Capítulo Dois

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ALANA

Um ano após encontrar o homem da minha vida, havia se passado, muita coisa aconteceu nesse meio tempo, meu pai sofreu um acidente, tivemos que nos mudar da casa da praia e por conta da impossibilidade do meu pai em trabalhar, eu estava assumindo as despesas da casa. Meu trabalho de meio expediente não estava mais suprindo nossas necessidades.

Mônica, prima da minha melhor amiga Ruby, me indicou para uma entrevista de emprego onde ela trabalha, disse-me que a empresa era grande estava contratando novos funcionários. Seria a oportunidade perfeita. Precisava muito desse emprego, pois além das despesas da casa, arcava com os custos médicos do meu pai, ele perdeu o movimento das pernas no acidente de carro. Com todas as dificuldades financeiras me atormentando, me sentia inútil e impotente por não conseguir ajudar da melhor forma possível.

Papai também não estava feliz, desde o acidente, não era mais o mesmo, por não conseguir realizar atividades que antes fazia com facilidade, sentia-se inutilizado e o fato de não ter um emprego o deixava mais deprimido ainda.

Passávamos por dificuldades financeiras, o apartamento que morávamos estava com vários meses de aluguel atrasado, o salário que eu ganhava como garçonete de meio período não era suficiente para pagar tudo, ou comíamos e pegávamos os remédios, ou quitamos o aluguel e ficaríamos sem comer e papai sem remédio. Os problemas estavam aumentando à medida em que o tempo passava, um novo emprego com um salário maior seria nossa salvação. Nossa casa na praia era nosso meio de renda, deixávamos alugada, para não ficar pior. Embora a melhor solução fosse vender e aplicar o dinheiro para ter uma renda maior, éramos deveras apegado à casa, foi o lugar onde nasci, onde meus pais viveram a maior parte da vida e onde eu conheci o amor da minha vida, Erick.

Me sentia confiante para a entrevista, determinada a conseguir aquele emprego, separei minha melhor roupa, uma saia social e blazer pretos. Peguei o scarpin de Ruby emprestado, para não passar vergonha na entrevistas, as grandes empresas analisavam até a nossa cor do esmalte, minha aparência deveria estar impecável para que eu não fosse eliminada por um pequeno detalhe.

Após um banho, vesti a roupa e fiz uma maquiagem leve para demonstrar profissionalismo. Calcei um scarpin preto que combinava com a roupa e era uma cor básica e perfeita para qualquer ocasião, coloquei minha bolsa à tiracolo, me olhei no espelho, estava muito bem. Antes de sair, deixei pronto o café da manhã do papai, separei os remédios e anotei os horários em um bilhete, colei na geladeira e fui até o espelho, retocar o batom. Ruby estava a caminho para cuidar do meu pai, William também viria para auxiliá-la, sentia enorme gratidão por ter amigos como eles. Fui até o quarto do papai conferir se ele estava bem. Ele estava sentado em sua cama, lendo o jornal, me olhou por cima dos óculos e sorriu.

- Já vai filha?

- Sim Pai, me deseje sorte!

- Tenho certeza de que vai conseguir. Vá com Deus querida.

Me aproximei dele, dei um beijo em sua testa me despedindo e saí de casa em direção ao ponto de ônibus. No caminho provoquei olhares por todos os lugares que passei. Não era comum me vestir social, portanto era normal que as pessoas ficassem admiradas com a minha presença.

Depois de alguns minutos consegui pegar um ônibus que me levaria ao centro da cidade para a entrevista, o trânsito estava horrível e já impaciente, previa um atraso o que não seria bom para uma candidata a emprego.

Depois de muita luta contra o fluxo intenso, consegui chegar próximo à empresa, desci às pressas. Atrasada, caminhava rapidamente pela calçada até que um ser do abismo em um carro luxuoso passou por uma poça de água jogando lama em mim e sujando minha roupa.

Eternamente SuaOnde histórias criam vida. Descubra agora