Capítulo 05

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HELENA GILBERT

Ando de um lado para o outro após sair do banho, já vestida com meu pijama rosa de flanela, cabelos molhados e calçada com minhas pantufas de unicórnio nos pés.

Ainda não acredito que Damon foi mesmo capaz de me bater... Ele nunca fez isso, ninguém nunca fez! E agora não consigo ao menos me sentar sem sentir a dor latejante em minhas nádegas.

Isso é tão constrangedor...

Imagine se alguém fica sabendo de uma coisa dessas? Uma menina de 16 anos apanhando na bunda, tendo a surra guiada por um vampiro sequestrador e psicótico.

Quem me dera se eu pudesse contar o que sei...

Não que eu já não tenha tentado, mas ninguém acredita em mim. Ninguém acredita que fui sequestrada e muito menos que Damon e Stefan são vampiros. Eles praticamente hipnotizaram a cidade toda para que pensassem que ambos são meus pais adotivos. Tive que fazer terapia por um ano inteiro.

Isso tudo é uma grande merda...

Nem o próprio Jeremy se lembra de que sou sua irmã, de que existo ao menos... É tão frustrante! Ser forçada a ter uma nova vida, com pessoas novas e quando saio para curtir... Para tentar esquecer toda tragédia, sou pega e trazida a realidade, com gritos e tapas na bunda.

Pouco antes de entrar no chuveiro, Stefan veio me consolar, disse que ficaria tudo bem, e que sentia muito por não ter evitado o que aconteceu. Eu não sou burra, sei que mereci os tapas, pois estava quebrando tudo na hora da raiva. Mas, Damon tinha que entender! Devia saber que aquela, não era a melhor hora para conversar comigo. Ele quer ser pai, mas nem ao menos tem a atitude de um... Pois é um completo babaca!

- Elena, quantas vezes tenho que repetir? Deixe. A. Porta. Aberta.- Me viro assustada para a entrada de meu quarto, ao escutar a voz alta de Damon dentro do cômodo.- Dentro dessa casa é proibido o fechar as portas!- Vejo o mesmo empurrar o motivo de sua reclamação contra a parede, o que acaba fazendo um grande barulho.

Reviro os olhos para sua irritação, sabendo que tanto ele, quanto Stefan fecham as portas aqui na mansão. A única que não pode, sou eu, mas, também não entrarei em discussão. Não quero que ele desconte sua raiva acumulada em mim.

- Eu sei, me desculpa.- Digo tentando parecer pouco preocupada com sua repreensão.

- Da próxima vez não vou apenas avisar.- Encaro sua fala como uma ameaça e abaixo a cabeça, chateada por não ter forças o suficiente para lutar ou me defender.- Stefan fez o seu jantar.- Avisa se aproximando de mim, de modo que, mesmo cabisbaixa, consigo vê-lo da cintura para baixo.- Como você está princesa? Digo... em relação ao álcool e as... palmadas?- Percebo seu nervosismo ao entrar no assunto e inevitavelmente sinto meu rosto queimar em vergonha.

Já não basta o que aconteceu? Agora terei que falar sobre minhas tragédias?

- Não quero conversar sobre isso.- Digo baixinho e logo sou obrigada a olha-lo ao ser pega pelo queixo.

Encaro o vampiro de cabelos negros com relutância e o mesmo sorri, um sorriso frio, sem vida.

- Não perguntei o que quer. Perguntei sobre você e quero minha resposta, baby.- Ele me solta e mesmo querendo muito, não olho para baixo, lhe encaro com fúria, mas decidida a lhe obedecer.

- Ainda me sinto um pouco tonta... - Admito. - E, sobre minha bunda... Ela está bem. Um pouco dolorida e assada, mas, não é o fim do mundo. Vou viver.- Sorrio sem ânimo e vejo seu próprio sorriso ganhar vida.

- Tem cinco minutos para descer. Se estiver muito ruim para se sentar, sugiro que leve um travesseiro, assim você poupa a dor que aquelas cadeiras de madeira irão lhe causar.- Aconselha um tanto debochado e se retira de meu quarto, me deixando constrangida, magoada e irritada ao me ver pegando a almofada sobre minha cama.

- Eu te odeio Damon.

Daddys SalvatoreOnde histórias criam vida. Descubra agora