Capítulo Um

350 56 212
                                    

                                              ALANA

Levantei pela manhã, a janela aberta fazia o vento forte bagunçar meus longos cabelos negros, a seda fina permitia com que a brisa tocasse minha pele, me deixando arrepiada. Eu não me importava, adorava acordar assim todas as manhãs. 

Fui até a varanda, ouvindo o som das ondas na praia, vendo a belíssima paisagem do céu azul e a infinitude do mar, o nascer do sol magnífico, eu não me cansava de admirar. 

Decidida a dar um mergulho, coloquei um biquíni e vesti uma saída de praia. Abri o portão e fui andando até as águas. A areia era tão macia que fazia meus pés afundarem deixando minhas pegadas registradas pelo caminho. Eu amava este lugar, me sentia conectada à natureza, em verdadeira paz. 

Ao chegar na beira do mar, tirei a saída de praia e entrei na água. Calmamente molhei meus pés e logo em seguida adentrei as águas em um delicioso mergulho. Ao subir até a superfície avistei no horizonte um homem surfando em sua prancha. Analisei detalhadamente o rapaz. 

Ele tinha um corpo escultural, era alto e bronzeado de uma forma que chamaria a atenção de qualquer mulher naquela praia. Admirada com aquele monumento em forma de homem, distraidamente fui carregada pelas ondas e quando pude perceber estava com o tornozelo preso em uma pedra. 

Desesperada tentei me soltar, mas era impossível, as ondas estavam fortes e conforme o ir e vir da água chegava em mim, eu perdia cada vez mais o pouco do fôlego que me restava, não conseguia pedir ajuda, naquele momento eu estava me afogando. Já não havia mais esperanças, eu jamais conseguiria sair dali sozinha. Senti uma mão tirando meu pé do meio das rochas e me levando para fora da água. 

Desmaiada por ter engolido muita água, fui delicadamente deitada na areia. Senti os lábios de alguém encostarem nos meus e um sopro de ar adentrar o meu peito fazendo com que a água, que estava em meus pulmões saíssem. Retornei a consciência, tossindo. Me levantei, abri o olhos e me deparei com o surfista na minha frente.

— Está tudo bem? — Disse ele em um tom preocupado. Sua voz era grave e delicada, ele me analisava cuidadosamente para conferir se eu estava bem.

— Acho que estou bem sim — Respondi no mesmo instante em que dei um grito de dor. Meu tornozelo estava sangrando e eu sentia muita dor no local. 

O surfista me pegou em seus braços, era tão forte que me fazia parecer uma pena que ele carregava com leveza. Sem nenhum esforço, me carregou até uma espreguiçadeira que estava debaixo de um guarda-sol, surpresa com a atitude do rapaz, minhas queimaram e meu rosto tornou-se completamente corado, envergonhada me ajeitei na cadeira. 

Ele saiu em busca de curativos para meu tornozelo me deixando com a vista esplêndida de seu corpo malhado se locomovendo, o vento bagunçando seu cabelo e o sol fazendo a pele inteira brilhar. Eu nem lembrava mais que havia um machucado sangrando em meu tornozelo.

Em poucos minutos o vejo retornar. 

— Não achei curativos nem nada que pudesse tapar seu machucado. Precisamos lavar para não infeccionar. — Ele fala seriamente enquanto toca meu calcanhar. 

— Ai, está doendo, não toque assim. — Puxei o pé em reflexo

— Me desculpe. Venha, vou te levar até uma farmácia para fazer um curativo. 

Sem dizer mais uma palavra ele me pegou nos braços novamente, me colocou em seu carro e me levou até uma farmácia. 

Eu estava tão encantada pela gentileza daquele homem, que apenas assenti e me deixei levar. No caminho trocamos algumas palavras. 

Eternamente SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora