Ureel, O Desespero

Capítulo 9 - Parte 2 de 2: O Desespero.

Capítulo 9 - Parte 2 de 2: O Desespero.

      O herói Hope está no centro de Ashtownville, uma multidão de cidadãos o cerca, e ele está em cima de um palco, ao lado do prefeito. É o aniversário da cidade e justamente hoje, o prefeito irá falar diretamente com o herói Hope, na frente de toda a cidade. O prefeito começa a discursar usando um microfone, atrelado a alguns cabos próximos do palco:
       - É um prazer enorme anunciar o começo desse maravilhoso evento que comemoramos todos os anos. Hoje a cidade de Ashtownville, comemora 95 anos e 95 anos de muito orgulho! É muito bom poder contar com todos vocês no avanço que a cidade anda tendo! Mas deixando a tradição um pouco de lado, hoje temos aqui conosco, uma visita mais que especial, o herói Hope!

    Muitas pessoas da multidão aplaudem o herói e alguns alí até mesmo gritam o nome do herói e assobiam. O prefeito logo retorna seu discurso, agora direcionado para o herói.
     - É inegável que o herói Hope, tem ajudado e muito na segurança de nossa cidade. É surpreendente o fato do primeiro super-herói de verdade, ter surgido aqui em Ashtownville e por isso mesmo tivemos a honra de convidá-lo. Mas ainda assim, o mundo o vê como um mistério, não temos muitas informações e tão pouco sabemos suas reais intenções, esse é outro motivo de termos chamado você aqui, para acabar com essa dúvida de uma vez por todas. Nos diga Hope, você representa algum tipo de ameaça para o mundo?

      O local que antes estava com um entusiasmo ensurdecedor, agora passava por um longo silêncio. Todos encaravam o herói na espera de alguma resposta. Após algum período de silêncio, Hope encara o prefeito e o público e solta uma frase usando o microfone, e em seguida é cortado por uma voz ao fundo:
      - Bom prefeito, não vejo razões para o mundo me ver como ameaça. Eu quero salvar as pessoas e ajudar o mundo, só iss..
      - Ele está mentindo! - Diz uma voz que cortou a resposta de Hope.
     Algumas luzes do evento se apagam e em seguida, uma luz ilumina o topo de um prédio: Lá estava Elizabeth, com um  microfone em uma mão e alguns papéis na outra. Ela retorna sua fala, direcionando-se à multidão:
       - Hope é um assassino! E eu posso provar.
     As pessoas que antes estavam em silêncio, agora começam a questionar Hope e o prefeito se afasta um pouco do herói que em seguida volta a falar:
       - Me desculpe senhora, mas você veio aqui só para falar asneiras? Se eu realmente sou um assassino, prove.
        - Dia quinze de dezembro de dois mil e seis! Exatamente nesse dia, um casal foi assassinado de forma brutal e anormal pelo seu filho adotivo, Maxwell. Relatos indicam que o garoto possuía uma força anormal e desumana, não muito diferente de nosso Hope aqui.
        - E o que isso tem haver.. - Elizabeth interrompe Hope e continua sua fala:
        - Em dois mil e nove, apenas três anos depois do incidente que citei agora pouco, prédios da cidade foram banhados de órgãos humanos e de sangue. Quem mora na cidade há muito tempo se lembrará disso, foi uma manchete em nível nacional. Mas a verdade é que o garoto que assassinou os pais adotivos com uma força considerada desumana, foi o mesmo que banhou a cidade com sangue! Eu sei sua história Maxwell e aposto que o mundo todo também está curioso para saber.
       
         A multidão começa a questionar Hope novamente, alguns gritam, mas o herói fica em silêncio, com a cabeça abaixada.
        - Ela está dizendo a verdade Hope?! - Grita um homem em frente a multidão.
         - Diga alguma coisa! Você é mesmo um assassino?! - Grita outro homem.
          - Se ele tá quieto é por que tem alguma verdade nisso aí! Seu monstro! - Grita uma mulher no fundo da multidão.
     Todos começam a vaiar Hope, que permanecia em silêncio total.
     Elizabeth olha para toda a multidão e solta uma frase:
        - Esse homem, Hope, não é o salvador do planeta! Ele já tentou me matar e tudo isso por que eu descobri a verdade sobre ele. Ele quer manipular e controlar todos vocês! Ele é um psicopata degenerado que só pensa em si mesmo!
      Todos vaiam Hope que antes em silêncio, agora começa a levitar sobre o chão e retira a mão de seu rosto, revelando um sorriso maquiavélico e demoníaco. Seus olhos estão encharcados de lágrimas de sangue e seus olhos em um tom vermelho escuro. Hope olha para a multidão, agora chocada com a cena que presenciam. Ele começa a falar novamente, mas agora com uma voz distorcida e maligna:
       - Vocês me chamam de monstro.. Me chamam de aberração e de demônio, mas desde o começo, tudo que eu fiz foi salvar a humanidade dela mesma! Vocês são podres e egoístas e destroem tudo o que tocam como se não fosse nada! Vocês pedem salvação e quando são salvos fazem de tudo para achar algo que demonstre que ainda não estão bem o suficiente. A humanidade se resume a egoísmo, ódio e ingratidão, vocês são o câncer desse planeta! Vocês querem um monstro? Querem algo para odiar? Então é isso que darei para vocês. A partir de hoje, podem me chamar de desespero, pois é exatamente isso que representarei para a humanidade de agora em diante. Se vocês não podem ser governados, serão destruídos e usados como o que são: Lixo! -A multidão que antes gritava contra Hope, agora estava sem reação após aquele discurso. "Desespero" como agora era conhecido, desce do palco e usando parte de sua gigantesca força, segura aquela enorme plataforma metálica, fazendo com que todos que estavam em cima, fossem derrubados. Seguranças e policiais que estavam no local começam a disparar contra o "Desespero", que não sofre sequer um arranhão, em seguida, com uma força desumana, o palco inteiro é jogado contra uma parte da multidão, esmagando instantaneamente diversas pessoas, enquanto outras ficam presas entre os destroços.

Muitas pessoas começam a gritar e correr, tentando fugir o mais rápido possível daquele lugar, algumas pessoas tropeçam e são pisoteadas pelas outras e assim uma euforia coletiva começa.
Uma tropa de reação policial cerca os arredores do local e agora helicópteros jornalísticos e da força tarefa da polícia sobrevoam a área que Maxwell estava atacando. O chefe da polícia que estava em um dos helicópteros começa a falar usando um megafone da polícia:
      - Hope, se renda agora! Você já causou estragos e mortes o suficiente! Nós temos permissão direta do estado para atirar e pode ter certeza que nós vamos!
      "O desespero", que estava no chão, agora olhava fixamente para o helicóptero que sobrevoava o local e em um ato de insanidade pura, pula com uma força absurda em direção ao helicóptero e grita:
      - Acho que aqui não tem nenhum Hope, policial!
    Em seguida, já voando ao redor daquela aeronave, ele segura as hélices com uma de suas mãos, que permanecia intacta e usa sua força para parar a hélice.
   O chefe da polícia ao observar o que Maxwell estava fazendo, utiliza seu rádio e diz para os atiradores que formavam um cerco logo abaixo dispararem contra Maxwell.
      - Ele vai derrubar o helicóptero! Disparem! Vocês tem permissão de disparo! Repito, vocês tem permissão de disparo!
   Os atiradores soltam repetidas rajadas de tiro contra Maxwell, que agora segura as hélices do helicóptero com suas duas mãos. Como uma criança psicótica segurando um peão, ele começa a rodar aquele helicóptero e o gira do avesso, fazendo com que todos que estavam dentro da aeronave caíssem em direção ao chão e morressem instantaneamente pela queda. Em seguida, Maxwell arremessa a aeronave no cerco de atiradores, que rodeavam o local, causando uma grande explosão, matando os atiradores e alguns civis que tentavam fugir.

    Elizabeth que estava no topo de um prédio próximo do tumulto consegue fugir e se afastar daquele caos generalizado. Desse dia em diante, a humanidade conheceu sua maior ameaça: "O desespero"
Maxwell devastou governos mundiais e impôs suas vontades contra a humanidade, causando diversos genocídios e tragédias a níveis mundiais. Várias investidas governamentais foram feitas para impedir o poderoso tirano, mas de nada adiantou; Ele era invulnerável e resistia à maioria dos ataques. Em apenas alguns meses, os governos foram desfeitos ou entraram em colapso absoluto e um novo governo único foi criado para todo o planeta: "O governo de Max."

           Fim do capítulo 9.