Vamos nos permitir

Você se apaixonou

POV Phoebe

Queria abrir meus olhos e acreditar que tudo o que aconteceu a algumas horas atrás naquela sala havia sido apenas um sonho ruim. Que Max e eu, apesar de todas as brigas, ainda éramos inseparáveis, ainda protegíamos um ou outro sob qualquer hipótese e que jamais uma terceira pessoa iria mudar isso. Mas infelizmente não foi assim, o sonho ruim na verdade se tornou um pesadelo real onde Max Thunderman rasgou meu coração, o deixando em pedaços.

O ódio que estava sentindo era tão grande que eu simplesmente não consegui fazer nenhuma de minhas atividades extracurriculares da parte da tarde. A única coisa que eu conseguia fazer era acumular mais e mais sentimentos ruins em relação a Max na minha mente e no meu coração. Ele me magoou muito e eu estava determinada a realmente por um basta na nossa relação. Eu não me importava com o que meus pais iriam achar, mas Max não era mais meu irmão. Tudo relacionado a ele para mim agora, se tornou desprezível.

Decidi deixar todas as minhas frustrações de lado quando percebi que começou a anoitecer. Eu precisava treinar. Iria mostrar para meus pais que eu não precisava de Max para conseguir entrar na Força Z. Eu iria fazer isso sozinha, por mérito somente meu, sem ter um irmão gêmeo no enlaço. Eu só nasci no mesmo momento que ele, não grudada.

- Seu irmão mudou de ideia, Phoebe? – Meu pai perguntou da cozinha quando me viu descendo as escadas em direção ao jardim – Vai treinar com você?

- Na verdade, eu nem sei onde ele está – Disse já saindo, mas me virando para encarar meu pai antes disso – Mas tenho uma pequena desconfiança de que se ele não estiver no covil, está na casa da doce Allison.

- Você realmente não gosta de ver essa garota namorando com ele, não é? Acho tão bonitinho esses ciúmes de irmãos – Disse meu pai um pouco mais descontraído.

- Não tenho ciúmes do Max, muito pelo contrário, eu quero mais é que esses dois sejam muito felizes, só que bem longe de mim – Falei enquanto saia de casa, batendo a porta com um pouco mais de força do que deveria.

Estava treinando, imaginando que lutava com um vilão invisível, e adivinhem quem era esse vilão??? Isso mesmo, o insuportável, babaca, idiota e agora também corno, Max Thunderman. Eu estava desferindo os piores golpes nele, usando todas as minhas habilidades de super-heroína. Eu com certeza ganharia aquela luta.

Estava tudo indo muito bem, até que senti alguém me agarrando por trás. Braços quentes apertaram minha cintura, me puxando para bem perto de si. Fiquei tão assustada que acabei me desequilibrando. Eu estava vulnerável agora, não conseguia reagir e uma corrente de medo passou por mim assim que percebi que estava sendo virada de frente para meu adversário. Fechei meus olhos. Queria chorar, gritar, suplicar para que alguém me tirasse dali.

Mesmo de olhos fechados, pude notar que a pessoa estava fazendo de tudo para que eu não caísse com tudo no chão, segurando minha cabeça e me mantendo muito próxima, mas muito próxima mesmo de seu corpo. Foi então que eu senti o perfume, e um aroma familiar penetrou minhas narinas fazendo com que meu corpo saísse do modo alerta e relaxasse sabendo que eu estava em segurança.

Max me encarava sem piscar, respirando descompassadamente e me apertando cada vez mais junto ao seu corpo. Ao mesmo tempo em que eu sabia que estava em segurança, pois era o Max que estava ali; uma onda de incerteza e receio passou sobre mim quando notei que nossos lábios estavam muito pertos um do outro, e que parecia que Max fazia questão de acabar com a distância que faltava para eles se tocarem.

Durante alguns segundos eu fiquei sem reação. Isso só poderia ser coisa da minha cabeça. Talvez todos esses sentimentos conturbados das últimas horas estavam fazendo meu cérebro imaginar coisas que não existem e que jamais poderão existir. Saindo do meu transe momentâneo, eu estava mais furiosa do que nunca pela bagunça que Max estava fazendo dentro da minha cabeça.