abraços de quem se ama

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Henry

Eu estava nervoso. Tão nervoso quando da vez que fui a um encontro a dois com noah. Sim, foi eu que a chamei. Só que por algum motivo pensei que ela iria recusar, e não  foi bem isSo que aconteceu.

Agora la estava eu na frente do cinema Esperando uma Lindsay atrasada. Eu segurava uma flor, é algo antiquado sei disso. mas fazer o que, foi noah e seus livros de romance que me ensinaram qualquer coisa sobre relacionamentos. Porque de experiência eu não tinha nada, e digamos que noah também não. Estou ferrado.

Varias garotas já tentaram algo comigo. Eu sempre dava uma chance, mas geralmente não passava do primeiro encontro. Se eu vejo que não vai dar certo, já cancelo tudo pra não dar falsas esperanças para a outra pessoa. sentimentos são complicados. Não sou o tipo de cara que eu via na escola, saiam com uma garota sem nem gostar dela realmente, faZiam isso só pra se aproveitar delas. Já eu sempre que aceitava um encontro com alguém era pra ver se eu poderia amar a pessoa, amor pra mim é a base de tudo.

Suspirei. Mesmo já tendo vários encontros eu sempre ficava desse jeito. Nunca sabia o que fazer, era como se todos fossem meu primeiro.Vamos la Lindsay, cadê você?

Nesse momento a vi atravessando a rua. Já não era sem tempo e ... meu deus. Ela estava deslumbrante, com um vestido curto preto ate os joelhos, o cabelo amarrado em um rabo de cavalo. Uma maquiagem leve estava em seu rosto. Eu com certeza me arrependi de estar de calça jeans e uma camisa dos Beatles.

-oi, desculpa a demora. Acabei nem percebendo a hora- ela disse sorrindo pra mim

Eu não consegui dizer nada. Só fiquei parado olhando pra ela. Vamos la Henry, reaja.

- ah... Não tem problema.  Qu... que filme quer ver?- pare de gaguejar caramba!!

- humm... Não sei, nós podemos ver la dentro as sessões disponíveis- concordei com um balançar de cabeça

Diga algo! Pense, puxe assunto de algo, ah!! A flor!!

- uma flor para uma flor- eu disse estendendo para ela

Eu vo me matar, isso é tudo que conseguiu  pensar seu idiota?

- essa é a frase mais clichê de todas. Obrigada, é muito bonita essa rosa.

- não me culpe por ser clichê. O único conselheiro romântico que tenho é um amigo que tem experiências somente em livros- mas que diabos eu to falando!!

Surpreendente ela riu.

- bom, eu também não tenho muita experiência com isso. Então se você não me julgar , não julgo você. Que tal?

- claro- por favor, muda de assunto!!

Fomos juntos escolher o filme. Estavamos entre jumanji e a cinco passos de você.

- eu preferiria a cinco passos de você. Mas como você é homem, com certeza quer jumanji- ela disse

- olha, não tenho preferência. Se quer ver aquele, vamos nele.- não era mentira, eu não tinha realmente uma preferência

- certeza?- ela perguntou com as sobrancelhas levantadas .

- sim.

Sentamos em nossas cadeiras. A sala estava vazia até. Já estava na metade da minha pipoca quando o filme finalmente começou. O nome da protagonista era haley. Ah merda. Qual a chance dela ter o mesmo nome da minha mãe?

O filme tinha acabado de começar e eu já estava com lagrimas nos olhos. Não pelo filme em si, mas pelas lembranças que ouvir o nome dela despertou.

Me lembro De quando eu tinha seis anos. Cheguei da escola aquele dia  eufórico

- papai, tenho uma namorada- eu disse inocentemente

Meu pai quase cuspiu o café em mim.

- o que??

- tenho uma namorada.

- porque diz isso meu filho?

-  porque ela me abraçou, e namorados fazem isso não?

Ele sorriu para minha inocência. Colocou a mão sobre minha cabeça e mexeu  nos meus cabelos. Essa era a forma dele de demostrar carinho

-sim fazem, mas é porque se amam. Todas as pessoas que se amam fazem isso. Sejam namorados, sejam amigos, família.-dito isso ele me agarrou em um abraço

- então quer dizer que ela me ama?- perguntei com os olhinhos brilhando

- sim. Mas quer dizer que não é sua namorada, mas sim uma grande amiga.

- e quando vou saber que é namorada ou amiga me abraçando?- minha curiosidade infantil era incessante

- isso você tem que descobrir por si só, mas só quando você crescer. Por agora não pense nisso.

Então minha mãe adentrou a cozinha. Ela havia ouvido toda a conversa que tivemos. Por isso logo veio me abraçar

- um grande abraço pra um grande menino que amo-ela disse sorrindo

- também te amo mamãe- eu disse com um sorriso gigante

As lagrimas que estava segurando caíram sem aviso. Eu me levantei e sai da sala do cinema, não queria que ela  vise minhas lagrimas.

Mas não adiantou muito pois ela também se levantou e estava vindo ate mim.

- henry o que foi? Ai meu deus você ta chorando, o que aconteceu?- ela parecia realmente preocupada

Eu não  queria responder. Só queria deixar tudo sair, me sentei em um canto fora da sala do cinema e me deixei derramar aquelas lágrimas. Ela não me deu mais perguntas, só sentou do meu lado e me abraçou. Eu dei risada chorando, que ironia. Minha memória ser sobre abraços e ela me abraçando para me consolar.

No funeral deles eu não chorei. Eu não entendia direito o que estava acontecendo. Pra mim eles iriam se levantar daquelas coisas de madeira e dizer que estava tudo bem. Mas isso não aconteceu.

Eu fiquei dois longos anos com a mentira que eu mesmo criei, que eles iriam voltar pois só estavam em uma viajem longa. Quando finalmente aceitei, já era tarde pra me despedir.

- não esperava que o filme fosse tão bom- eu disse tentando enxugar as lágrimas e tentando quebrar o clima.

- henry o que aconteceu? Você esta bem?

Eu podia ver a rulga de preocupação em sua testa. Eu poderia me abrir para ela? A única pessoa que sabia tão bem sobre mim era noah.

Eu tomei a decisão, eu precisava disso mais do que nunca, as vezes compartilhar a dor pode ameniza-la. Eu já tinha Guardado isso tempo de mais

- eu só queria que eles estivessem aqui

O Silêncio Das PalavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora