Eleven Steps

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"Eu não conseguia mais suportar tudo o que eu tinha que passar para que você pudesse me dar um pouco da atenção que eu mereço. Sou egoísta, eu sei. Um egoísta abandonado."

Mais uma noite sem dormir, deitado em minha cama e pensando no desastroso dia de hoje, repassando todos os meus passos. Talvez eu fosse louco o suficiente para sentir isso, mas eu apenas senti o que estava dentro de mim.

Nunca recusei meu amor por você.

Mas por muito tempo, achei que você recusaria meu amor por ti...

Meu dia começou como qualquer outro, sendo acordado aos gritos pelo meu irmão. Ele estava bem eufórico por conta da audição para participar de um filme, então entendo porque ele não conseguia parar de andar de um lado para o outro do quarto como um louco.

— Poderia se acalmar? — Pedi assim que me levantei, colocando minha mão em seu ombro direito, o parando. — Eu sei que está muito empolgado e ansioso por isso, é um passo muito grande na sua vida, no entanto fazer um buraco no chão do meu quarto não te fará melhor.

— Eu sei. — Ele suspirou e passou a mão esquerda em seus cabelos quase tão negros quanto os meus. — Sabe que isso é o meu sonho, e eu estou muito nervoso. Queria que estivesse lá para me apoiar, mas você não pode ter mais faltas na escola, vai acabar sendo reprovado por isso. Lembre-se que está no último ano, apenas aproveite e termine logo isso, certo?

Não achava que logo cedo receberia um sermão do meu irmão, aquele que deixou a escola para seguir seu sonho. Nossos pais de começo não concordaram muito com a ideia, contudo o tempo foi encarregado de mostrar que todo sonho é válido para aquele que procura.

— Tudo bem. Vou me arrumar para escola. — Normalmente eu acabaria a conversa lhe abraçando, contudo o fato de estar frio e de que eu estava sem blusa me deixava muito desconfortável. Era melhor apenas deixá-lo por ali mesmo, tentando acalmar seu nervosismo.

Peguei roupas para o frio que estava a fazer e as vesti, mas não antes de tomar um banho rápido, tremendo com o tremendo frio. Sabia muito bem que o dezembro era a época mais fria do ano, e estava feliz pelo ano estar acabando, por mais que eu não quisesse voltar a escola.

E Jaehyun tinha que ser o motivo. Como sempre ele era o problema...

Somos amigos desde que me entendo por gente, acho que tinha uns quatro a cinco anos. Meu pai e o tio de Jaehyun trabalharam na mesma empresa por diversos anos, e nos conhecemos quando fomos visitar nossos parentes no mesmo dia.

Jaehyun era o ser mais implicante de todas as crianças que eu conheci quando era menor. Alguns dias eu chegava a odiar ele, porque sem motivo nenhum ele pegava seus dez dedos das mãos e aproveitava para puxar meus cabelos. Mesmo eu sendo mais velho, era ele que mandava.

Até o dia em que seu tio morreu.

Nós não precisávamos mais ir para o trabalho de nossos parentes, mas naquele dia acabamos por ir mesmo assim. E naquele dia conhecemos uma garota, Yoona era o nome dela, e ela o roubou de mim por muito mais de um dia.

Passei quatro longos dias me sentindo um verdadeiro idiota por estar sentindo ciúmes do meu amigo, que agora tinha parado de puxar meus cabelos e que eu tinha parado de odiar.

Apenas depois desses quatro dias foi que eu soube que ela tinha lhe largado no pior momento da sua vida. Fui visitar meu pai em seu trabalho quando descobri que um homem de prestígio naquela enorme empresa tinha morrido. Achei que a notícia tinha me afetado, mas não tanto quanto acabou por lhe afetar.

Fui levado para sua casa e cheguei com lágrimas nos olhos, eu não sabia que o estado dele estava deplorável. Lembro de cada palavra que pronunciou – ou ao menos tentou pronunciar em meio aos soluços – e eu sabia que seu tio era como um verdadeiro pai, por ter perdido os mesmos tão novo. O confortei quando Yoona não estava mais por lá e foi nesse dia que eu prometi um "eu nunca te deixarei ir".

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⏰ Última atualização: Jul 23, 2019 ⏰

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