Um Ato Corajoso - Capitulo XIX

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Já tinha se passado duas horas desde que Gabriel tinha chegado naquela cabana. A noite estava cada vez mais lenta, parecia nunca mais acabar. Ele estava ficando impaciente. Queria acabar logo com aquilo, morrer ou viver. Queria logo uma resposta e fosse ela qual for.

Gabriel levantou-se e ficou observando Ryan. Olhou bem fundo nos olhos dele e andou na direção de Ryan. Mais Henry pegou no braço dele e o puxou devagar. Henry parecia querer dizer alguma coisa, mas não falou, ficou calado olhando para Gabriel tentando imaginar a besteira que ele estava querendo fazer. Gabriel apenas sussurrou as palavras no ouvido de Henry: "Confie em mim"! E continuou andando na direção de Ryan.

A mãe de Ryan se pôs na frente dele, porem Ryan a tirou deixando o caminho livre para Gabriel se aproximar. A cabana estava uma zona, as velas estavam espalhadas pelo chão e Gabriel chutou algumas para longe. Lucas, Matheus e Caíque foram para o mesmo lugar onde Henry se encontrava. Henry começou a analisar se os três garotos estavam bem e sem nenhum machucado. Enquanto isso Gabriel chegou parto de Ryan, o mais perto possível, a cerca de 30 cm de distância.

Os olhos de Ryan tremiam e penetravam o olhar esverdeado e triste de Gabriel. Os olhos de Ryan estavam aprofundados em uma tristeza que não era capaz de ser distinguida e ao mesmo tempo sombras transbordavam nos olhos dele o deixando com um aspecto terrível, assassino e perigoso. O corpo de Gabriel tremia olhando para Ryan. Era seu melhor amigo que estava ali na sua frente. Mas um amigo que não podia perdê-lo para o lado das trevas. As asas eram sinais de que isso não era escolha dele.

— Porque você me enganou? – falou Gabriel – Eu gostava tanto de você!

— Isso eu não pude evitar.

— Poderia sim.

— Nasci para fazer isso. Será que você não entende? – gritou Ryan,

— Ah, sei. Nasceu para isso. – falou Gabriel colocando um dedo no peito de Ryan, e com um tom debochado – Quer dizer que você nasceu para me matar?

— Não. Não foi isso que eu quis dizer – respondeu Ryan colocando as mãos nos ombros de Gabriel – Eu não vou fazer isso.

— Você pode não fazer, mas está ajudando nisso.

Ryan deu um bater de asas, fazendo assim apagar metades das velas que estavam ali acesas. A mãe dele recostou na parede e se apoiando com um pé. Small continuava imóvel ao lado de Ryan, como um cão de guarda. Ryan continuou com as mãos nos ombros de Gabriel por alguns segundos, durante esses segundos os olhos de Ryan se tornaram claros alegres e sem nenhum tipo de trevas os deixando negros. Mas depois desses segundos ele retirou as mãos dos ombros de Gabriel e fechou os olhos sacudindo a cabeça.

— Você está bem? – perguntou Gabriel segurando nos ombros dele.

— Deixe-me quieto. – respondeu Ryan com uma voz grave e com os olhos negros novamente.

Gabriel deu alguns passos para trás assustado, sentiu um medo da voz de Ryan, não parecia ser ele. Não era ele. Poderia ser qualquer um, menos o Ryan que Gabriel conheceu. Mas como Gabriel já imaginava aquilo era contra a vontade dele. Ryan se contraiu colocando as mãos na cabeça e sacudindo-a. Olhou para Gabriel com expressão de choro.

Gabriel sabia o que fazer, tinha que salvar seu amigo dessas sombras que queriam o levar de uma vez para as trevas. Gabriel andou na direção de Ryan, segurou nos ombros dele, olhou bem nos olhos dele. Depois passou um pé por trás de Ryan e o derrubou no chão. Rapidamente Gabriel subiu sobre ele travando os braços e ar pernas dele.

— Agora você vai me ouvir! – falou Gabriel.

Nesse momento a mãe de Ryan se mexeu na direção dele, porem Lucas tomou a frente dela a bloqueando de avançar. Ele arqueou as asas. Empurrou-a de volta para a parede com as pontas das asas e depois a fixou com as mesmas na parede. Apertando-a.

OS CONJURADORES - A MALDIÇÃO - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora