Capítulo 1

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Desastrosa manhã

Raquel

 

“Jamais deixe que uma manhã ruim se transforme em um dia desastroso”

— Regiane T. Silva

E o meu dia começava maravilhosamente bem.

— Desculpa senhora, mas seu voo foi cancelado. — ela falou tranquila.

— Desculpa, mas eu acho que não entendi. Você poderia repetir? — perguntei respirando fundo para não gritar com a atendente, eu sabia que não era culpa dela.

— Devido à perda de contato das torres de comunicação, nenhum voo poderá sair hoje. — ela explicou calmamente.

— E o que eu faço enquanto espero? — perguntei indignada.

— Ou a senhora volta para o hotel onde estava hospedada ou se hospeda em outro, por conta da companhia aérea. Todas as despesas do seu período de espera serão por nossa conta.

— Tudo bem. — falei tentando me controlar — Eu vou pensar no que fazer. Obrigada. — forcei um sorriso e me afastei do balcão. Será que alguma lojinha daquele aeroporto vendia vodka? Ou quem sabe tequila? Qualquer coisa forte o suficiente para eu esquecer tudo que estava acontecendo?

Não, eu não sou chata ao ponto de surtar com o cancelamento de um voo, o problema era quando aquilo era o grande final de um dia desastroso. Na verdade, uma manhã. Era apenas de manhã e meu futuro já havia sido arruinado, o que eu poderia esperar do resto do dia, além de mais ruína?

— O que você tem de mais forte? — perguntei já cansada de usar inglês, só queria voltar para casa e esquecer tudo.

— Forte? — a funcionária da lanchonete repetiu confusa e escutei uma risadinha vinda do meu lado. Encarei rapidamente o homem que parecia beber chá. Quem diabos bebia chá?

— Desculpe, mas eu por acaso falei com você? Acho que não. — me dirige a ele e depois voltei à atenção a funcionária — Sim. Quem sabe vodka, tequila, qualquer coisa que tenha álcool, por favor.

— O mais forte que temos é café. — ela respondeu calmamente. Café? Sério? Que país era aquele?

— Tudo bem, então me dê um café forte. — falei à contra gosto, me sentando em uma das cadeiras do balcão, enquanto a funcionária ia em direção a uma máquina de café.

— Não teve um dia bom? — o homem do chá perguntou e eu não consegui não rir.

— Eu acabei de pedir uma dose de álcool e não é nem meio dia, você acha mesmo que eu tive um dia bom? — perguntei sarcástica enquanto uma xícara de café era colocada na minha frente — Peço álcool e recebo café, que país maravilhoso! — falei ainda mais sarcástica.

— Não é daqui? — aquela pergunta me faz encará-lo. Qual o problema dele? Será que era tão difícil perceber que eu não queria conversar? Do fundo do coração eu esperava que ele não estivesse dando em cima de mim, porque naquele momento eu não tinha paciência para aquilo. Na verdade, eu não tinha paciência para nada que envolvesse homens.

— Não. — respondi seca, na esperança que ele parasse com as perguntas.

— É de onde?

— Cara, sério! — falei virando completamente meu corpo em sua direção — Você poderia, por favor, calar a boca? Não estou com o humor para conversar. — tive esperança que ele entendesse a direta que tinha mandado para ele, mas apenas sorriu enquanto a atendente parecia em choque.

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⏰ Última atualização: Jan 01, 2015 ⏰

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