Verdade Dolorosa - Capitulo XVIII

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  • Dedicado a Amanda Andrade
                                    

Estava ficando frio. A sensação de algo se balançar sem vento. Fenômeno sobrenatural sentida em sua própria pele. Isso só aumentou ainda mais o medo que se acumulava a cada minuto dentro de Gabriel. Ele chegou perto da floresta, ela parecia chamar por ele, tudo ali dentro era estranho para ele. Ele sentia medo de entrar acompanhado. Entrar sozinho serio o pivô para um surto e uma ação mau pensada. Sabia ele que todos estariam esperando por ele, que Small estava esperando a atitude heroica dele.

Ele entrou, pela mesma trilha estreita e pequena que ele e Henry entraram junto pela última vez. O lado branco e claro da floresta estava quieto e tenso. As arvores não demonstravam nenhum tipo de movimento, pareciam estar petrificada. Talvez elas tivessem vontade própria e sabiam que era loucura o que Gabriel queria fazer. Seguindo com as mãos nos bolsos e coração palpitante, Gabriel parou em frente a arvore que Henry tinha amarrado a tira da camisa para tira-los de dentro da dobra, e ela ainda estava ali, da mesma forma que Henry tinha amarrado. Gabriel suspirou fundo e foi até ela, desamarrou e a enrolou na mão.

Poucos minutos depois andando lentamente, Gabriel se viu próximo de onde deveria entrar para ir até a cabana. A entrada estava como eles tinham deixado da última vez. Um frio subiu pelas costas de Gabriel até a sua nuca. O vento soprou e as arvores do lado claro da floresta se sacudiram, dançando lentamente. Pareciam chorando de tristeza por saber que Gabriel estava indo em direção a morte, em direção a seu último suspiro. Seu último adeus ao mundo.

Tentou ser corajoso, pegou parte da arvore e puxou para o lado, abrindo caminho na entrada do lado escuro da floresta, colocou o pé direito primeiro. Quem sabe da sorte. Depois entrou por inteiro.

Não tinha levado nenhuma lanterna ou coisa semelhante. Tinha ido apenas com sua pouca coragem domada pelo medo. Ele entrou com a vontade de salvar logo seus amigos e verem todos são e salvos. Mas cada passo que Gabriel dava dentro daquela floresta o seu coração palpitava mais rápido e forte. As floresta desse lado escuro e negro estavam como sempre. Paradas e sem movimentos. A luz do luar conseguia penetrar entre as folhas das arvores iluminando o interior. Ouviu-se um pio de uma coruja. Gabriel caminhava e parou. Olhou para o canto superior esquerdo da floresta e percebeu que ele não estava sozinho. Existia umas criaturas estranhas dependuradas nos galhos de uma arvore. Criaturas com braços maiores que as pernas, tinha a textura de serem escamosos. Pareciam macacos, mas não eram. Olhos amarelos com ires vermelhas. Ao abrirem a boca exibiam dentes afiados e pontudos. Essas criaturas olhavam uma para as outras e emitiam sons estranhos. Porem nenhuma tentava atacar Gabriel, ficavam ali, esperando, olhando. Gabriel começou a andar, e eles também, iam passando de uma arvore para a outras, deslizavam como cobras entre os galhos.

Ele tremia. Bastava o perigoso Small, agora tinha que se cuidar para não ser atacado por essas criaturas estranhas e ridículas. O chão estava repleto de folhas e galhos secos que Gabriel pisava constantemente. Ele parou para respirar. Aquele tenso e denso lugar o estava sufocando. Estava deixando a mente dele perdida em pensamentos.

Não faltava muito e a cabana estava bem a frente dele. Iluminada como da última vez. Na verdade tudo estava como da última vez, exceto o fato de Gabriel se o único livre que não foi raptado.

Era a hora de resolver tudo. Gabriel começou a andar cada vez mais rápido se desviando dos ganhos para chegar logo na cabana. Não seria uma entrada agradável. Ele invadiria de uma vez sem pensar em mais nada.  Ele parou a pouco mais de 5 metros à frente da cabana, ela parecia vazia. Isso não era verdade. O feitiço ainda escondia a verdadeira cara da cabana. Tinha certeza que seus amigos estavam ali dentro envolto e preso em uma magia negra feita e guardada em um círculo. Ele andou subia na varanda da cabana e bateu com o pé na porta a fazendo abrir brutalmente.

Estava vazia, as velas acesas e pareciam não terem derretido nenhum milímetro. Tudo exatamente como a última vez. Gabriel entrou. Olhou nos dois cômodos laterais e ele estavam vazios. Começou a percorrer cada canto da cabana. Andando em círculo no círculo feito no chão. Ele viu dentro de um dos cômodos uma vassoura. Talvez varrendo a areia do círculo os seus amigos apareceriam ali. Na frente dele.

OS CONJURADORES - A MALDIÇÃO - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora