1x1- Setevidas

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Só nos últimos cinco meses
Eu já morri umas quatro vezes
Ainda me restam três vidas
Pra gastar

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Girei a chave na fechadura da porta do meu apartamento, e quem diria que esse seria o ponto alto dos meus dias com 22 anos, estava extremamente cansada depois da faculdade e sentia como se um caminhão tivesse passado por cima de mim e ainda dado ré pra passar de novo.

Suspirei entrando e jogando minha mochila no chão e fechando a porta, fui até a cozinha pegar o meu jantar que a Sr. Jackson sempre preparava e deixava ali pra mim me dei de cara com meu arqui inimigo , um gato preto metido a espertalhão que entrava pela janela da sala e quando eu a fechava, pela janela do banheiro.

Aquele gato enxerido estava passando dos limites! comendo meu jantar, e fugindo pela mesma janela antes que eu pudesse pega-lo todos os dias.

Mas não naquele dia, quando olhei ao redor e o infeliz tinha deixado inúmeras pegadas de lama pelo chão e deixado marcas dos seus pequenos e afiados dentes no meu sofá já acabado o deixando agora em frangalhos, a raiva subiu no momento em que vi aquilo , depois de um longo dia de trabalho e de aula, tudo o que eu queria era um jantar quentinho e uma cama , mas aquele gato vinha me tirando do sério à dias e sem pensar duas vezes  avancei pra cima dele disposta a acabar com sua raça.

O gato fugiu pela janela e eu o segui só que pela porta, ele correu pro andar de baixo, onde o segui correndo derrubando as plantas da vizinha fofoqueira e vasos e esculturas do escultor frustrado da porta ao lado, apenas me dei conta do que estava fazendo quando ouvi todos saindo na porta gritando comigo, mas não parei de perseguir o felino , naquele dia eu iria me livrar dele.

Finalmente tinha alcançado o gato quando ele desceu mais um lance de escadas e em frente a porta 4,o agarrei pelo pescoço e prestes a esganar o gato,   um homem saiu na porta olhando pra minha situação , com olheiras, sapatos cheios de lama das plantas dos vizinhos e esganando um gato, olhei pro moço e ele era um tanto alto, e demorou alguns segundos até que meu olhar alcançasse sua cabeça, ele não parecia ser da América de jeito nenhum.

- você está amassando meu gato.

foi ali que percebi que eu era a vizinha desastrada, estressada e maluca .

demorei um pouco até acordar dos meus devaneios e largar o gato enquanto olhava pra ele, e até me lembro de ter limpado uma babinha que sentir descer do canto da minha boca.

- esse gato é seu?

vi ele pegar o bichano no colo e me olhar com uma cara que pensei ser de pena mas logo em seguida soltou uma risada.

-por que estava enforcando ele?

cheguei até a me assustar com o fato de ele estar falando a minha língua, apesar de dizerem ser comum Asiáticos - Americanos eu nunca tinha conhecido um. Mas tive que parar de encará-lo que nem uma louca e prestar atenção ao que ele estava dizendo, respondi recuperando a raiva que tinha daquele gato.

- seu bicho ai , invade minha casa todo dia e destrói minhas coisas e come meu jantar... ele roeu meu sofá

quase berrei, e ele respondeu calmo:

- me mudei pra cá a algumas semanas , realmente não sabia por onde o Bing andava todas as tardes... bem, vou ter que começar a fechar as janelas e tentar manter ele longe de você!

ele ergueu uma sobrancelha com um semblante meio divertido , pelo visto agora o gatinho asiático me achava uma assassina de gatos bem idiota.

- é bom mesmo você controlar ele...

como quase me tornei uma assassina de gatos e me apaixoneiOnde histórias criam vida. Descubra agora