Em um pub no centro da cidade, no balcão, há um copo vazio esperando a ser enchido novamente com cerveja.
De trás do counter, a mão do barmaids se estende e pega o copo, o preenche com cerveja do barril e o deixa no balcão. É um pub pequeno com poucas mesas e cadeiras, em que uma mesa de bilhar no lado direito do local estava três homens com tacos nas mãos em diversas conversas e gargalhadas, e outras duas sentadas no fundo esquerdo a murmurar e olhar para o lado do balcão disfarçadamente.
Sentado a frente do balcão, Enzo Green tragando um cigarro, o leva até o cinzeiro e o apaga enquanto solta a fumaça. Homem de 35 (trinta e cinco) anos, está vestido com terno e paletó azul, gravata vermelha, mocassim preto nos pés, um corte slickback bagunçado e rosto sem pelos. É um homem sofisticado e agressivo. Nem sempre foi assim, mas nos últimos anos, quando começou a beber com frequência, foi dominado pelos efeitos do álcool em contexto hostil, em que vive com rivalidades e discórdias por onde passa. Não trabalha, mas vive de uma boa herança financeira deixada pelos seus pais. Não reside em lugares fixos. Fica mudando de lugar de tempos em tempos, frequentando pensões e hotéis pela cidade.
No pub, pega o copo deixado a frente e se vira para observar alguém atrás. Era Jhennet a lhe olhar. Ela está com o rosto maquiado e batom vermelho, tentando esconder as imperfeições que antes eram tão claras. Estava com um coque volumoso no cabelo e usava um vestido de seda azul com bordões. Enzo, sem se surpreender com Jhennet na sua frente a elogia:
- Você está linda! - com um tom de voz seco. - O que você quer? - pondo o copo a boca e bebendo toda a cerveja.
- Quero que você volte para mim! - suplica Jhennet. - Eu preciso de você!
Enzo inclina o braço para colocar o copo no balcão, se levanta do banco e caminha devagar em direção a porta de saída. Jhennet o segue e saem do pub.
Do lado de fora numa noite enluarada em frente ao pub, com um cigarro na boca, estava Enzo encostado a lateral de seu Pontiac preto e Jhennet a sua frente.
- Ouvi boatos sobre você? - Enzo fala para Jhennet. - E são desconcertantes! Não quero ter reputações sujas com uma vagabunda!
- Não Enzo! - se defende. - As pessoas inventam histórias! Eu somente comecei a beber com frequência e...
- Mentira!!! - grita Enzo com arrogância e a interrompendo. - Você deita com desconhecidos todas as noites. Você é suja! Uma vadia!
Bravamente, a segura pelos braços deixando o cigarro cair e diz:
- Depois de tudo que eu fiz por você e para aquele fantasminha repugnante, - a humilha - você me expôs e a cidade inteira comenta. Sua maldita cretina!
Jhennet começa arrepelar-se em choro:
- Por favor Enzo! - apela. - Eu só tenho você, estou sozinha e não tenho a quem acudir. Volta para mim! Vamos embora daqui como você sempre prometeu...
- Não, não, não Jhennet! - interrompendo, soltando-a e pondo as mãos na cabeça.
- Mas eu o amo! - ela encosta levantando as mãos até o rosto dele tentando puxá-lo para beijar.
- Mas eu não! - a empurra pelo peito e grita. - Pare de encher o meu saco Jhennet!
Ela começa a chorar indo para trás e encostando na parede do pub. Ele caminha para a outra lateral do veículo dando as costas para Jhennet. Abre a porta, para por alguns segundos olhando para ela chorando. Abaixa e entra no Pontiac batendo a porta.
Jhennet encostada a parede, vai sentando e soluçando com choros agoniantes. Enzo da partida indo a frente. Para o carro a uns dez metros. Ela percebe olhando. Ele levanta a mão e dar sinal a chamando.
Parando o choro, Jhennet levanta e caminha até o carro. Enzo abre a porta do passageiro por dentro. Ela entra, fecha a porta, ele acelera e vão embora.
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Iηcσηsєqυєηтє Mєηтє (Dєgυsтαçα̃σ)
Mystery / ThrillerEsta obra vai atingi-lo de uma forma que você nunca imaginaria. Vai fazer sua concepção entender o que você jamais pensou existir. Perceber que em um grande suspense pode haver pontos tão impactantes a qual vai te fazer entender realidades inimaginá...