Capítulo X

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C A P Í T U L O X
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O caminho até a escola foi bem tranquilo, com uma música tocando baixinho no rádio e mesmo não querendo ouvir pagode logo na manhã, era melhor que ouvir um funk aleatório tocando por aí. Mesmo morando no Rio, eu não era muito fã de funk, mas eu tenho alguns amigos que gostam. Fazer o que?

Chegando no nosso destino, estacionei meu veículo no estacionamento da escola. Hector desce do automóvel com sua mochila, caminhando para dentro. O segui, e fui até o bebedouro no pátio.

— Oi, Alex! — ouço a voz de Kiara atrás de mim. Me viro e a recebo com um abraço, acompanhado de um sorriso. — Cadê o Hector?

— Oi, Kiki! — ele a cumprimenta com um abraço.

— Pensei que começariam a faltar — disse ela, olhando curiosa para nós.

— Eu até queria... Au! — dei uma cotovelada nele.

— É, mas a gente não podia perder os finais do segundo tempo da escola — brinquei.

Olho ao longe uma pessoa que imediatamente não fui com a cara dela. Na verdade, nunca gostei dessa pessoa, principalmente por seu jeito metido.

— E aí, Angel! — me cumprimentou enquanto parava ao lado de Kiara, que revira os olhos por ele estar ao seu lado. — Como é que vai? Vai bem?

— Sim, Vitor — falei um pouco secamente seu nome, mas pareceu não se importar com isso. O fuzilei com o olhar. — O que quer?

— Fiquei sabendo que vai dar uma festa.... isso é verdade? — me olhou de forma a me provocar.

— Você pretende ir, por um acaso? — perguntou Hector, percebendo ter sido um erro de sua parte.

Kiara estava tentando parar a futura confusão que estava tendo, mas eu não conseguia ignorar Vitor. De alguma maneira, ele era como gasolina e eu fogo, a gente não combinava.

— Não, valeu. — falou para meu amigo, que se sentiu um pouco ignorado. — Não quero perder meu tempo correndo contra você — zombou de mim.

— Ah, é? — senti o sangue ferve em minhas veias, e eu nunca pensei que alguém fosse me tirar do sério. Fiquei de frente com ele, seu sorriso me dando nos nervos. — E contra mim? Você correria?

Sei que é errado entrar em briga por uma coisa banal como corridas. Mas a questão é que não estou brigando por mim, e sim para defender meu amigo. E outra... eu adoro correr, e contra mim, esse cara comeria areia de caixa de gato, se corresse contra mim.

Me encarou e deu uma risada. Fechei meu punho para acertar sua maldita cara e arrancar essas porcarias de dentes de sua boca, mas Kiara segura meu braço, me impedindo de cometer uma loucura, que me levaria a uma suspensão de duas semanas, fazendo com que eu perdesse o restante das aulas.

— Só não corro contra você, porque seria uma humilhação, Angel — provocou, e dessa vez me desvencilho da mão de Kiara que se surpreende.

— Quer correr? Então vamos correr! — aceito seu desafio, mesmo sabendo ter sido um erro.

— Quando quiser, herói — disse, se afastando de nós três.

Fiquei ali refletindo sobre o que acabei de fazer, e como se lesse meus pensamentos, Kiara pergunta se eu realmente caí no joguinho dele. Mas não sabia o que dizer.

— Eu... eu não sei, Kiki — falei a ela, que me abraça. Apoio a cabeça em seu ombro. — Desculpe... estou envergonhado.

— Que nada! Apenas precisa de uma mulher para te pôr na linha — brincou mostrando um simples sorriso, beijando a pontinha de meu nariz. — Vamos? — ela estica sua mão para que eu a segurasse. Eu fiz. — Temos poucas semanas até terminarmos oficialmente as aulas.

Corrida Pelo SonhoOnde histórias criam vida. Descubra agora