Desencontro

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Após a noite acolhedora do pastor e sua esposa, amanheci revigorada e não tinha mais medo de não saber lidar com a situação, pensava que estar pronta para enfrentar ele, afinal como minha amiga diz que somos colegas e fazemos parte da mesma peça n...

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Após a noite acolhedora do pastor e sua esposa, amanheci revigorada e não tinha mais medo de não saber lidar com a situação, pensava que estar pronta para enfrentar ele, afinal como minha amiga diz que somos colegas e fazemos parte da mesma peça na escola.

- Bom dia. - Lizandra diz saindo do banheiro, ela tem o péssimo hábito de levantar e não me chamar.

- Bom dia eu acho que dormi muito.

- Todos dormimos muito, acha que fomos dormir as duas da manhã para estar de cinco em pé? Acabei de acordar ela diz indo até a mala pegar uma roupa.

- Vou tomar um banho para descer, quiser ir na frente pode ir.

- Quer que eu veja quem vai estar lá em baixo e venha te dizer?

- Não precisa, ele é só um colega não é? Eu sou comprometida e não vou alimentar um nervosismo por algo inexistente.

- Falou a dona Laís cabeça feita. - ela diz e sai rindo, não antes de eu jogar um travesseiro nela.

Tomo meu banho, arrumo a bagunça que fizemos e desço pensando em quem vou dar de cara, não é porque eu disse que não ligava para minha amiga que realmente eu não ligue, eu ligo e muito. Não sei como será daqui para frente, mas estou orando para eu me apaixonar pelo meu esposo assim que o ver.

- Olha quem está aí. - o pastor diz e eu sorrio para ele lhe dando bom dia.

- Bom dia minha menina. - Dona Josenilda fala e eu sorrio para ela também lhe cumprimentando com um beijo como ontem fizemos.

- Vamos tomar café quase almoço? - o pastor Francisco pergunta sorrindo por causa da hora, eu olho no relógio e me espanto ao ver que são quase meio dia.

Sentamos na mesa no mesmo clima da noite anterior. Todos conversando e sorrindo e eu fico na minha mente me perguntando onde está o filho deles, talvez esteja no quarto ou ainda não tenha chegado.

- Eu não vi ainda Wendel. - minha amiga tagarela diz. - Somos colegas de colégio, estamos na mesma peça juntos.

- Ele ainda não voltou, havia ido levar umas encomendas. - o pastor responde calmo.

- Passou a noite fora de casa? - ela parece não ter freio na boca, eu a belisco por baixo da mesa e ela me olha sorrindo.

- Sim, dormiu na casa da tia em um sítio próximo.

- Em qual peça estão juntos? - a mãe dele quis saber.

- O recital de final do ano do colégio. - respondo para ver se minha amiga não abre a bocarra dela.

- Ele ama fazer peças e tocar. - a mãe completa.

- Nós também gostamos. - Lili fala me olhando como que entendeu que eu não quero que diga que sou o par dele.

- Vamos sair daqui duas horas pra o culto, hoje vai ser mais cedo por causa do jantar.

- Pastor. - pergunto não me contendo mais.

- Sim?

- Só vou conhecer o meu noivo no jantar?

- Sim minha filha, estamos fazendo tudo conforme o voto, não se preocupe que tudo está no devido lugar. - ele diz pegando na minha mão e dando um tapinha leve.

- Desculpa perguntar. - fiquei com vergonha.

- Não se preocupe no seu lugar eu já havia feito mil perguntas. - Josenilda diz e eu sorrio.

Subi para me arrumar com Lizandra e no horário combinado já estávamos a caminho da igreja. Não canso de admirar essa igreja, ela é muito linda e aconchegante, passo a vista nas pessoas procurando adivinhar qual dos jovens sentados no banco é meu noivo. Vejo Ray e seus pais nos abraçamos, quando entra um rapaz alvoroçado fala algo no ouvido do pastor e vão para o escritório.

Azafe volta para a igreja, fala algo a mãe de Wendel e ela abaixa a cabeça chorando silenciosa. Fico sem saber o que está havendo mas me aproximo de dona Josenilda e passo a mão no braço dela lhe chamando a atenção para mim.

- Laís minha filha, nós vamos adiar tudo, um acidente na estrada e parece que seu noivo está envolvido.

- Como assim? - pergunto confusa e vejo um irmão tomar a frente e falar para todos no microfone.

- Irmãos e irmãs, o nosso pastor teve que sair correndo e pediu para avisar que hoje nós só vamos fazer uma oração e dispensar todos para suas casas, pois um carro bateu na moto do filho dele derrubando ele e o carona e não sabemos como estão.

Fiquei piscando várias vezes imaginando ser meu noivo e Wendel juntos no mesmo acidente. Olho para Lizandra que abraça a mãe de Wendel nesse momento e fico sem saber como agir. A oração é feita pelo mesmo irmão que falou e todos saem cumprimentando a mulher inconformada ao meu lado.

- Irmã Josenilda o motorista está esperando para lhe levar em casa, junto com as suas convidadas. - um jovem educado fala.

- Vamos meninas? - ela pergunta e nós duas assentimos.

Quando chegamos em casa o telefone estava tocando e ela atende nas pressas, como paramos para verificar a pressão dela na farmácia e demoramos ser atendidas, nós chegamos quase duas horas depois que saímos da igreja. Ela fica falando no telefone percebo que é notícia boa, fico aliviada mais curiosa para saber o que é, sento no sofá prestando atenção a cada passo dela.

- Graças a Deus não aconteceu nada demais. - ela diz ao encerrar a ligação. - Eles estão no hospital pois meu sobrinho vai se submeter a uma cirurgia mais é algo simples segundo Francisco disse.

Ao ouvir a frase dita por ela meu coração começa a acelerar e eu me levanto tentando me acalmar. Com o pensamento a mil, quer dizer que meu noivo é sobrinho dela e primo de Wendel.

- Que bom que não foi nada. - Li diz me fazendo um olhar de quem manda eu me controlar.

- Laís, não vou poder seguir com o combinado para o seu noivado, mas mando lhe deixar em casa se assim preferir, Wendel só voltará depois que o primo estiver bem e peço que ele ou meu velho lhe ligue tudo bem?

- Não pode nos dar uma pista? - Lizandra diz e ela sorrir para nós duas.

- Não posso, faz parte do que prometi a meu marido segurar minha língua, mas saiba que sou contra esse mistério todo. Até acho que já falei demais.

- Eu acho que o rapaz é feio e está com medo de ser rejeitado. - minha amiga diz e a mulher gargalha.

- Bom eu não posso dizer se ele é feio ou bonito, viro suspeita tendo em vista de nós três só eu conhecer. - ela diz ainda rindo.

- Desculpa os modos da minha amiga, ela as vezes não tem freio.

- Ela só está fazendo o que você não tem coragem de fazer. - ela diz me puxando para cozinha e a seguimos de bom grado.

Mais tarde estamos ajeitando as malas para voltar para casa, conversando com Lizandra chegamos ao acordo que o noivo vai ser o primo e eu piro só em pensar que estarei na mesma família do meu amado, mas eu sobrevivo a isso, só não sei quando esse dilema terá fim.

Ao encontro do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora