SOUL #1 - by: JayElSea

-Capítulo 1-

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O som do chiar, do metal contra metal abaixo de mim, o comboio vazio e tudo o que eu consigo ouvir é os meus pensamentos. Os meus pensamentos mortíferos. Tanto aconteceu e sinto que passaram décadas, séculos dês que tudo começou. Séculos dês que senti o doce perfume da mãe ou o cheiro de lenha que o pai trazia, séculos dês que ouvi a mãe a reclamar comigo por ter partido a jarra da sala que ela tanto amava. Séculos dês que estivemos todos juntos à mesa à comer, eu, a mãe, o pai e o Josh... Josh... Joshua...
Os sons de tiros e gritos invadem a minha cabeça sendo agora o único som naquele comboio, as lágrimas voltam a descer pelo o meu rosto e eu levo as minhas mãos à cabeça chorando vendo agora... Lembrando... A fumaça... Tudo distruido.. E eu.. Eu com o meu irmão em meus braços... O meu irmão... Agora morto nos meus braços...
Eu choro em silêncio, querendo gritar, querendo vingança... E desejando... Que isto... Nunca tivesse começado...

—Inglaterra, 2097 (12 anos atrás dos acontecimentos atuais)—

Eu tinha 14 a nós quando tudo começou... Eu era apenas uma miúda... Eu, a minha mãe, o meu pai e o meu irmão Josh de 13, vivíamos numa casa simples em Inglaterra, Croydon.
O mundo estava em queda brutal, em guerra, em crise, em pobreza. Tudo parecia estar perdido.. Até que... Uma jovem mulher chegou à frente no governo e implantou a nova regra, um novo governo.
Levaram e tiraram de famílias crianças menores de 10 anos, e os restantes separados.
"Mãe! Pai! Josh!!" eu gritava enquanto era levada, eu chorava, debatia me contra os homens que levavam me a mim e à minha família. A minha mãe, doce, ingénua continuava a dizer "Vai ficar tudo bem querida, vai, eu prometo que voltaremos a encontrar, prometo que ficaremos todos juntos". Mentira.

Inglaterra foi dividida em três diferentes comunidades.
Mente, coração e força, todas elas agora debaixo de cúpulas que, com ajuda de tecnologia, mostram um mundo colorido e melhor e escondem a triste verdade cinzenta. Todos nós fomos reunidos nas comunidades com base nas nossas características, nos nossos resultados.

Mente, para entrar na comunidade mente requer inteligência, lógica, estratégia. A comunidade é conhecida pelas as suas características como imaginação, inteligência e raciocínio. Trabalham diretamente para a sede, a sede do governo onde lá Miss.Lewis, presidente, constrói e faz as regras para este novo mundo.

Coração, bondade, paciência e humildade, esta comunidade é conhecida pelo o seu bom coração e capacidade de positividade mesmo quando o mundo está como está. O Trabalho deles é subretudo trabalho rural e humilde, como agricultura, cerâmica à mão, teciagem de tecidos, criação de gado e entre outros, logo os resultados dos trabalhos são fornecidos e distribuídos pelas comunidades.

Força, nesta comunidade a força, coragem e lealdade são os maiores feitos. Nesta comunidades lutam e treinam para poderem defenderem as comunidades. São soldados, jogados para a guerra em sangue frio, mas eles escolheram assim, eles nasceram assim, corajosos, fortes emocionalmente e fisicamente.

Nenhuma das comunidades tem contacto com a outra, isso seria proibido. Fomos divididos, feitos para trabalhar tal como a sede nos indica.

Eu?

Incrívelmente eu e o meu irmão ficamos juntos na mesma comunidade, a comunidade da Mente.
Porém os nossos pais... Devem ter ficado em outra comunidade... Eu passei a proteger e a cuidar de Josh, afinal uma vez uma irmã mais velha sempre uma irmã mais velha... Mas o olhando enquanto cresciamos, eu pensava... A promessa da mãe... Não irá se realizar...

—Ano 2109, Comunidade da Mente, 10:17 (6 horas antes dos acontecimentos atuais)—

"Com licença, deixem passar, desculpem, estou atrasada". Eu dizia passando entre as pessoas com o meu café na mão e a minha gabardina branca nas mãos. Eu ando apressadamente e finalmente entro numa sala. Respiro de forma irregular por uns segundos e logo começo a caminhar pela a sala passando pelo os meus colegas os comprimentando e dizendo os bons dias. Chego à minha mesa e coloco a minha mala sobre a minha mesma, e pouso também o meu café. Visto a minha gabardina e amarro os meus longos cabelos castanhos, pego o meu café e viro me dando de caras com um sorriso que conheço muito bem.