⁺˓ only ˒⁺

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Doyoung sentiu um nó se instalar em sua garganta, tentando não ficar surdo em meio ao som alto que parecia querer estourar seus tímpanos, além de não perder Yuta de vista em meio àquela multidão em um espaço claustrofóbico. Apenas sabia que estavam seguindo em direção a uma porta vermelha, sinalizada com luzes de mesma cor, junta a um segurança para vigiá-la.

Afinal, como ele tinha parado ali?

Morava em um bairro já ruim, que muitas pessoas evitavam passar por perto, mas era o que podia bancar no seu trabalho nada bom — ser garçom não dava tanto dinheiro quando tinha que arcar com as despesas da escola do irmão. Sempre tivera paciência com Mark e, por isso, quase nunca brigavam, apenas quando Doyoung chegava de um dia estressado e o Lee o irritava. Mas então, o boletim do mais novo chegou e começaram a discutir como nunca antes. O Kim jogava na cara o quanto trabalhava para tentar dá-lo alguma oportunidade, falou coisas que não deveria.

Então, uma semana depois, foi se desculpar ao garoto, mas ele já tinha partido. Desaparecido, deixado uma nota que tinha fugido de casa. O Kim não tinha levado a sério (afinal, o Lee não tinha nem um pouco de coragem para ficar naquelas ruas) até a noite cair e Mark não ter voltado. E era óbvio que iria para a pessoa que sabia mais da vida dos outros do que da própria.

— Mark fugiu de casa? Relaxa, ele vai voltar — Yuta tinha rido, tirando a franja dos olhos.

— Ele ainda não voltou, já faz um dia — o Kim sussurrou, cruzando os braços e tentando se aquecer do frio. — Eu tô preocupado... e também, chamar a polícia em um bairro desses é como pedir pra um rato entrar na ratoeira. Por favor, Yuta. Deve saber de alguém que me ajude.

— Lógico que sei! Tô com cara de desinformado? — sentou na cerca, balançando os pés no ar, fazendo o Do rodar os olhos. — Mas, escuta, Dodo... Sabe com que tipo de gente cê vai mexer. Não espera que façam isso de graça, né?

— Eu nem tenho dinheiro! Vão querer o quê? Meu rim? — o japonês balançou a cabeça, como se estivesse pensando no assunto, fazendo bico. O coreano arregalou os olhos, até que o imigrante ilegal voltasse ao Kim de novo. — Com quem vou mexer?

— Lee Taeyong. É tipo um super chefe de máfia — Nakamoto continuou, arrumando o gorro do moletom em sua cabeça. — Mexe com tráfico, homicídio, é agiota... geral conhece. Quer dizer, o pessoal das ruas. Tem até a própria sala no Black Flamingo.

Quando Doyoung finalmente viu o relógio bater onze da noite, foi com o japonês para o clube que tinha citado. Black Flamingo era a balada mais povoada daquele bloco da cidade, um lugar pequeno, localizado em um beco, com apenas luzes em formato de flamingo acima de uma porta de ferro pesado para sinalizar. O guarda-costas a abriu, deixando os dois passarem naturalmente.

É. Foi assim que tinha chegado lá.

— Pode entrar — o amigo o disse após conversar com o segurança da sala de Taeyong, um cara alto, com uma feição incrivelmente assustadora. — Se algo der errado, se esconde embaixo do sofá.

O Kim assentiu, estranhando o conselho, entrando assim que a porta foi aberta. Desceu os poucos degraus, olhando ao redor, impressionado. A porta cortava o som do outro lado, então a sala tocava uma música calma, como se aliviasse a dor de cabeça que estava começando a ter. O lugar tinha luzes roxas para iluminação, mulheres levando os variados tipos de bebida para as pessoas nos sofás circulares, com mesas no meio, ou no bar. E era óbvio que era alguém novo, porque recebeu alguns olhares estranhos.

— Quem cê tá procurando, docinho? — escutou, virando para uma das garçonetes do lugar, examinando a roupa extremamente curta e meneando a cabeça.

mafia prince 〰️ dotaeOnde histórias criam vida. Descubra agora