Madame Gato!

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Estava frio e chovia quando Lexa correu pela floresta tentando fugir de seu pai. A terra molhada e escorregadia dificultava sua passagem e ela corria atropelando os galhos das árvores, ralando os joelhos quando caia. Ela segurava sua barriga com as mãos para não machucar o bebê em seu ventre prestes a nascer. 

- Nós vamos conseguir minha criança! - ela dizia em meio as lágrimas. 

Os raios e relâmpagos nos céu clareavam a floresta escura e lhe dava visão do caminho a seguir. Pena que também dava a eles, que conseguiam ver Lexa se esforçando para fugir. Em poucos minutos eles as cercaram. Ela não tinha mais como fugir.

- Por favor me deixem ir! - ela implorou caindo de joelhos no chão.

Eles não quiseram conversa, um homem  de aparência rude, ordenou que eles a levassem a força de volta para casa. Eles a arrastaram pelo caminho de volta e a levaram embora.

Quando voltou, sua mãe a esperava no portão aflita. 

- Vá chamar a parteira Judite! - ela pediu a sua criada, e acompanhou quando os homens a levaram para o quarto! Lexa estava prestes a dar a luz e estava muito fraca, machucada e desesperada, mas ela parou de relutar e deixou que a parteira fizesse seu serviço.

Quando a criança nasceu, o mesmo homem rude adentrou o quarto. E pegou a criança em seus braços.

- Pai! - ela pediu - Me deixe pelo menos ver a criança.

Ele consentiu. E deixou que ela o pegasse nos braços. 

- É um menino! - Lexa chorava - Meu filho!

Uma ventania fez com que as portas e janelas da casa abrissem. O homem correu e tomou a criança dos braços de Lexa.

- Está na hora! - ele sussurrou para ela.

- Já estou indo! - ele gritou ao vento, e saiu com a criança recém-nascida.

Lexa chorou e gritou muito, tentou ir atrás mas estava fraca demais para fazer alguma coisa, e os homens ainda a impediam e sair do quarto. Sua mãe lhe deu um chá e a obrigou a tomar, com a promessa de que ela ficaria mais forte, mas logo logo Lexa adormeceu.

Quando ela acordou, seu pai já tinha voltado e sem a criança.

Lexa chorou por sete e dias e sete noites sem parar por não saber onde estava o filho que acabará de dar a luz. O que aconteceu foi que Lexa era muito jovem e foi trabalhar para ajudar os pais, sendo criada de uma das fazendas vizinhas. Porém, todos diziam que aquela família era amaldiçoada e que todos eles eram feiticeiros, mas ela não deu ouvidos e aceitou o emprego, e com o tempo engravidou do filho do patrão que jurou matar ela e sua família se a criança não estivesse em seus domínios logo após o nascimento. Lexa não aceitou, mas seu pai sim! E então entregou o próprio neto para o desconhecido a fim de salvar sua família.

Mas ele se arrependeu logo depois do ato, e não suportando os gritos e o choro da filha, se enforcou com uma corda, e Lexa teve mais um motivo para chorar.

Quando ela recuperou suas forças e secou suas lágrimas, sua dor foi canalizada para raiva, e ela ansiava por vingança, e iria trazer seu filho de volta. Andando novamente pela floresta com um punhal na mão, Lexa ouvia vozes.

- Lexa, eu posso te ajudar! 

Ela ignorava, mas estava com medo.

- Vamos Lexa! Eu reconheço sua dor! Me deixe ajudar!

Ela continuou a seguir, balançando a cabeça tentando se livrar da vozes.

- Lexa, eu sei como trazer seu filho de volta! - ela parou no mesmo instante.

A lenda da Madame GatoOnde histórias criam vida. Descubra agora