sou agora.. em Hope.
    O celular de Max começa a tocar, ele olha e vê que é o número de Elizabeth. Ele atende a ligação.
    - Oi Max, como você tá?
    - Tô bem e você Eliza?
     - Bem também, olha, lembra o que eu disse sobre a oportunidade de trabalho como jornalista nesse caso do Hope?
     - Lembro sim, eu até te aconselhei a aceitar.
     - Bom, eu aceitei. Começo hoje.
     - Sério? Que bom, fico feliz que tenha aceitado Elizabeth, sério.
      - Espero descobrir algo sobre esse mascarado. Mas e aí, você tá sumido, o quê anda fazendo Max?
      - Ah, não muita coisa, bom eu.. Tô escrevendo um livro.
      - Sério Max? E por que não me disse? Agora tô curiosa para ler.
      - Assim que eu terminar eu te empresto. Mas e então, por que ligou?
      - Sabe, você quer sair comigo uma hora dessas? Gostei do nosso último encontro.
      - Claro, eu ia adorar. Também gostei, desculpa ter saído cedo, eu precisava resolver algumas coisas.
      - Não se preocupa com isso. Amanhã à noite está bom para você?
      - Por mim tudo bem, não tenho nenhum plano para amanhã, mas onde?
      - Pode vir aqui em casa se quiser.
      - Tudo bem, amanhã eu passo aí.
     - Vou te esperar.
Após a ligação acabar, Maxwell admira por minutos uma foto de Elizabeth em seu celular. Ele fica imóvel, enquanto olha aquela imagem. Após algum tempo, ele sai de casa e retoma as atividades como o Herói Hope.

Enquanto isso, Elizabeth vai a caminho de seu novo emprego no jornal. Após entrar, ela logo se encontra com o Editor Chefe do jornal, que lhe faz algumas perguntas, mas logo em seguida mostra todo o lugar e apresenta seu novo local de trabalho. Ela se senta em uma cadeira e começa a colocar em cima de sua mesa de trabalho algumas de suas coisas que estavam dentro de uma caixa.
Após alguns minutos, a prima de Elizabeth, Helena vai até a mesa de Elizabeth e a começa a conversar.
      - Elizabeth! Que bom que aceitou a oferta. Sempre soube que você gostava desse coisa de heróis e nada mais justo que colocar você na linha de frente para descobrir a verdade sobre o tal herói real. - Após dizer isso, Helena expressa um sorriso para Elizabeth.
     - Obrigada denovo pela oferta prima, não sei como agradecer. Acho que é um grande avanço para alguém que passava o dia extraindo o líquido de uma frutinha australiana, não que fosse ruim, mas entediante era. - Ambas riem e logo colocam o papo em dia. Após isso, Helena pergunta a opinião de Elizabeth a respeito do misterioso herói, Hope.
     - Eu ainda não tenho certeza. Antes eu pensava que poderes não podiam existir, mas acho que errei. - Diz Elizabeth.
     - E se for simplesmente alguém com um traje altamente tecnológico? - Pergunta Helena.
     - Acho improvável. Em todas as imagens desse sujeito, ele faz movimentos bruscos demais para um traje mecanizado. Além disso, ele quebrou algumas leis da física e da anatomia humana pulando prédios inteiros ou até mesmo saltando janelas para salvar pessoas de incêndios. É realmente estranho. - Responde Elizabeth.
    - Até que faz sentido. Enfim, vou te deixar trabalhar, se precisar de alguma coisa minha mesa é alí. - Helena aponta para uma mesa ao lado de uma escrivaninha apenas alguns metros da mesa de Elizabeth.
    - Tudo bem prima, Obrigada.

