Capítulo 16

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YOONGI

Não consegui parar de pensar em Jiyu. Era difícil saber que alguém estava passando pelo mesmo que minha mãe passava e estava se calando do mesmo jeito que ela. Eu não poderia deixar mais uma Min Dahye existir.

Entrei em casa junto com Elizabeth e pedimos comida chinesa para o jantar. Elizabeth sempre janta cedo, o que acabou me acostumando também.

- Você está tendo algo com a Mila? - ela perguntou, olhando para o seu prato.

- O que? Com a Mila? Claro que não... - respondi, um pouco alterado.

- Então por que a chamou para almoçar com a gente? - indagou.

- Tinha algum problema? Pensei que gostasse dela.

- Eu gosto, mas eu a conheço há 3 anos. Você não a conhece nem há 1 mês - finalmente, Elizabeth me olhou.

- Pode ficar tranquila. Eu não quero fazer mal a ninguém e...

- Irmão - me interrompeu - Você não é capaz de fazer mal à alguém. Você é um ser humano encantador, só precisa assumir isso. Precisa parar de dar uma de durão. Eu sei que você se importa com o bem estar dar pessoas que estão à sua volta e não tem problema nenhum nisso, muito pelo contrário. Eu me orgulho de você, tá bem? Você só precisa acordar. - Ela levantou e me deixou um selar sobre a cabeça. Deixou seu prato sobre a pia e seguiu para o seu quarto.

Terminei a minha refeição e resolvi limpar tudo. Com todo aquele silêncio, pude refletir. O que eu queria da minha vida? Onde eu iria parar se ficasse me prendendo ao meu passado e ignorando meu presente e futuro? E os meus sonhos? Eu precisava seguir em frente. Precisava enfrentar esse inferno que era a minha mente. Eu fiz o que pude, não fiz? Então a culpa já não era mais minha.

Acordei de meus pensamentos com um som de notificação. Será que eram os meninos? Eles não costumavam mandar mensagem enquanto estavam na faculdade, a não ser que fosse urgente. Resolvi dar uma olhada.

Para a minha total surpresa, era Jiyu. Abri rápido a mensagem, talvez eu estivesse um pouco ansioso, mas algo estava me incomodando.

Jiyu

Localização atual

Ela compartilhou sua localização comigo? Espera, ela quer que eu vá até lá?

- Será que ela precisa de aju... - meus pensamentos foram interrompidos e meus pés correram sozinhos para fora de casa. Ela precisava de ajuda, eu tinha certeza.

Eu não sei se já havíamos comentado sobre o apartamento ou o andar em que ela morava, eu só sei que meu corpo foi direto até o lugar certo. Abri a porta desesperadamente, procurando por algo ou alguém. A sala estava vazia, porém as luzes estavam acesas. Adentrei o cômodo e parei em frente ao quarto, que parecia o dela. Seu corpo desmaiado escontrava-se no chão, com lesões e sangue por ele todo. Ao lado havia um homem sentado, chorando. Provavelmente era ele, o namorado dela. O responsável por tudo isso.

Minha mente começou a imaginar o meu pai, no rosto dele. Ele me olhou surpreso, levantando e negando tudo o que eu nem havia perguntado. Meu sangue ferveu no mesmo momento e, por impulso, eu me joguei em cima dele, desferindo socos pela sua cara até que ele ficou imóvel. Então meu pai desapareceu. E eu fiquei ali, encarando aquele corpo apagado e ensanguentado, até ouvir sons vindo de Jiyu. Me levantei rapidamente e a peguei pelos braços, sacudindo-a.

- Mila? Mila? Acorda, por favor!

...


- Jungkook, é o Suga.

- Suga? O que você tá fazendo com a Mila aí? Espera... vocês dormiram juntos? - Jungkook gritou.

- Não, maluco. Nada a ver. É um assunto complicado. Nós precisamos conversar pessoalmente. Você pode vir até o Mount Sinai?

- O hospital? Por que? - prometi esclarecer tudo quando o mesmo chegasse e finalizei a chamada.

Esperei na recepção do hospital por 10 minutos, até ver a figura de Jungkook passar pelas portas.

- Suga - ele veio até mim, claramente preocupado - O que houve com ela?

- Senta aqui - ele me obedeceu - olha... a Jiyu está envergonhada e eu a entendo. Mas ela me pediu pra conversar com você, para que você entenda tudo antes de vê-la.

- Cara, você tá me preocupando... Ela não vai morrer, né? - sua voz começou a ficar pesada, então tratei de tranquilizá-lo.

- Não, cara. Ela não vai morrer. Mas ela está passando por uma fase horrível e precisa de nós - respirei fundo - a Jiyu foi espancada pelo namorado dela - a feição de Jungkook ficou paralisada - Ela conseguiu me mandar a localização ontem a noite, antes de apagar por completo. Quando eu entrei no quarto dela, ela estava apagada no chão, com várias lesões e hematomas.

- Aquele imbecíl... a gente precisa acabar com ele e...

- Não se preocupa - O cortei - dele eu já cuidei. Precisamos nos concentrar nela, Jungkook...

O cara à minha frente já se encontrava completamente encharcado de lágrimas. Naquele momento eu percebi o quanto eles eram importantes um para o outro. O abracei e permiti que ele soltasse tudo antes de finalmente encontrá-la.

Quando Jungkook conseguiu se recompor, ou quase isso, seguimos em direção ao quarto em que Jiyu estava.

Precisamos nos concentrar nela...

My Salvation (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora