The first interrogation

4 0 0
                                    

Harumi senta-se em uma das cadeiras da sala à prova de som da polícia. Seu cabelo está bagunçado, suas roupas estão sujas e rasgadas, e suas mãos encharcadas do liquido carmesim. Um policial aparentemente americano, loiro de olhos azuis, entra logo em seguida. Se senta em frente à menina de 15 anos, olha em seus olhos e pergunta:
- Então, Haru, por que você fez isso? - Ela o olha e dá de ombros.
- Sei lá. - Ela responde. Ele coloca as mãos na nuca e dá um longo suspiro.
- Pode me contar o que aconteceu? - Ele faz outra pergunta.
- É uma longa história, senhor policial. - Ela responde, se reencostando na cadeira e relaxando os ombros.
- Eu tenho tempo.
- Era dia 22 de setembro de 2014. Estava toda arrumada para o shuubun no hi, com um quimono cor-de-rosa, sapatilhas também rosa e cabelos negros lisos soltos. Minha mãe insistia para que eu fosse com ela, mas eu dizia que ser vista em um festival com a mamãe era suicídio social, e que não era louca pra fazer isso. Ela continuou negando até eu dizer que Yusu e Tatsunade iam comigo, então concordou já exausta, dizendo que não era para nós nos separarmos em qualquer circunstância. - Ela conta e o policial parece desinteressado.
- Deixa eu adivinhar: Vocês se separaram. - Ele disse irônico.
- Cala a boca e me deixa continuar! - Ela reclamou. - Me despedi definitivamente dela e fui atender a porta. Posso me lembrar claramente das roupas que as duas vestiam: Yusu, que tinha cabelos castanhos e olhos verdes, estava de quimono azul, sandálias brancas e cabelos presos; Já Tasunade, negra com cabelos loiros artificiais, estava de vestido laranja, com tênis rosa e cabelos soltos.
Seus olhos se enchem de lágrimas, mas as seca e continua contando:
- Saímos da casa felizes e fomos andando até uma rua que estava lotada de barracas, bandeiras e pessoas com quimonos. Adentramos a festa e começamos a jogar os jogos das barracas e comer os lanches deliciosos. Passaram-se umas 3 horas e os fogos estavam para serem lançados. Eu não queria ir vê-los pois minha audição era sensível e todo aquele barulho me dava dor de cabeça. Decidimos nos separar por apenas alguns minutos enquanto elas iam ver o espetáculo de luzes. Grande erro.
- Por que desobedeceu? - O policial pergunta, ainda entediado.
- Por que era uma garota rebelde de dez anos sem qualidade juízo! E pare de interromper! - Ela responde. - Estava andando sozinha agora. Todos estavam amontoados em um lado da festa, e eu era a única pessoa afastada de lá, ou era o que eu pensava. Vi um homem, de uns dois metros, loiro que nem você, com olhos verdes, calça jeans, camisa preta e casaco e tênis brancos. Ele estava falando no telefone e eu pude ouvir ele falar algo como "Ela está aqui. Mas tem certeza de que é ela que quer? Eu não costumo prestar esses serviços."
- Quem era?
- Meu sequestrador. - Agora o policial parece surpreso. Ele não tinha trabalhado no caso de sequestro da menina uns cinco anos antes, mas seu chefe tinha e o havia contado tudo o que aconteceu, inclusive que nunca encontraram a menina Harumi ou seu sequestrador. - Bem, ele desligou o celular e foi atender em uma das barracas. Olhou pra mim e sorriu, me oferendo uma maçã do amor. Eu disse que não tinha mais dinheiro para isso, mas ele me deu de graça. Ah, como me arrependo de come-la. Minha visão ficou turva e eu desmaiei.

Missing Harumi Onde histórias criam vida. Descubra agora