Elizabeth pega um notebook em sua bolsa. Ela abre arquivos do herói Hope, desde relatos de sua primeira aparição, até vídeos e fotos de suas mais recentes. Ela analisa todo o material que tem em mãos, sempre prestando máxima atenção em todos os detalhes. Após assistir alguns vídeos ela repara um padrão comportamental. Ele não sabia usar tão bem aqueles poderes, em todos os vídeos, apesar dele facilmente derrubar criminosos, ele não fazia movimentos bem executados, eram movimentos desleixados, dignos de um amador. Elizabeth começa a escrever suas análises em um caderninho, e após algum tempo ela conclui:

O herói Hope ou seja lá quem estivesse por trás daquela máscara era um novato no que fazia e começou a usar com frequência aqueles poderes apenas recentemente. Mas por quê? Ele já havia usado esses poderes em algum momento do passado? Se sim, quando?
Essas perguntas e muitas outras  sucumbem na cabeça de Elizabeth.  É então que ela pensa em algo. Ela começa a pesquisar notícias antigas sobre incidentes anormais nas redondezas de Ashtownville. Depois de muita pesquisa ela encontra algumas manchetes de anos atrás:
  "Prédios de Ashtownville banhados a sangue. Varios órgãos humanos, apareceram misteriosamente em prédios da cidade, quando vistos de longe, curiosamente, é formada a palavra "Justiça", a polícia está fazendo uma investigação detalhada e não divulgou mais informações".

    Elizabeth fica assustada e sem reação por alguns minutos, era uma notícia de apenas alguns anos atrás. Mas um humano normal não conseguiria fazer tal ato, era algo não só desumano, mas também anormal, quem em sã consciência faria algo assim?
   Ela vai mais a fundo e encontra notícias mais antigas:
    "Casal é assassinado de forma brutal e peculiar em pequena residência localizada nas redondezas de Ashtownville e do condado de WaltMont. O corpo do casal foi achado na noite de ontem, dia 15/12/2006. Samantha Wright e seu marido Frank Wright foram encontrados em um cenário extremamente sangrento, Frank com a parte superior do crânio afundado junto com o chão de madeira da casa e Samantha com o pescoço quebrado e com sinais de Enforcamento. Não há suspeitos, no entanto vizinhos e conhecidos afirmam arduamente que o casal criavava um estranho garoto, não há confirmação, mas segundo próximos da família, o garoto se chamava Maxwell e era filho adotivo do casal."

   Elizabeth lê a mesma manchete várias e várias vezes.
     - O nome do garoto.. Era Maxwell? - Pensa Elizabeth.
   Após refletir, ela percebe algo:
Maxwell, o rapaz que ela conheceu a pouco tempo naquele depósito, jamais comentou sobre sua vida pessoal, sobre sua família ou até mesmo sobre seu passado. Assim como o herói "Hope" apareceu pela primeira vez apenas alguns dias depois dela ter dito para Maxwell que tinha um fascínio por heróis.
     - Não pode ser.. tem que ser coincidência. Mas pensando bem, eu não conheço o Maxwell de verdade.. Ele não me falou nem o sobrenome dele. Mas que po..

Elizabeth pensa em algo. Ela teria que se encontrar com Maxwell no dia seguinte, ela iria perguntar sobre o passado dele. Só assim ela saberia a verdade. Só assim, as dúvidas seriam esclarecidas de uma vez por todas e ela poderia continuar com seu trabalho.
   Após horas de árduas pesquisas, o expediente dela acaba e ela vai para casa. Quando chega em casa, ela se senta no sofá e liga a televisão. O herói Hope estava dando uma entrevista ao vivo. Ele havia acabado de salvar algumas pessoas de um acidente de carro na estrada de Ashtownville. Elizabeth decide ligar para Maxwell, se ele realmente não fosse Hope e o assassino daquelas antigas notícias, ele iria atender, já que Hope estaria sendo entrevistado no mesmo instante.
  Ela liga e espera.. Se passam alguns minutos e nada. Ninguém atende. Maxwell realmente é um assassino?
   
              Fim do capítulo 6.

Ureel, O DesesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora