Prólogo

37 5 1
                                    


Estava cumprindo a aposta que fiz com meus amigos, estava disposto a passar a noite toda naquela floresta escura e úmida apenas com a roupa do corpo, uma cabana, minha mochila com água e comida e algumas lanternas. Não seria tão difícil, foi o que pensei. Liguei a minha câmera documentando tudo que me acontecia naquela floresta, o que comia, os barulhos dos bichos noturnos que passavam, absolutamente tudo.

–Eu disse que iria ser moleza–disse para a câmera, sorri convencido sabendo que iria ganhar a aposta. Abri uma barrinha de cereal e ia dando uma mordida quando ouvi um barulho vindo do lado de fora. Deve ter sido um bicho, pensei e dei de ombros voltando a atenção a barrinha até que ouvi o barulho novamente, agora acompanhado de um grunhido. Me encolhi na cabana achando que assim, o que é que estivesse do lado de fora, não me alcançaria.


Fiquei com olhos e ouvidos atentos a qualquer movimento, liguei minha lanterna, abri uma fresta da cabana e espiei o lado de fora e vi dois "cristais" verdes brilhantes flutuando entre as árvores, em uma fração de segundo esses cristais mudaram de lugar se aproximando de mim, estava apavorado, conseguiam imaginar o que me aconteceria em seguida, congelei ao perceber que eram dois grandes olhos me encarando. Com um movimento brusco rasgou a cabana com as grandes unhas e me pegou me colocando em suas costas esqueléticas, naquele momento preferia mil vezes estar morto, o que não iria demorar a acontecer pelo que parecia. Mas o monstro não o fez. Pelo menos acho que não. A última coisa que me lembro é da Criatura com seu rosto, deformado pelo tempo e olhos brilhantes como duas estrelas, perto de mim.

The Dark forestOnde histórias criam vida. Descubra agora