Capítulo um parte 3

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O dia passou rápido, Tomy estava de volta em casa depois das aulas. Deitado em sua cama lendo uma revista do homem aranha, sem que ele se desse conta sua atenção foi desviada para a onda incontrolável de pensamentos que inundou sua cabeça. Lembranças que ele não queria que viessem a tona naquele momento, memorias de um dia que ele lutara para esquecer.

Era uma tarde quente de maio o sol brilhava majestosamente, ele brincava no gramado da casa da avó materna quando foi atingido por um brinquedo no braço, ele olha para trás parado a um metro meio esta uma menina ruiva de seis anos, cabelos longos que iam ate o meio das contas, no rosto um sorriso sínico e cheio de prazer pelo que tinha acabado de aprontar. A dor que ele sentiu em seu braço no local onde o brinquedo o atingiu não era tão grande, maior era sua indignação, se perguntou de imediato o porque que ela tinha feito aqui, levantou-se rapidamente, sem pensar muito deu-lhe um tapa no braço. Um grito foi ouvido, não era da menina que mesmo após o tapa não tirou o sorriso de satisfação da cara. Um homem quase dois metros, roliço, barba, pele oliva escuro, olhos negros profundos como a noite, sobrancelhas levantadas, pupilas dilatadas, a raiva estava estampada em sua larga cara,- nunca mais faça isso, seu moleque imundo- disse o homem com ódio em suas palavras. Em um ato de bravura que nem mesmo o garoto pode dizer de onde veio ele disse- ela jogou um carrinho em mim. Bateu no meu braço. Doeu. Esta vermelho- falou mostrando o local onde o brinquedo o atingira para o homem.- não interessa.- o homem gritou, o som era tão forte que fez os ouvidos do garoto tinir. Um discussão se inicia, durou uns cinco minutos, em meio a gritos do homem e do garoto a menina saiu ilesa como uma vitima.

Ele não sabe como esta memoria tomou conta de sua cabeça, se esforça para esquecer e voltar a ler a historia, mas, não é possível seus pensamentos estão acelerados, sua cabeça parece que esta vibrando, é incontrolável. Memorias como esta aparecem repentinamente enchem sua cabeça, sempre incontroláveis, ele demora dias para se recuperar. A raiva que toma conta dos seus pensamentos não o agradam, mas ele não consegue controlar, é forte de mais para ele.

Ouvir musica, assistir um pouco de tv, ler outra revista, brincar com algum brinquedo, correr pela casa, tomar um banho gelado, são tentativas de fazer aqui tudo desaparecer, suas memorias são quase sempre cruéis, dolorosas, ele falha mais uma vez, a memoria é mais forte do que ele e fica ecoando dentro de sua cabeça ate que depois do jantar ele finalmente dorme. Como consequência um pesadelo que o faz acordar ainda durante a madrugada, não quis nem olhar para o relógio, sabia que o dia ainda não tinha nascido. Vira-se e tenta dormir, achar uma posição confortável na cama é difícil, levanta-se vai ao banheiro, retorna ao quarto, ouvi um barulho, não reconhece, sabe que vem do lado de fora da casa- uma coruja?- ele se pergunta. Ignora sua própria pergunta deita-se e dorme.

Acorda as nove da manha de um sábado, desejando continuar dormindo mesmo sabendo que provavelmente terá uma pesadelo eles eram frequentes. Tentava controla-los, lia seu super herói favorito, ouvia musica, assistia tv, brincava, conversava com amigos usando seu radio, tentativas para impedir a formação de um pesadelo. Quase nunca funciona. Mas ele nunca desiste continua tentando – um dia eu consigo- ele sempre pensa. Pesar positivo era uma de suas batalhas diárias, ele quase sempre perdia essa também, mais assim mesmo continua tentando. Nunca desistir esta é uma de suas grandes virtudes.

MEIA NOITEOnde histórias criam vida. Descubra agora