CAPÍTULO 211

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Cheguei no estacionamento do shopping e parei ao ouvir uma voz muito bem conhecida me gritar.

Luan: Alê! Alessandra! -parou em minha frente- A gente precisa conversar.
Alessandra: Eu bati nela de propósito sim, e daí?
Luan: O que?! -franziu o cenho- Bateu em quem?

Arqueei as sobrancelhas.

Alessandra: Nada.
Luan: Você não pode fingir que não me conhece.
Alessandra: Eu tive o desprazer de conhecer. -destravei o carro-
Luan: Não fala assim, não fala como se o que vivemos fosse algo ruim.
Alessandra: Porra Luan, qual é?! -me enfureci- Eu já não disse que você não me devia explicações? Qual parte você não entendeu que eu não quero mais saber de você?!
Luan: Eu devo sim, é o nosso filho!
Alessandra: É o SEU filho! Olha aqui Luan, os anos se passaram, ambos mudamos, você casou, eu fiquei noiva, José cresceu, eu não moro mais aqui! Será que dá pra entender?! O único laço que temos é porquê minha família gosta do Zé, caso contrário eu nunca mais ia ver a sua cara!
Luan: Não é bem assim!
Alessandra: É assim sim! Finge que eu não existo e me faz o favor de mandar sua mulher não entrar no meu caminho, você sabe bem o que acontece com quem me e enche o saco, nada muda.

Entrei no carro e liguei o mesmo, dando partida e saindo dali, antes vi Luan respirar fundo e passar as mãos pelo rosto, frustrado.

Deixei uma mensagem pro Jamie avisando que fui embora e para eles virem no carro do Edgar, alegando não estar me sentindo bem. Ignorei as ligações do Fábio e segui pra onde eu realmente queria desde que cheguei aqui: Minha boate.

Lorena me disse que desde que saí de Londres ela fechou a boate, está sem funcionar por todo esse tempo e provavelmente ninguém mais apareceu lá. Antes de ir eu a pedi que tomasse conta de tudo, e ela fez, a boate continua no mesmo endereço, da mesma forma, apenas inativa.

Não foi difícil avistar a mesma, estacionei o carro em frente e desci, avistando o letreiro apagado logo em frente. Estar ali me trazia uma sensação de...saudades?

Eu não me arrependia da vida que eu vivia, eu não tinha medo do errado ou vergonha das coisas que fiz. Sei que poderia ter tomado um rumo melhor, e por mais que as circunstâncias e os motivos que me levaram a viver assim sejam péssimos, foi aqui que eu vivi os meus melhores momentos e conheci pessoas maravilhosas. Se não fosse essa boate eu não teria conhecido o Luan, talvez não conheceria os meus amigos, talvez até hoje viveria abusada pelo John e sabe lá se eu estaria viva hoje. Se não fosse a boate eu não teria conhecido o Luan e consequentemente não teria o Zé, e sem ter eles eu não teria motivos pra ir a Vegas e conhecer os Dornan, uma coisa leva a outra.

Eu tinha plena consciência de tudo o que fiz e me orgulhava de ter enfrentado essa porra toda sozinha. Pela primeira vez eu me reconheci como uma guerreira, pela primeira vez eu vi em mim motivo pra se orgulhar e poder dizer que eu sou capaz, eu consegui rever meus conceitos e reparei que mesmo em meio ao caos eu consegui vencer. Eu não me via mais como uma decepção a tempos, e quer saber? Foda-se o que falam, só eu sei da minha verdade.

Warrior | L.S (CONTINUAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora