Derek Hale
Nunca acreditei em destino. Amor incondicional. No tal "felizes para sempre". Pelo menos não para mim. Em hipótese alguma, na verdade. Com meu histórico, é mais do que possível rejeitar qualquer tipo de pensamento relacionado à isso. Não pensava exatamente no futuro. Como pensaria?
E então aconteceu. Quando eu era pequeno, minha falecida mãe me contava histórias sobre a lenda dos mates. Me lembro de que à cada história, ficava mais e mais maravilhado com tudo aquilo. Afinal, quem não gostaria de ser presenteado com algo daquele tipo?
Minha mãe descrevia bem as sensações. Como se as tivesse vivenciado. Mãos trêmulas, olhos brilhantes, euforia. Algum tipo de ímã invisível te puxa para seu mate. Sua nova gravidade. Seu novo mundo. Não importasse onde estivesse, você o sentiria. As batidas de seu coração seriam absolutamente inconfundíveis.
E bem, não que eu esperasse ou quisesse aquilo, o menino que sonhava com esse acontecimento morreu há anos. Nada no mundo impede um imprinting, e nem eu poderia. Mas eu a sentia. Totalmente.
Alguns dias haviam se passado, estava curado, bem. Porém internamente eu me sentia revirado com tantas sensações novas. Sentia amor. Afeto. Saudade. E tinham as preocupações bobas, sabia apenas o nome da garota e nesse momento me pergunto se ela está comendo direito. Se está segura.
Sabia que tinha que procurá-la. E eu iria. Sinto a necessidade absurda de a conhecer, saber cada pequena parte do que ela é, admirá-la. Como eu queria. Não seria tão estranho se eu a procurasse, não é?
Ela é uma loba. Deve saber o significado de tudo aquilo que ocorreu quando nos esbarramos. Anseio para que sim.
Katrina. Só de pensar seu nome sinto todo o meu ser se agitar. Apenas um esbarrão. Um esbarrão e aquela garota de brilhantes olhos castanhos conquistou todo o meu mundo. Mudou minhas convicções, minhas esperanças, tudo. E apenas para melhor. Meu novo eixo.
Agora mesmo eu a sentia. Não tínhamos uma ligação concreta, mas conseguia sentir pequenos fragmentos de suas emoções. Estava confusa, e assustada, talvez.
Poderia encontrá-la em uma multidão apenas seguindo as batidas de seu coração. Era uma sensação tão boa, me dava paz.
Quando criança, um mate era um sonho a ser realizado, uma salvação. Depois que cresci, comecei a pensar que o tal imprinting era algo ruim. Com a maturidade, veio o conhecimento, e pude ter a total noção do que realmente significava ter um mate.
É uma ligação eterna, sem voltas, sem arrependimentos. Seu mundo seria basicamente aquela pessoa, e você seria o mundo dela. Parecia ruim. Você não seria mais você. Seria controlado, preso e destinado somente à uma pessoa. Seria tão necessitado daquela pessoa que seria como se ela fosse o próprio oxigênio. E se ela não fosse tudo aquilo que um imprinting prometia ser? E se você fosse infeliz? Não haveria volta. E pra sempre é um tempo especificamente longo. Valeria a pena se ligar à alguém de forma tão profunda?
E é aqui, apenas há alguns passos da janela do quarto de Katrina Woods, minha parceira, meu objeto de imprinting, minha mate, que eu digo que sim. Vale.
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Oxygen | Derek Hale
RomanceA ideia de amor eterno parecia besteira para o rabugento Derek Hale. Pelo menos para si mesmo. Colecionando tantas decepções amorosas ao longo da vida, era fácil tornar esse pensamento completamente imutável. O conceito de felicidade para sempre pas...